quarta-feira, 29 de março de 2017

Um pilar do capitalismo

Foto by Aníbal C. Pires
Os dirigentes do Bloco de Esquerda (BE) lá vão tentando cumprir o objetivo para o qual o BE foi criado. Se é certo que não o vai conseguir, os ideais são indestrutíveis, não é menos verdade que os seus dirigentes, aliados diletos do capital como mais à frente se procura demonstrar, continuam arduamente a tentar.
Em ano de eleições autárquicas o projeto do BE resume-se a procurar retirar maiorias absolutas. Não, Todas não, apenas as da CDU. Assim sendo, pode concluir-se que o BE não tem projeto autárquico, o BE tem um objetivo político que se resume ao ataque às Câmaras da CDU, nada mais consentâneo com aquilo que esteve na origem da sua formação. Estou certo que para este objetivo o BE terá, obviamente, muitos apoios à direita, ao centro e, naturalmente, do PS. Para o BE o inimigo situa-se à sua esquerda, ou não fossem os dirigentes do BE uma associação de radicais de matriz social democrata, isto para além da sua natureza política parasitária e indigente.
É conhecido na Região e no País o seu “modus operandi”. Os dirigentes do BE vivem e afirmam-se nos tão apreciados e populares “sound bites”, e, uma vez que não têm projeto político parasitam agendas políticas alheias. Veja-se a recente reviravolta dada pela Mesa Nacional do BE, tornada pública pela voz de Catarina Martins, sobre o posicionamento face à permanência ou não de Portugal na União Monetária. Diz então Catarina Martins que, “(…) para recuperar a capacidade democrática do país sobre a economia e a finança, é urgente preparar o país para o cenário de saída do euro ou mesmo de fim do euro (…)". Quando li fiquei estupefacto com tamanha sem vergonha. O PCP há anos que vem afirmando essa necessidade e esse cenário político, isto enquanto o BE defendia o federalismo para a União Europeia, e agora despudoradamente, aliás como se tem vindo a verificar ao longo dos últimos anos, vem o BE a terreiro usurpar a ideia, como se não houvesse história, e apresentar como sua a proposta de preparar Portugal para uma eventual saída do euro ou o seu fim.
Catarina Martins por estes dias, estou certo, terá acabado a leitura do livro “Euro, dívida, banca – Romper com os constrangimentos, desenvolver o país” das edições Avante. E gostou. Gostou tanto que plagiou e transformou a tese ali desenvolvida numa resolução da Mesa Nacional do BE. Podia ao menos ter citado as fontes primárias, tinha-lhe ficado bem. E bem lhe teria ficado uma justificação pública sobre os motivos que levaram à alteração da posição do BE sobre este assunto já que, no dia 15 de Outubro de 2014, o BE se absteve na votação de uma proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do PCP, na Assembleia da República, que versava sobre esta questão em particular.

Foto by Aníbal C. Pires
Não é necessário ser um cidadão muito atento para vislumbrar qual a utilidade do BE, e, para se perceber o que quero dizer atentemos a esta frase de Mariana Mortágua, proferida numa conferência promovida pelo PS, em Setembro de 2016, "só a esquerda radical pode salvar o capitalismo". Como assim, salvar o capitalismo. Pois é, quem diria. Percebe-se assim a quem é que os dirigentes do BE são úteis. Mariana Mortágua assumiu-se, enquanto dirigente do BE, como um pilar do capitalismo, nem mais nem menos. Quanto à inutilidade dos dirigentes do BE para participarem em qualquer processo político transformador já há muito tempo a percebi.
Sei que a afirmação anterior foi retirada de contexto e que na mesma conferência a deputada Mariana Mortágua também disse, "é preciso perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular". Sei, e isto nem todos sabem, que esta última afirmação, no tempo e no espaço em que foi proferida, prejudicou uma iniciativa orçamental que estava a ser construída pelo PCP e para o qual se contava com o apoio do PS e do BE. Deste episódio beneficiou, isso mesmo, o capital.  
Não duvido que no seio do BE milite gente, muita gente, que genuinamente acredita que esta amálgama política que dá pelo nome de Bloco, tem algo de revolucionário. Não é, porém, o que a realidade demonstra.
Ponta Delgada, 27 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 29 de Março de 2017

terça-feira, 28 de março de 2017

... o milagre do radicalismo

Aníbal C. Pires (S. Miguel, 2015) by Catarina Pires




Um pedaço
Amanhã chegará o todo. Todo que será publicado na imprensa regional e aqui neste blogue







(...) Não é necessário ser um cidadão muito atento para vislumbrar qual a utilidade do BE, e, para se perceber o que quero dizer atentemos a esta frase de Mariana Mortágua, proferida numa conferência promovida pelo PS, em Setembro de 2016, "só a esquerda radical pode salvar o capitalismo". Como assim, salvar o capitalismo. (...)

segunda-feira, 27 de março de 2017

Aprender com os erros

Imagem retirada da internet
Em 2015 a Easyjet chegou de bandeira desfraldada e no meio de grande foguetório, em 2017 vai-se. Dizem que à procura de outros mercados, outros destinos. Há quem tenha ficado surpreendido e que considere que não é bom para os Açores. Quem o afirma deveria saber, melhor que eu, que as transportadoras aéreas de baixo custo só têm interesses, não se comprometem, ou melhor os compromissos duram enquanto os destinos suportam o défice estrutural dos baixos custos. Não, não é o mercado concorrencial a funcionar e quem julgar que sim anda bem enganado.
Não fiquei surpreendido com o anúncio da Easyjet, nem considero que este abandono anunciado venha colocar em causa a procura turística do destino Açores. As transportadoras que estão na rota Ponta Delgada/Lisboa/Ponta Delgada são suficientes para garantir os mesmos fluxos de passageiros e até suportar um eventual aumento. A questão que se levanta e que pode e deve merecer alguma reflexão é de natureza diferente.
A rota que a Easyjet vai abandonar, como se sabe, está liberalizada. Significa isto que não está sujeita a obrigações de serviço público, nada mais do que isto. Sendo assim qualquer das transportadoras que estão nesta rota podem, a qualquer momento, alterar o seu posicionamento e sair de cena por razões diversas. Temos como adquirido que a Azores Airlines (SATA) nunca se retirará independentemente das flutuações que se possam verificar na procura. E é assim porque é pública, É nossa. Talvez, por isso, deva ser acarinhada e não tão vilipendiada como o tem sido.
Não posso deixar de referir que hoje poderíamos ter duas das cinco gateways sem ligações a Lisboa não fosse a existência de uma transportadora aérea regional de capitais exclusivamente públicos. Para quem já se esqueceu o Pico e o Faial foram, logo após o início das novas Obrigações de Serviço Público (OSP) abandonadas, de um dia para o outro, pela TAP. A razão da retirada da TAP destas duas rotas está, diretamente, relacionada com processo que conduziu à sua privatização e com o défice de exploração que estava associado àquelas rotas. A SATA fez o que devia fazer, sem que houvesse alguma disposição legal que a isso a obrigasse, assegurou as ligações do Faial e do Pico a Lisboa não tendo, para o efeito, sido compensada financeiramente.

Imagem retirada da internet
Quem segue a vida política regional com alguma atenção vai dando conta que, nos últimos anos, a opinião pública regional tem vindo a ser preparada para aceitar a privatização, total ou parcial, de algumas empresas do setor público regional. A SINAGA, Santa Catarina, a EDA e a SATA estão neste pacote de empresas públicas ou, como no caso da EDA de capitais maioritariamente públicos, a serem privatizadas.
A vir a acontecer a privatização da SATA estará a cometer-se um erro da mesma dimensão do que foi cometido com a privatização do Banco Comercial dos Açores (BCA), julgo que ninguém em seu perfeito juízo afirmará, hoje, que a deliberação tomada pelo último governo do PSD, opção da qual o PS não está isento de responsabilidades, foi uma decisão da qual os Açores e o seu povo beneficiaram, Não foi como todos já percebemos. A privatização do BCA foi um erro grosseiro, como o será a eventual privatização, parcial ou total, do Grupo SATA.
Ponta Delgada, 26 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 27 de Março de 2017

... da senda privatizadora

Foto by Aníbal C. Pires





Excerto de texto a publicar na imprensa regional e também neste blogue.





(...) A vir a acontecer a privatização da SATA estará a cometer-se um erro da mesma dimensão do que foi cometido com a privatização do Banco Comercial dos Açores (BCA), julgo que ninguém em seu perfeito juízo afirmará, hoje, que a deliberação tomada pelo último governo do PSD, opção da qual o PS não está isento de responsabilidades, foi uma decisão da qual os Açores e o seu povo beneficiaram, Não foi como todos já percebemos. A privatização do BCA foi um erro grosseiro, como o será a eventual privatização, parcial ou total, do Grupo SATA. (...)  

quarta-feira, 22 de março de 2017

O "Shark Tank" do PS Açores

Imagem retirada da internet
Ao contrário do que o Presidente do Governo Regional quis fazer crer no seu discurso de encerramento do debate do Plano e Orçamento para 2017, bem assim como das Orientações de Médio Prazo, 2017-2020, não existem novidades na estratégia e nas opções políticas do seu governo. Os documentos aprovados renovam velhas políticas com novas roupagens.
Há, contudo, uma medida anunciada, que parece de facto nova, e que quero destacar, trata-se da criação de uma Rede Açoriana de Mentores, rede que segundo Vasco Cordeiro, “constitui um mecanismo de apoio e de aconselhamento aos empreendedores por parte de profissionais de créditos firmados em diversas áreas de atividade e que, por essa via, podem ajudar na implementação de novos projetos empresariais”. Quando ouvi, em direto, este anúncio não pude deixar de sorrir. Sorri porque ao ouvir esta novidade da política do Governo regional para o fomento do autoemprego, vulgo empreendedorismo, fiz de imediato o paralelismo com o programa televisivo, de inspiração estado-unidense, “Shark Tank” e imaginei os futuros empreendedores, perante uma qualquer “comissão política do PS, criada para o efeito, submetendo os seus inovadores projetos aos “Mentores”. Enfim, são deste teor as soluções do Governo do PS nos Açores para o desemprego jovem e para revitalizar a economia regional.

Imagem retirada da internet
Aos açorianos, tal como à generalidade dos restantes portugueses, não lhes falta espírito empreendedor. A nossa história coletiva está recheada de exemplos de empreendedorismo, somos reconhecidamente mestres do improviso e do desenrasca, somos um povo intrinsecamente empreendedor. Nem por esta via o desenho das políticas públicas tem nada de inovador, basta ao governo fazer o apelo ao espírito empreendedor e, pelo menos, metade dos problemas deixam de o ser. Deixam de o ser para o Governo pois o cidadão continua com eles e, agora com a responsabilidade acrescida de os solucionar pois o principal mentor, as políticas públicas, demitiu-se e transferiu o encargo para o cidadão. Nada mais fácil e, sobretudo, criativo.
E é criatividade que continua a estar ausente das políticas públicas para o emprego, para a economia, para a educação e para saúde. A opção deliberada é pela insistência na velha receita de ancorar o desenvolvimento no apoio financeiro direto ao setor empresarial privado e manter fora da orgânica governamental um conjunto de empresas públicas que duplicam recursos humanos e financeiros, como sejam, por exemplo, a Saúdeaçor, a SPRHI e a Azorina que deviam ser extintas e as suas competências integradas, respetivamente, na Direção Regional de Saúde, na Direção Regional da Habitação e na Direção Regional do Ambiente.
O Governo do PS Açores continua comprometido com um modelo de desenvolvimento regional sem contornos definidos e, sem uma visão de futuro. Esta é em síntese a apreciação que pode ser feita ao Orçamento, ao Plano de Investimentos Anual e às Orientações de Médio Prazo, documentos aprovados durante a semana passada pela maioria absoluta do PS, naturalmente, acompanhada pelo CDS/PP. O futuro próximo não nos reserva, assim, nada de novo. Continuamos na senda de um PS Açores comprometido à direita.
Ponta Delgada, 21 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 22 de Março de 2017

terça-feira, 21 de março de 2017

... do improviso e do desenrasca

Imagem retirada da internet






Excerto de texto a publicar amanhã na imprensa regional e também aqui, neste blogue






(...) Aos açorianos, tal como à generalidade dos restantes portugueses, não lhes falta espírito empreendedor. A nossa história coletiva está recheada de exemplos de empreendedorismo, somos reconhecidamente mestres do improviso e do desenrasca, somos um povo intrinsecamente empreendedor. Nem por esta via o desenho das políticas públicas tem nada de inovador, basta ao governo fazer o apelo ao espírito empreendedor e, pelo menos, metade dos problemas deixam de o ser. (...)

segunda-feira, 20 de março de 2017

Do Pai e da indispensabilidade da mulher


Aníbal e Madalena Pires (Sal, Cabo Verde, Nov. 2016)
Hoje (ontem) por ser dia de S. José no calendário católico comemorou-se, como convém ao calendário comercial, o dia do Pai. Cada calendário vale o que vale e não retira, nem acrescenta nada ao valor que o Pai tem para os filhos e para a Mulher com quem os partilha.
Recebi os habituais telefonemas dos meus filhos e também trouxe à memória coletiva das comunidades virtuais a que pertenço um texto que escrevi sobre o meu Pai. O ritual foi cumprido e não fossem algumas manifestações públicas, também nas comunidades virtuais, com origem nas mulheres que, como sabemos, não deixam os seus créditos por mãos alheias e este seria apenas e mais um dia. Um dia igual a todos os outros em que os meus filhos me telefonam e eu presto o devido tributo aos meus progenitores honrando, a cada momento, a herança imaterial que me legaram.
Recebi de uma querida amiga a seguinte mensagem, “Hoje é o teu dia meu amigo! (Mas só porque existe uma mulher! Feliz Dia do Pai!”. Num espaço mais alargado podiam ler-se outras publicações como esta, “Bom dia do Pai às Mães porque há Mães que também fazem de Pais a vida inteira (Tristão de Andrade)”. Estas e outras publicações lembram por um lado, a indispensabilidade da mulher e, por outro lado o Pai ausente.
Quanto à indispensabilidade da mulher é assunto que não tem discussão, o mesmo já não podemos dizer do homem. O homem é (ou pode ser) dispensável. São os escritos sagrados que fazem a doutrina no mundo cristão que o sugerem ao aceitarem que Jesus foi concebido sem a intervenção do homem. José Saramago no “Memorial do Convento” aborda a questão da indispensabilidade da mulher desta forma, “(…) porque a outra, e tão falada, incorpórea fecundação, foi uma vez sem exemplo, só para que se ficasse a saber que Deus, quando quer, não precisa de homens, embora não possa dispensar-se de mulheres. (…)”. Estamos, pois, conversados sobre este assunto querida(s) amiga(s), só se comemora o dia do Pai porque existem mulheres. Mulheres que sendo Mães, quantas e quantas vezes fazem de Pai a vida inteira. Nunca tive ilusões sobre a importância do papel estruturante das mulheres nas sociedades, apesar da discriminação a que continuam a ser sujeitas.

Aníbal, Amélia, Catarina, João e Madalena Pires (Lisboa, Janeiro de 2017)
Quanto ao Pai ausente também muito há para dizer quer sobre os motivos da ausência, quer sobre os efeitos que a ausência do Pai provoca na formação da personalidade das crianças e jovens, pois a falta um segundo referencial que identifique o Outro física e afetivamente presente é, em alguns casos, irreparável. A Mãe ou o Pai que ficam sós, por razões diversas, e se encarregam da educação dos filhos por muito que o queiram e o desejem não colmatam a ausência de um segundo referencial, fica sempre o vazio do Outro ausente.
Não sendo uma questão exclusivamente portuguesa, em Portugal é, normalmente, o Pai que não está presente, não importam agora as razões. A ausência do Pai, coabite ou não com a família, confere uma importância acrescida, que não é de agora, é de sempre, ao papel social das mulheres enquanto depositárias de valores culturais da sua família e comunidade de pertença. São as mulheres os veículos da transmissão dos valores e da cultura do grupo familiar e comunitário.
Os homens são importantes, mas também neste caso dispensáveis, embora isso não seja, de todo, desejável para as crianças e jovens que, enquanto crescem e se estruturam, necessitam de dois referenciais para se individualizarem.
Ponta Delgada, 19 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 20 de Março de 2017

da indispensabilidade

Foto by Aníbal C. Pires








Excerto de texto a publicar na imprensa regional e aqui, neste blogue.








(...) Quanto à indispensabilidade da mulher é assunto que não tem discussão, o mesmo já não podemos dizer do homem. O homem é (ou pode ser) dispensável. São os escritos sagrados que fazem a doutrina no mundo cristão que o sugerem ao aceitarem que Jesus foi concebido sem a intervenção do homem. José Saramago no “Memorial do Convento” aborda a questão da indispensabilidade da mulher desta forma, “(…) porque a outra, e tão falada, incorpórea fecundação, foi uma vez sem exemplo, só para que se ficasse a saber que Deus, quando quer, não precisa de homens, embora não possa dispensar-se de mulheres. (…)”. Estamos, pois, conversados sobre este assunto querida(s) amiga(s).

domingo, 19 de março de 2017

Chuck Berry - (1926-2017)






Para alguns foi o pai do "Rock and Roll". Não vou discutir paternidades, mas não há dúvidas que Chuck Berry foi um dos seus pioneiros.









Ontem partiu, ficam os sons que revolucionaram a música na segunda metade do Século XX.










Fica um dos seus mais famosos temas, "Johnny B. Goode"


quarta-feira, 15 de março de 2017

Maus hábitos e péssima técnica

Foto by Aníbal C. Pires
Esta semana o plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) vai ser palco do debate e votação do Plano e Orçamento para 2017, bem assim como as Orientações de Médio Prazo (2017-2020). A não ser que as alterações propostas pela oposição, mas também pelo PS, a estes importantes instrumentos políticos, económicos e financeiros lhe introduzam transformações substantivas, o que não é expetável, e na madrugada de sexta-feira, ao fim de uma maratona parlamentar sem sentido, teremos “mais do mesmo”.
Não são esperadas alterações substantivas, embora o Governo e o PS tenham sempre duas ou três propostas para anunciar, dando assim ideia de um partido e de um governo que ouvem os parceiros sociais e a voz do povo, por outro lado é, igualmente, expetável que algumas propostas dos partidos da oposição venham a ter acolhimento pelo PS e pelo Governo. É necessário alimentar a ideia de que o diálogo democrático existe apesar da maioria absoluta que tudo pode. Até pode fazer de conta.
Sendo o Plano apenas um dos capítulos do Orçamento é, contudo sobre o Plano que se foca a atenção da generalidade dos cidadãos, o que se compreende, pois é no Plano que se encontram os investimentos setoriais e para cada uma das ilhas, ou seja, a obra. A obra esperada, a obra prometida, a obra adiada e a obra que reiteradamente consta, apenas para que conste, até que deixe de constar.

Foto by Aníbal C. Pires
Não pretendo, com esta apreciação, desvalorizar o Plano Anual de investimentos, mas tão-somente reconhecer, por um lado a importância intrínseca do Orçamento enquanto instrumento político e financeiro e, por outro lado a crescente importância política que o Orçamento assume, pois é através dele que o Governo Regional introduz alterações a alguns Decretos Legislativos Regionais que, por si só, deveriam ser discutidos e alterados em sede própria.
Esta forma de legislar, diria avulsa, tem vindo a tornar-se um hábito. Um mau hábito e uma péssima técnica legislativa. Os exíguos tempos de debate distribuídos aos partidos da oposição e, a já referida e sem sentido maratona parlamentar retiram, quiçá com um qualquer propósito, dignidade e rigor ao ato de legislar sobre matérias como a adequação fiscal, o estatuto da carreira docente, ou ao diploma que consagra os complementos regionais com efeitos nos rendimentos dos trabalhadores e das famílias, ou ainda à Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.
O Orçamento não é apenas um conjunto de quadros com as receitas próprias e as que provêm das transferências do Orçamento de Estado ou de fundos comunitários e os quadros de alocação de despesas correntes, de capital e investimento. O Orçamento é mais, muito mais do que isso, daí resulta a atenção acrescida que lhe deve ser dada pela generalidade dos cidadãos, tendo em conta que os órgãos de comunicação social, as organizações sociais e económicas já lhe dão a devida atenção.

Ponta Delgada, 13 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 15 de Março de 2017

segunda-feira, 13 de março de 2017

para que conste

Aníbal C. Pires (S. Jorge, 2014) by Tiago Redondo






Excerto de texto de opinião a publicar na quarta-feira (2017-03-15) na imprensa regional e também neste blogue







(...) é no Plano que se encontram os investimentos setoriais e para cada uma das ilhas, ou seja, a obra. A obra esperada, a obra prometida, a obra adiada e a obra que reiteradamente consta, apenas para que conste, até que deixe de constar. (...)

Reduzir é palavra de ordem (no more plastics)

Imagem retirada da internet
Nos próximos dias passa um ano sobre a entrada em vigor da taxa aplicada aos sacos de plástico, ou sacos de caixa, nas grandes superfícies comerciais, vulgo hipermercados, também nos próximos dias está prevista a extensão desta taxa à generalidade do comércio, ou seja, em todos os estabelecimentos comerciais os sacos de caixa serão taxados.
O Decreto Legislativo Regional que aprovou esta e outras medidas complementares de educação e preservação ambiental foi aprovado a 8 de Maio de 2014 e publicado a 3 de Julho do mesmo ano. Ou seja, vão passar-se quase 3 anos para que todas as medidas ali previstas sejam implementadas. Tempo mais do que suficiente, direi eu que fui autor da iniciativa legislativa, mas ainda assim existem por aí algumas vozes acompanhadas pelos detratores da medida de que é (seria) necessário mais tempo. Não me parece.
Um destes dias perguntaram-me se estava satisfeito com os efeitos da aplicação, ainda que parcial, da medida pelo facto de terem sido “vendidos” 1,3 milhões de sacos de plástico, nas grandes superfícies comerciais, ao que respondi que os sacos não foram vendidos, mas sim taxados e que a minha satisfação era moderada pois, 1,3 milhões de sacos durante cerca de 1 ano ainda constitui um número demasiado elevado de matéria plástica que é, em grande parte lançada, sem tratamento, no meio ambiente. A minha satisfação decorre de um outro indicador, esse sim importante para avaliar o impacto da medida. No primeiro ano de aplicação da Lei verificou-se uma redução de mais de 4 milhões do total de sacos distribuídos pelas grandes superfícies, comparativamente ao ano anterior. Posso estar moderadamente satisfeito, mas menos 4 milhões de sacos de plástico a poluir o meio ambiente, terrestre e marinho, num só ano, É obra.

Imagem retirada da internet
Quem me questionou abordou também a questão de um eventual aumento significativo da aquisição, pelos consumidores, de sacos destinados à deposição de lixos e que o saldo poderia não ser tão positivo como poderia parecer. Esta questão foi tomada em devida conta e era esperada, mas como está bom de ver o balanço final é positivo. Foram eliminadas algumas toneladas de plástico pois, a capacidade dos sacos para depositar resíduos é bastante superior aos sacos de “caixa” de hipermercado e, por outro lado se as políticas ambientais seguirem o caminho que esperamos, ou seja, a redução dos resíduos as vantagens da iniciativa são por demais óbvias.
Os detratores da medida continuam a insistir em argumentos falaciosos, como seja o facto de esta medida ter vindo a sobrecarregar o já exíguo orçamento das famílias com mais um “imposto”, ou no aumento das despesas das famílias com a necessidade de adquirir sacos para específicos para depositar os resíduos domésticos. E perguntam-me se voltaria a apresentar a medida. E eu que sou um homem que por vezes, como qualquer outro, me engano e tenho muitas dúvidas, neste caso a minha resposta é, Sem dúvida, até porque falta por em prática grande parte da Lei, como sejam as ações de educação ambiental ali previstas. Por outro lado, esta iniciativa tem de ser olhada como uma medida de proteção da qualidade ambiental e de saúde pública, bens inestimáveis.
A seu tempo a medida terá o seu devido e merecido reconhecimento pela generalidade da população e os legisladores irão ainda mais longe. Irão até à proibição pura e simples do uso de sacos de plástico como já foi feito, por exemplo, no estado da Califórnia.
Ponta Delgada, 12 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 13 de Março de 2017

domingo, 12 de março de 2017

no more plastics

Imagem retirada da internet





Este fragmento faz parte da crónica que amanhã será publicada na imprensa regional e também neste blogue






(...) No primeiro ano de aplicação da Lei verificou-se uma redução, comparativamente ao ano anterior, de mais de 4 milhões de sacos distribuídos pelas grandes superfícies. Posso estar moderadamente satisfeito, mas menos 4 milhões de sacos de plástico a poluir o meio ambiente, terrestre e marinho, num só ano, É obra. (...)

quarta-feira, 8 de março de 2017

O pecado original

imagem retirada da internet
Santo Agostinho desenvolveu o conceito maniqueísta do pecado original com que procurou explicar a natureza imperfeita do homem. Nada se pode resumir, nem mesmo o pecado original, ao Bem (espírito) e ao Mal (matéria), ou seja, a conceção da realidade é bem mais diversa do que o antagonismo entre dois princípios que, por definição, são opostos.
Não deixa de ser interessante que das 3 religiões monoteístas, com origem em Abraão, apenas a cristã incorpore o conceito de pecado original, nem o judaísmo, nem o islamismo contemplam este conceito na sua doutrina, embora tenham encontrado outras formas de exercer domínio na esfera privada dos seus seguidores, pois é disso que se trata. De domínio.
O PS Açores, não só, mas também, sendo laico desenvolveu uma doutrina que visa o domínio e a perpetuação no poder através da negação das evidências. Paradoxal, sim é um paradoxo, mas tem resultado. Os indicadores sociais e económicos na Região que nos colam aos lugares da cauda do desenvolvimento resultam de erros nas opções políticas e económicas do PS e do seu governo, é uma evidência. Mas o PS nega-a.
Vejamos o caso do desemprego que, segundo as estatísticas oficiais, tem vindo a baixar. Não vou negar uma evidência, mas importa perceber a que se deve esta diminuição na taxa de desemprego e à qualidade do emprego criado. Nas estatísticas de emprego, das quais resultam as taxas de desemprego, não são contabilizados os cidadãos desempregados que beneficiam de um programa ocupacional ou estágio e, claro, quem emigrou também deixou de contar, por outro lado dos novos contratos celebrados, 90% são a termo certo, ou seja, precários. Diria que confrontar as variações homólogas da taxa de desemprego e concluir, como faz o governo do PS, que as variações que apontam para a diminuição da taxa de desemprego é um resultado bem-sucedido das suas políticas, é tão maniqueísta como a metodologia de Santo Agostinho.
Vejamos agora a pobreza e a taxa de risco de pobreza que são, como se sabe, das mais elevadas do país, o PS Açores não tem como negá-lo, e não nega. Mas nega qualquer solução que combata as causas que lhe estão na origem e que estão devidamente identificadas em diferentes estudos. Os baixos rendimentos do trabalho e a precariedade laboral são as principais causas da pobreza nos Açores, não são únicas. A baixa formação académica e profissional da população, tal como os exíguos rendimentos e a elevada precariedade, contribuem também para que um alargado segmento da população açoriana se perpetue num ciclo de pobreza sem fim, ou em elevado risco de passar a baixo do limiar da pobreza, designadamente, muitas crianças e jovens.

Foto by Aníbal C. Pires
As respostas do PS Açores e do seu governo são conhecidas, desinvestimento na Educação pública, promoção da precaridade na contratação para a administração pública, baixos salários na administração regional, verificando-se mesmo a existência de trabalhadores que só auferem do salário mínimo com a compensação que lhes é devida pela remuneração complementar, o PS não nega, mas procura resolver os problemas que estão na origem da pobreza e da exclusão com uma vasta rede de suporte a políticas passivas, ao assistencialismo que, sendo importante, não se pode constituir como a única resposta face à identificação das causas que estão na origem da pobreza crónica.
Quanto ao setor privado, naturalmente, agradece e segue o exemplo do Governo Regional praticando a precariedade laboral e uma política salarial que mantém e aumenta o número de trabalhadores e as suas famílias na pobreza ou a caminho dela. Mal de uma economia e mal irá uma empresa que ancora a sua estratégia competitiva nos baixos custos do trabalho.
O pecado até pode não ser original mas as políticas públicas e privadas fundam-se no mesmo princípio com que Santo Agostinho o tentou explicar e justificar, há outras variáveis que não seja a diminuição continuada dos custos diretos e indiretos do trabalho para as empresas serem competitivas e lucrativas como, aliás se verifica nos países com economias robustas e saudáveis e onde se constata o inverso, ou seja, diminuição dos tempos de trabalho, estabilidade no emprego e políticas salariais que garantem dignidade aos trabalhadores.
Ponta Delgada, 06 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 08 de Março de 2017 

terça-feira, 7 de março de 2017

... da dominação

Aníbal C. Pires Luxor, Vale dos Reis - 2006) by Madalena Pires








Excerto de texto que publico amanhã na imprensa regional e também aqui neste blogue.








(...) Santo Agostinho desenvolveu o conceito maniqueísta do pecado original com que procurou explicar a natureza imperfeita do homem. Nada se pode resumir, nem mesmo o pecado original, ao Bem (espírito) e ao Mal (matéria), ou seja, a conceção da realidade é bem mais diversa do que o antagonismo entre dois princípios que, por definição, são opostos.
Não deixa de ser interessante que das 3 religiões monoteístas, com origem em Abraão, apenas a cristã incorpore o conceito de pecado original, nem o judaísmo, nem o islamismo contemplam este conceito na sua doutrina, embora tenham encontrado outras formas de exercer domínio na esfera privada dos seus seguidores, pois é disso que se trata. De domínio. (...)

segunda-feira, 6 de março de 2017

A via para a barbárie

Imagem retirada da internet
Já faz algum tempo que os referenciais civilizacionais com que cresci e tenho vivido estão a colapsar, mesmo considerando que a eleição de Donald Trump tenha acontecido apenas há poucos meses, a implosão há muito que vem a ser preparada. Só foi possível o decreto presidencial assinado por Trump porque a atual lei de imigração, nos Estados Unidos, já existia. É bom lembrar que durante os mandatos de Barack Obama foram repatriados mais de 1 milhão de imigrantes. Número nunca atingido por qualquer outra administração estado-unidense. Não sabiam. Então perguntem-se porque não era do vosso conhecimento e encontrarão senão os responsáveis, pelos menos os cúmplices desta involução civilizacional a que, muitos de nós, estamos a assistir passivamente. A indiferença e a complacência fazem-nos cúmplices da barbárie que mina os direitos humanos básicos e fere de morte as conquistas civilizacionais que tínhamos como adquiridas.
A ascensão de Trump à presidência dos Estados Unidos constitui, apenas, mais um indicador de que o Mundo, tal como o conheci, está a colapsar, e não estou a referir-me ao aquecimento global, embora uma e outra coisa sejam indissociáveis. E não, não se trata, em si mesmo, de Trump porque a barbárie há muito que vem a afirmar-se e a ganhar pontos à civilização. A eleição de Trump, as faixas com suásticas expostas na Ucrânia, o autocarro de uma organização católica, à margem de tudo o que tem sido dito pelo Papa Francisco, a apelar à exclusão e à violência sobre a comunidade gay e transsexual, ou o crescente apoio a Marie Le Pen, em França, e o impeachment de Dilma Roussef, são apenas alguns sinais de que a barbárie está de regresso e a impor-se, não pela força das armas, mas pela manipulação da palavra e da imagem.
Os efeitos do avanço da barbárie sobre a civilização, civilização aqui entendida como uma construção social que teve o seu apogeu no terceiro quarto do Século XX, ou seja, no período que se situa entre o final da II Guerra Mundial até a meados dos anos 70, manifestam-se sobre diversas formas sendo que uma delas é a manutenção de elevadas taxas de desemprego, onde eram residuais, motivadas pela migração de capitais do centro para as periferias, ou seja, para onde a mão de obra abunda e está disponível a preço de saldo. O efeito criado é a nivelação, em baixa, das condições de trabalho em qualquer parte do Mundo. Não é assim, por acaso que na Europa do nosso (des)contentamento, em particular nos países do Sul se aceite, com alguma passividade, o aumento dos horários de trabalho, a redução dos salários e a precariedade.

Imagem retirada da internet
No início da década do 70 do Século XX após o golpe de estado que derrubou o governo de unidade popular de Salvador Allende foi implementado, pelos designados “Chicago Boys”, um plano económico, previamente elaborado, ancorado nos princípios do neoliberalismo. A senhora Margaret Tatcher importou para a europa este “novo” conceito de política económica e o resultado foi o conhecido, Desregulamentação do setor financeiro, flexibilização das leis laborais, privatizações, redução das despesas públicas abrindo espaço ao setor privado. Esta doutrina económica ganhou força e expandiu-se à União Europeia com a cumplicidade da chamada “terceira via”, promovida por Tony Blair, Bill Clinton e Fernando Henriques Cardoso. A “terceira via” constituía a reformulação da social democracia perante a emergente globalização e uma resposta ao neoliberalismo dos “Chicago Boys, de Margaret Tatcher e de Ronald Reagan. A “terceira via” é, segundo os seus teóricos, a alternativa ao capitalismo e ao socialismo e, tal como o neoliberalismo defende a redução do papel do Estado na economia, deixando-lhe apenas um papel regulador.
Uma análise mais aprofundada do percurso político trilhado pela humanidade nas últimas 5 décadas não pode, apenas, cingir-se à consolidação do neoliberalismo como alicerce de um modelo de desenvolvimento e à cumplicidade ativa da “terceira via” preconizada pelos partidos sociais democratas (no caso português, o PS), mas são duas variáveis que contribuíram decisivamente para o avanço da barbárie e para a consequente involução civilizacional a que assistimos. A questão que se coloca a todos nós é se vamos continuar a aceitar que este caminho é uma inevitabilidade ou, se pelo contrário, nos dispomos a lutar pelas conquistas civilizacionais, a lutar contra a barbárie, a lutar contra as inevitabilidades, a lutar contra a uniformização dos costumes e do pensamento.
Ponta Delgada, 05 de Março de 2017

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 06 de Março de 2017

domingo, 5 de março de 2017

... da civilização à barbárie


Anibal C. Pires (Horta, 2013) by Carlos Pires







Um pedaço de texto à solta que amanhã se juntará a outros pedaços para darem corpo ao todo que constitui um texto de opinião. Será publicado na imprensa regional e também neste blogue.








(...) A ascensão de Trump à presidência dos Estados Unidos constitui, apenas, mais um indicador de que o Mundo, tal como o conheci, está a colapsar, e não estou a referir-me ao aquecimento global, embora uma e outra coisa sejam indissociáveis. E não, não se trata, em si mesmo, de Trump porque a barbárie há muito que vem a afirmar-se e a ganhar pontos à civilização. (...) 

... aprender, Sentindo

Aníbal C. Pires (Ponta Delgada, 2016) by Madalena Pires








Frases soltas.
Fragmento de texto já publicado








(...) Se tempo houver para continuar a aprender com o que a vida tem para me dar. Sou um aprendiz e quero continuar a cultivar essa disponibilidade para ouvir e aprender, Sentindo. (...)

... do desassossego

Foto by Madalena Pires






Excerto de texto já publicado











(...) São os sonhadores caminhando e carregando uma esperança velha e a vontade indómita de transformar o Mundo num lugar para todos. (...)

quinta-feira, 2 de março de 2017

... do aniversário

Foto by Aníbal C. Pires

Ao longo destes 9 anos e com a crescente utilização de outras plataformas mais imediatistas, mas também mais efémeras, no que às publicações diz respeito, como o Facebook ou o Twitter, a blogosfera perdeu alguns títulos inspiradores e que eu seguia atentamente. O cantigueiro, e deus criou a mulher, carpe diem e alegre ou triste são alguns de entre muitos outros. Mantive-me por cá, não por teimosia, mas por entender que os blogues só tinham, e têm, a ganhar com as redes sociais nas quais marco, igualmente, presença assídua. A verdade é que tenho potenciado o “momentos” através do Twitter, do Facebook, do Google+ e do Linkedin.

Imagem retirada daqui 
Nos últimos meses as visualizações aumentaram para valores que nunca considerei atingir. Fico satisfeito pela procura e motiva-me, sem dúvida, mas essa não é a principal razão porque me mantenho na blogosfera.
A continuidade do “momentos” na blogoesfera está diretamente relacionada com o formato da plataforma blogger e com a sua perenidade. O “momentos” é assim como uma espécie de livro de registos do quotidiano e de divulgação de conteúdos, no essencial, de produção própria. Por cá me vou manter procurando melhorá-lo, sem desvirtuar a sua génese e o seu propósito.

diversidade e múltiplos interesses

Foto by Madalena Pires




Porque se iniciaram as romarias quaresmais em S. Miguel e porque a fotografia e o vídeo fazem parte dos conteúdos publicados aqui fica uma foto da Madalena Pires e um vídeo editado por mim. Romeiros de S. Miguel.







One bourbon, one scotch, one beer





Em dia de aniversário o momentos convida os seus visitantes para uma bebida na companhia de John Lee Hooker.






momentos, 9 anos na blogosfera


São 9 anos na blogosfera e muitas estórias contadas e muito mais para contar.
Agradeço a todos os que continuam a visitar o "momentos".
Vou continuar por cá.