foto by Tiago Redondo |
Uma querida amiga e leitora teve a amabilidade de me recordar que as antigas salas de espera eram, também, locais onde se conversava, por vezes em surdina, mas igualmente de forma a que todos ouvissem e pudessem participar no diálogo, se assim o entendessem. O meu regresso às colunas do jornal e a leitura do texto que abriu esta “Sala de Espera” gerou algumas conversas, umas públicas outras privadas (em surdina), o que me deixou satisfeito, permitam-me este registo, pois, quando conseguimos atingir o propósito só podemos ficar animados e com redobrada vontade de continuar a conversar convosco e a ouvir o que têm para dizer.
Estamos a poucos dias de eleger 230 deputados para a Assembleia da República, cinco são eleitos pelo círculo dos Açores. Não sendo uma obrigação referir a questão eleitoral é, contudo, incontornável que neste espaço, sem fronteiras nem verdades absolutas, e neste momento, não deixe um registo que pretendo seja, apenas, um pequeno contributo para irmos votar. Votar onde cada um entender por bem, mas votar.
foto by Madalena Pires |
O voto útil, só é útil para o partido ou coligação que o recebe, ou seja, todas as opções são úteis. Importante mesmo é perceber a utilidade que cada partido ou coligação dá ao voto dos eleitores. Essa sim é a grande questão que os cidadãos devem considerar quando constroem a sua opção de voto.
E por aqui me fico no que diz respeito às eleições de 30 de janeiro. Depois do ato eleitoral é provável que venha a tecer algumas considerações sobre os resultados e os seus efeitos no nosso futuro próximo.
Não é de agora, sempre fui assim. Quando os lugares que intimam à quietude, naturais ou não, se enchem de ruído escapo-me furtivamente e procuro lugares do silêncio. Quando quero ruído e multidões, o que raramente acontece, procuro e vou, mas não gosto que me os imponham. Não faltam por aí lugares cheios de gente e onde a música e as palavras, numa amálgama de sons, abafam e anestesiam os sentidos. Não me dá prazer não sentir, ou ser induzido artificialmente em estados de euforia.
foto by Aníbal C. Pires |
Não pretendo impor formas de ser e estar na vida. Cada um de nós deve escolher, a cada momento, o que mais lhe aprouver para dar utilidade ao seu tempo e o caminho que quer percorrer, sem por em causa o bem-estar e as opções de terceiros. Eu continuo a escolher o meu caminho procurando, sempre, somar momentos de prazer à vida. Ou dito de outra forma procuro ser feliz pelo caminho e não no fim da caminhada.
Não esperem pela chegada ao destino para encontrarem a felicidade, sejam felizes durante o percurso. A felicidade é mais o que colhemos durante o caminho do que algo que encontramos no fim da caminhada.
Ponta Delgada, 25 de janeiro de 2022
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 26 de janeiro de 2022
Ser feliz será possível neste mundo nos tempos que correm sem nos fecharmos em nós mesmos?
ResponderEliminarMeu caro, aí está uma pergunta para a qual não há receitas. Ou seja, os últimos meses as regras impostas, de “isolamento e distanciamento físico, pela grave situação de saúde pública remeteram-nos para esse tal “fechamento em nós próprios, o que alterou comportamentos e dificultou as relações interpessoais. Relações que são fundamentais para o nosso bem-estar. Porém, dir-lhe-ei que ser feliz é a “soma” de instantes, momentos que nos satisfazem e realizam ao longo da vida e é, sobretudo, um sentimento de avaliação individual, embora esteja dependente do bem-estar de quem nos rodeia. Não somos felizes sozinhos.
ResponderEliminarUma abraço e obrigado pelo seus comentários.
Aníbal C. Pires