A realidade tem mostrado que talvez não seja bem assim. A situação vivida pela Verdegolf em S. Miguel deve constituir-se como um elemento de reflexão pois, como é do domínio público apesar de todos os apoios financeiros públicos e investimentos, também eles por conta da Região, para captar eventos e praticantes vindos do exterior não foi bem sucedido. A empresa entrou em colapso e incumprimento com os trabalhadores o que levou à intervenção do Governo Regional para salvaguardar os postos de trabalho de algumas dezenas de trabalhadores. Intervenção com a qual não posso deixar de concordar mas que considero ter ficado aquém do desejável pois visa “segurar” a actividade enquanto for deficitária para, logo que passe a ser lucrativa voltar às mãos do grupo empresarial que detém a concessão. Também aqui uma prática conhecida, salvo a respectiva dimensão, quando comparada, por exemplo, com o BPN: nacionalizar” o prejuízo e privatizar o lucro.
Pela situação vivida na Verdegolf mas também pelas aprendizagens que deveriam ser feitas com a génese e os contornos da crise e pela própria volatilidade da actividade turística tal como ela foi desenhada para os Açores julgo ser tempo de arrepiar caminho e não insistir no erro.
No plano dos investimentos públicos regionais, por via da Sociedade “Ilhas de Valor” ou por qualquer outra via, é conhecida a intenção de construir de raiz um campo de golfe em Santa Maria e um outro no Faial. Que estas duas ilhas necessitam de um forte investimento público regional não tenho dúvidas, que seja este o investimento necessário e prioritário para transformar o declínio a que têm estado sujeitas, não me parece. Assim como não me parece que insistir nestes avultados investimentos públicos quando está verificada a falência do modelo é desperdiçar recursos públicos que, como sabemos, são escassos.
Ponta Delgada, 18 de Fevereiro de 2011
Aníbal C. Pires, In A União, 22 de Fevereiro de 2011, Angra do Heroísmo
Um artigo que deveria ser lido por todos os marienses, principalmente por aqueles que dizem que apesar do campo de golfe não vir trazer nada de valha a pena a Santa Maria sempre é melhor do que o "investimento" ser aplicado noutra ilha...bairrismos inconsequentes...
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