Carlos César, na qualidade Presidente do Governo Regional, veio a terreiro criticar a actuação e o mediatismo do médico Mário Freitas.
Tudo gira, ao que parece, à volta das críticas que profusamente Mário Freitas tem vindo a fazer à estratégia seguida pela administração regional de saúde no combate à disseminação do vírus da gripe A(H1N1). Aparentemente porque as medidas preconizadas e as críticas feitas pelo Dr. Mário Freitas não diferem tanto assim da realidade. O diferendo tem, certamente, raízes mais profundas e a razão não assiste nem à estratégia da Secretaria Regional da Saúde nem, tão-pouco, ao Delegado de Saúde em questão pois, face à disseminação do vírus da gripe A(H1N1) contribuiu, ainda mais, para um clima alarmista. Estamos a falar de um vírus com uma elevada capacidade de contágio mas cujos efeitos letais são bem menores que o vírus da gripe sazonal.
Mal, mas mesmo mal, ficam a Directora Regional e o Secretário Regional da Saúde desautorizados, que foram, com a atitude de Carlos César quando veio censurar, com a acidez que bem se lhe conhece, o excessivo mediatismo de Mário Freitas, revelando o seu incómodo pelas críticas às suas políticas de combate ao temporão e atípico vírus gripal. Este é um comportamento recorrente do Presidente do Governo Regional. Outros casos semelhantes são do domínio público.
A autoridade que emana do Palácio de Santana é intocável e para que todos percebam quem manda, eis que o Presidente Governo Regional decidiu que o Cais de Cruzeiros da Ilha Terceira se vai situar em Angra do Heroísmo.
Assim, sem mais nem menos, num exercício autoritário do poder, decidiu: “- É em Angra.”
E pronto! Angra do Heroísmo vai ter um Cais de Cruzeiros porque Carlos César assim o entende. Porquê em Angra e não na Praia? Que fundamentos presidiram a tal decisão?
Não disponho de informação suficiente para poder ter uma opinião fundamentada sobre a localização do Cais de Cruzeiros ou mesmo se a infra-estrutura deverá ser ou não, no presente, a grande prioridade de investimento público para a Ilha Terceira, mas julgo que a decisão presidencial deveria ter sido precedida de discussão pública e de uma avaliação rigorosa quer das prioridades de investimento na Terceira, quer ainda dos impactos, num e noutro local, da implantação de uma obra desta dimensão.
Este surto de atitudes autoritárias de Carlos César, como já disse, não é novo. A virose do autoritarismo contraída em 2000, com a primeira maioria absoluta, permanece em latência. O fim do ciclo eleitoral, os resultados obtidos nas legislativas e nas autárquicas pelo PS e a distância que nos separa de 2012, terão sido os factores que favoreceram a actividade do vírus adormecido e eis que o despotismo surge naturalmente nas palavras, atitudes e decisões do Presidente do Governo Regional dos Açores.
Tudo gira, ao que parece, à volta das críticas que profusamente Mário Freitas tem vindo a fazer à estratégia seguida pela administração regional de saúde no combate à disseminação do vírus da gripe A(H1N1). Aparentemente porque as medidas preconizadas e as críticas feitas pelo Dr. Mário Freitas não diferem tanto assim da realidade. O diferendo tem, certamente, raízes mais profundas e a razão não assiste nem à estratégia da Secretaria Regional da Saúde nem, tão-pouco, ao Delegado de Saúde em questão pois, face à disseminação do vírus da gripe A(H1N1) contribuiu, ainda mais, para um clima alarmista. Estamos a falar de um vírus com uma elevada capacidade de contágio mas cujos efeitos letais são bem menores que o vírus da gripe sazonal.
Mal, mas mesmo mal, ficam a Directora Regional e o Secretário Regional da Saúde desautorizados, que foram, com a atitude de Carlos César quando veio censurar, com a acidez que bem se lhe conhece, o excessivo mediatismo de Mário Freitas, revelando o seu incómodo pelas críticas às suas políticas de combate ao temporão e atípico vírus gripal. Este é um comportamento recorrente do Presidente do Governo Regional. Outros casos semelhantes são do domínio público.
A autoridade que emana do Palácio de Santana é intocável e para que todos percebam quem manda, eis que o Presidente Governo Regional decidiu que o Cais de Cruzeiros da Ilha Terceira se vai situar em Angra do Heroísmo.
Assim, sem mais nem menos, num exercício autoritário do poder, decidiu: “- É em Angra.”
E pronto! Angra do Heroísmo vai ter um Cais de Cruzeiros porque Carlos César assim o entende. Porquê em Angra e não na Praia? Que fundamentos presidiram a tal decisão?
Não disponho de informação suficiente para poder ter uma opinião fundamentada sobre a localização do Cais de Cruzeiros ou mesmo se a infra-estrutura deverá ser ou não, no presente, a grande prioridade de investimento público para a Ilha Terceira, mas julgo que a decisão presidencial deveria ter sido precedida de discussão pública e de uma avaliação rigorosa quer das prioridades de investimento na Terceira, quer ainda dos impactos, num e noutro local, da implantação de uma obra desta dimensão.
Este surto de atitudes autoritárias de Carlos César, como já disse, não é novo. A virose do autoritarismo contraída em 2000, com a primeira maioria absoluta, permanece em latência. O fim do ciclo eleitoral, os resultados obtidos nas legislativas e nas autárquicas pelo PS e a distância que nos separa de 2012, terão sido os factores que favoreceram a actividade do vírus adormecido e eis que o despotismo surge naturalmente nas palavras, atitudes e decisões do Presidente do Governo Regional dos Açores.
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 28 de Outubro de 2009, Angra do Heroísmo
Oi, Aníbal!
ResponderEliminarMelhor título para este teu texto não seria fácil de encontrar!
Viroses! Não sei qual dos vírus aqui explanados me preocupa mais: se o da gripe A (H1N1) ou aquele que tem atacado forte e feio o Presidente do Governo Regional.
Senão, vejamos:
Quanto ao primeiro, muitos de nós sabemos que interesses económicos se movimentam por detrás dele! Aliás, esta gripe veio mesmo a calhar! A Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que venderam os antivirais para a gripe das aves, obtiveram milhões de dólares de lucro e, agora, estão a encher os bolsos com o famoso e contestável Tamiflú.
Não estou a pôr em causa as medidas básicas de cuidado que estão a ser tomadas pelos países. Agora, se a gripe A é uma pandemia tão terrífica, como apregoam os OCS e a OMS está tão preocupada, por que razão esta não a declara como um problema de saúde pública e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la, bem como a distribuição de medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, particularmente os mais pobres?
No Mundo, todos os anos morrem milhões de pessoas vítimas da Malária, para não falar do sarampo, da pneumonia e outras enfermidades curáveis com vacinas baratas que fomentam a morte de 10 milhões de pessoas anualmente. Disto, não falam os noticiários!!! Claro que não! Não dá lucro! A verdadeira pandemia é de lucro! Os colossais lucros dos mercenários da saúde!
As coisas não têm que ser assim e NÃO devem ser assim!
Quanto à virose que teima em permanecer no Dr. Carlos César, digamos que não é muito diferente da primeira: embora com sintomas diferentes (autoritarismo, prepotência…), não deixa, contudo, de servir interesses bem definidos e estes NÃO são, seguramente, os dos mais carenciados.Em relação à cura, bem sabemos qual é...
Desculpa, amigo Aníbal! Alonguei-me demasiado. Devia ser um breve comentário e…
Um abraço!
margarida