sábado, 10 de março de 2018

Passado, presente e futuro - crónicas radiofónicas

Foto by Madalena Pires (2017)






Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105FM

Hoje fica o texto da crónica emitida a 30 de Dezembro de 2017 que pode ser ouvida aqui








Passado, presente e futuro

No limiar de um novo ano não há como evitar algumas referências à data em que o calendário assinala o seu início.
Não vou fazer balanços, nem tecer considerações sobre o ano que se avizinha, mas não posso deixar de lhe desejar, como desejo para mim, que 2018 seja um ano para concretizar as realizações pessoais e profissionais pelas quais tem lutado e que tanto quer.
Seja feliz e haja saúde.
Cumprido que está o ritual pouco mais tenho para lhe dizer. Cumpri o ritual, mas não foi uma obrigação, nem as parcas palavras estão despojadas de sentimento pois, se assim fosse tinha-me socorrido da fórmula tradicional para lhe desejar um Bom Ano.
Posso não ter sido muito criativo na forma, mas o seu bem-estar, a sua felicidade serão, julgo eu, a sua maior expetativa para 2018, e mesmo que se sinta bem consigo e com os outros, ou seja, mesmo que o seu estado seja de felicidade peço-lhe que entenda os meus votos como o prolongamento, diria mesmo, a perpetuação dessa felicidade.
Hoje, como convém, por estes dias de encontros e reencontros, por estes dias de despedida do velho e de preparação das boas vindas ao novo não vou prolongar este momento. Coisas há mais importantes para fazer.
Foto by Aníbal C. Pires (2016)
Gosto de estar por aqui e gosto de estar consigo, mas teremos muitas outras oportunidades de conversar ao longo do próximo ano. Hoje é tempo de se preparar para transpor o limiar do Ano Novo. Mas não vou embora sem lhe deixar algumas palavras que versam sobre um virtual instante em que nos encontramos com o passado, o presente e o futuro. Sim porque a passagem de ano é assim como um brevíssimo momento em que o passado, o presente e o futuro se encontram connosco, e é sobre esse potencial instante que lhe deixo estas palavras que escrevi na noite da passagem do ano de 2013 para o ano de 2014 e ao qual dei o título, Novo ano, novo tempo

É o tempo
De louvar o velho
É o tempo
De renovar a esperança
E o tempo, esse tempo
É hoje
Presente, passado e futuro
Enleados
Com o olhar no tempo vindouro
Sem olvidar
O tempo passado

Hoje
É o tempo
Onde o passado, o presente e o futuro
Num fátuo momento se enlaçam
Para logo se apartarem
Efémero abraço esse, o do tempo
Passado, presente e futuro

Nesta fronteira do pretérito e do porvir
Celebremos o futuro
Com o passado presente

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 30 de Dezembro de 2017

quarta-feira, 7 de março de 2018

Os sonhos não se aprisionam

Imagem retirada da Internet
Quantas vezes lhe predestinaram o fim, Não sei, mas foram tantas e tantas que acabei por lhes perder o conto. Não se extinguiu porque subsistem as razões pelas quais foi criado e não abdicou, nem abdica dos princípios que lhe conferem uma natureza diferente, é um partido revolucionário que luta pelo povo e com o povo.
Não sucumbiu durante a ditadura, nem se vergou perante o terrorismo bombista e incendiário, como não se curva perante as opiniões e pressões que, ciclicamente, lhe querem ditar a extinção e assinar o óbito.
Não vale a pena insistir. Os 97 anos da sua existência ensinam-nos que o seu compromisso é com o futuro. E este é um compromisso inquebrantável. Os sonhos não se aprisionam, os comunistas portugueses têm um sonho e o sonho tem Partido.
Imagem retirada da Internet
O Partido Comunista Português(PCP) celebra este ano o seu 97.º aniversário da sua existência. Mas mais do que olhar para o passado, que não deve nem pode ser esquecido, o PCP é um Partido do presente com um projeto de futuro.
O papel do PCP na atualidade política nacional, por mais que se pretenda diminuir, tem sido e continuará a ser o garante da defesa dos trabalhadores e do povo português, foi com a iniciativa e o contributo do PCP que se abriu caminho a uma solução governativa que colocou um ponto final na continuidade das políticas com que o PSD e o CDS/PP delapidaram o país, desvalorizaram os trabalhadores e abandonaram o nosso povo à sua sorte. Foi com o contributo e a iniciativa do PCP, não tenhamos ilusões por mais ilusionistas que por aí pululem, que se deu início ao processo de reposição direitos e rendimentos, com os efeitos, diretos e indiretos, que são comprovados pela melhoria dos indicadores sociais e económicos que, apesar dos esforços da direita para os menorizar, são reconhecidos interna e externamente.
Imagem retirada da Internet
A capacidade de intervenção e a influência do PCP não dependem só da sua representação institucional, mas sem maiorias absolutas, em 2019, e com o reforço da sua votação e do número de deputados eleitos maior será a sua influência e capacidade de contribuir para as soluções políticas que o país necessita para se libertar das pressões externas e dos oligopólios financeiros que dominam e influenciam a política da União Europeia.
O PCP confia e os portugueses sabem e confiam que este Partido não lhes falta na vanguarda das lutas do presente sempre com os olhos postos no futuro. Um futuro que permita construir uma política patriótica e de esquerda que devolva a Portugal a sua soberania, e ao seu povo a dignidade.
O PCP mantém-se fiel aos seus princípios ideológicos, só o desconhecimento e a má fé podem dar sustentação aos epítetos de sectário e dogmático pois, é a própria matriz ideológica que lhe confere a natureza e identidade que o contraria, ou seja, os comunistas não querem antecipar dogmaticamente o mundo, mas encontrar, a partir da análise deste mundo velho, o mundo novo.
Ponta Delgada, 06 de Março de 2018

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 07 de Março de 2018

terça-feira, 6 de março de 2018

... do presente e do futuro






Excerto de texto a publicar amanhã na imprensa regional e aqui, no blogue momentos





(...) O papel do PCP na atualidade política nacional, por mais que se pretenda diminuir, tem sido e continuará a ser o garante da defesa dos trabalhadores e do povo português, foi com a iniciativa e o contributo do PCP que se abriu caminho a uma solução governativa que colocou um ponto final na continuidade das políticas com que o PSD e o CDS/PP delapidaram o país, desvalorizaram os trabalhadores e abandonaram o nosso povo à sua sorte. Foi com o contributo e a iniciativa do PCP, não tenhamos ilusões por mais ilusionistas que por aí pululem, que se deu início ao processo de reposição direitos e rendimentos, com os efeitos, diretos e indiretos, que são comprovados pela melhoria dos indicadores sociais e económicos que, apesar dos esforços da direita para os menorizar, são reconhecidos interna e externamente. (...)

segunda-feira, 5 de março de 2018

Os atalhos da privatização

Imagem retirada da Internet
Estando em curso o processo de privatização parcial de uma empresa pública regional, em minha opinião, estratégica para a Região e, como tal, devia permanecer do domínio público da Região. Mas esta minha opinião não é propriamente uma novidade, nem é sobre a SATA de que trata esta reflexão que aqui partilho. Também não é sobre a triste estória da privatização do Banco Comercial dos Açores (BCA), sobre a qual ainda se ouvem profundos e audíveis lamentos com origem nos mais diversos setores da sociedade açoriana.
A Portugal Telecom(PT) foi fundada em 1994 juntando a TP, TLP e a TDP, em 1995, ano em que foi objeto da primeira fase de privatização, tinha também absorvido a Rádio Marconi. Seguiram-se uma segunda (1996), uma terceira (1997), uma quarta 1999) e uma quinta fase de privatização (2000). No fim deste processo, que não ficou por aqui, restavam ao Estado português 500 ações Golden Share. Ações entregues em 2011, digamos a preço de saldo, aos acionistas privados. Nada disto será novidade e a estória com todos os pormenores é, no essencial, do domínio público e, como tal, não vou perder tempo a transcrever todos os detalhes.
Chegados aqui importa saber às mãos de quem foi parar a maior operadora de telecomunicações do país, empresa líder de mercado na televisão por cabo, operadora única da TDT, detentora da rede de fibra ótica nacional e, também do SIRESP. Pois é, a multinacional ALTICE, dona da PT, até controla o sistema nacional de comunicações de emergência. Ou seja, a PT uma empresa nacional e estratégica no plano das telecomunicações foi parar às mãos do capital apátrida, cujo objetivo não é certamente satisfazer os interesses nacionais.
Os processos de privatização por muito que se anunciem transparentes têm destas coisas, há sempre uns atalhos que escapam às nobres declarações de princípio e o desfecho é sempre o mesmo. Não sei porquê veio-me agora à lembrança o caso dos CTT, outro exemplo, aos quais se podem juntar outros, de delapidação do património nacional sem que daí tenha resultado o que quer que seja de bom para os portugueses e para Portugal. O país vai empobrecendo e os oligopólios financeiros engordando e, sobretudo, controlando aquilo que devia ser controlado pelo povo português.

Imagem retirada da Internet
A ALTICE nunca escondeu ao que vinha e agora pretende, com a aquisição do Grupo Media Capital, estender os tentáculos do polvo. A concretização desta estratégia da ALTICE não pode, nem deve ficar fora do debate político e público. Tratar-se-ia de associar a todas as dimensões estratégicas, que já domina em Portugal, canais de televisão abertos e de cabo, rádios, portal da internet e produção de conteúdos. O que é que política tem a ver com esta operação comercial do domínio privado, Porque, quer se goste, quer não se goste, viola princípios constitucionais que se relacionam com a concentração de propriedade e titularidade dos meios de comunicação social (art.º 38 e 39 da Constituição da República Portuguesa).
Julgo que está bom de ver que esta concentração de poder, domínio das principais plataformas mediáticas e o poder quase absoluto nas telecomunicações, podem ter como resultado várias implicações e condicionalismos que em nada favorecem a liberdade de informação e, em última instância, o próprio regime democrático. Esta questão não é um negócio privado no qual não somos tidos nem achados. Esta é uma questão de interesse público à qual não podemos, nem devemos ficar indiferentes.
Ponta Delgada, 04 de Março de 2018

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 05 de Março de 2018

... da privataria

Foto by Madalena Pires (S. Miguel, 2017)






Fragmento de texto a publicar amanhã na imprensa regional e também aqui, no momentos








(...) Chegados aqui importa saber às mãos de quem foi parar a maior operadora de telecomunicações do país, empresa líder de mercado na televisão por cabo, operadora única da TDT, detentora da rede de fibra ótica nacional e, também do SIRESP. Pois é, a multinacional ALTICE, dona da PT, até controla o sistema nacional de comunicações de emergência. Ou seja, a PT uma empresa nacional e estratégica no plano das telecomunicações foi parar às mãos do capital apátrida, cujo objetivo não é certamente satisfazer os interesses nacionais. 
Os processos de privatização por muito que se anunciem transparentes têm destas coisas, há sempre uns atalhos que escapam às nobres declarações de princípio e o desfecho é sempre o mesmo. Não sei porquê veio-me agora à lembrança o caso dos CTT, outro exemplo, aos quais se podem juntar outros, de delapidação do património nacional sem que daí tenha resultado o que quer que seja de bom para os portugueses e para Portugal. O país vai empobrecendo e os oligopólios financeiros engordando e, sobretudo, controlando aquilo que devia ser controlado pelo povo português. (...)

sábado, 3 de março de 2018

Tentativa frustrada - crónicas radiofónicas

Foto by Madalena Pires (algures no Sahara, Fev. 2018)





Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105FM

Hoje fica o texto da crónica emitida a 23 de Dezembro de 2017 que pode ser ouvida aqui










Tentativa frustrada

De ano para ano, de Natal para Natal tenho mais dificuldade em formular votos de um Bom Natal e de prosperidade para o novo ciclo temporal que se inicia por estes dias. Não porque não o deseje e sinta, mas porque as palavras que trocamos por estes dias e os comportamentos assumidos perante os outros são de mera circunstância e, ainda que tenha uma esperança inabalável num Mundo melhor, constato a cada Natal que o Mundo não está melhor.
É incontornável, mas tenho-o evitado. Esta tentativa de fuga, Sim trata-se uma tentativa pois, daqui a pouco soarão as palavras mágicas e que todos esperam ouvir. Mas, como lhe dizia, esta minha escusa ao que é comum tem razões e, não são as razões que a razão desconhece existe uma razão para esta minha recusa e que tentarei, mais adiante justificar. 
Já o escrevi e publiquei onde habitualmente partilho algumas considerações com quem ainda lê e cultiva a reflexão crítica. Compartilhar. Esse é o objetivo, se o alcanço, ou não só mesmo os ouvintes e leitores o poderão dizer. Alguns dizem que sim, outros que nem por isso, outros são liminarmente contra. Contra o que quer que seja e, outros ainda, não dizem nada, mas vão ouvindo e lendo. O que, em si mesmo, é bom. Não porque o texto nasceu aqui deste lado e as palavras são minhas, mas porque alguém se apropria delas, ouvindo, lendo e ajuizando como muito bem entender. E, é nesse momento que as palavras ganham importância. Até agora não tinham importância, eram apenas minhas, estas palavras, Palavras por vezes sem nexo e à procura mais de uma lógica, que do formalismo linguístico que as ordena lhes dá sentido e rigor, isto tudo sem deixar, porém, de ter em vista uma ética social e política de intervenção para elas, estas e as palavras que se vão seguir.
Mais um Natal… e o Mundo não melhorou. O Mundo desde o último Natal, aquele Natal em que formulámos votos de renovada esperança num Mundo melhor, piorou. Foi o nosso Mundo que piorou não aquele Mundo distante chamado por vezes de Terceiro Mundo. O Mundo dos países pobres ou em desenvolvimento. Não, Não foi esse Mundo foi o nosso Mundo que piorou. Os outros Mundos, que há alguns Natais se afiguravam tão remotos, não têm como piorar. Como poderiam esses Mundos piorar se os seus cidadãos estão há séculos parados no limiar da dignidade humana, impedidos por uma qualquer barreira física ou virtual de passarem o patamar que lhes dá entrada num Mundo onde os desperdícios são uma obscenidade.
O Mundo não melhorou apesar de todos os votos repetidos a cada ano, apesar das promessas que recheiam os discursos da quadra natalícia o Mundo está mais igual na desumanidade que flagela os povos quer sejam do Norte rico ou, do pobre Sul. O Mundo está mais igual na desgraça que graça pelo Mundo.
A esperança sendo velha como o tempo continua inabalável na confiança que tenho no futuro. O nosso futuro coletivo pode ser melhor. E é por isso que lhe desejo um Feliz Natal e os votos de Boas Festas, para si e para todos os nossos concidadãos que partilham o nosso tempo e a nossa casa comum. Faço-o com a consciência que para todos nós podermos aceder ao padrão mínimo daquilo que consideramos serem umas Boas Festas não nos podemos ficar apenas pelo desejo que um dia isso venha a ser possível. Temos de ir mais além e não nos quedarmos apenas pelo espírito natalício.
Tenha um Feliz Natal.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 23 de Dezembro de 2017

sexta-feira, 2 de março de 2018

Ainda os 10 anos do momentos

Imagem retirada da internet
Para fechar o dia em que o momentos completa 10 anos de atividade fica a Barcelona Gipsy balKan Orchestra, não é por acaso. Como nada é por acaso o que aqui se vai publicando.

Não deixem de entrar no vídeo e divirtam-se.


Belly dance nos 10 anos do momentos

Imagem retirada da internet


10 anos merecem uma comemoração especial.
E porque especial é a belly dance, aqui numa interpretação de Nataly Hay, vamos iniciar a festa.


momentos - 10 anos na blogosfera

No dia 02 de Março de 2008 nasceu este blogue, a estória que lhe está na origem pode ser lida aqui
O momentos é um blogue pessoal e generalista e que não tem outras pretensões a não ser de produzir um espaço de divulgação. A partilha de opinião, o gosto e as preferências do autor são a sua essência. E o autor continua satisfeito com este seu espaço.
Talvez necessite de uma reformulação que o torne mais dinâmico e atrativo, Tem razão quem me tem transmitido essas sugestões e críticas. E assim será quando tempo houver.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Gugu Mbatha-Raw - a abrir Março






Para abrir este Março tempestuoso o momentos traz a serena beleza de Gugu Mbatha-Raw
e, com ela, o desejo de que o mês da Primavera seja de renovação de esperanças e de concretização dos vossos sonhos.





Com os votos de um excelente mês de Março que é da Primavera, mas também do blogue momentos que amanhã (dia 2) comemora 10 anos de existência.