segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Delila Paz - a abrir novembro




Bonitas são as mulheres que lutam.

Delila Paz, vocalista e baixista dos “The Last Internationale"

A música deste grupo de hard-rock é engajada com as questões sociais, é música de intervenção. 









O rock também pode, e deve, ir mais além na construção de uma contracultura musical. O que não sendo novo, não deixa de ser gratificante ver esta jovem mulher e este grupo desalinhados do mainstream.











sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Frida Kahlo - a abrir Outubro


Não é a primeira vez que aqui trago Frida Kahlo e, por certo, não será a última.


Sobre a sua obra e existência nem me atrevo a tecer considerações. Gosto da forma como passou pela vida e admiro o seu legado artístico, É único.

 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Luís Carlos Decq Mota - 1948/2021

O Luís Carlos Decq Mota partiu! O dia desgostou-se. 

Um manto da tristeza abateu-se sobre a família, os amigos e todos quanto o admiravam e respeitavam como médico, como homem, como cidadão.

A dimensão humanista do Luís Carlos, reconhecida por quem com ele privou, não cabe nestas, ou em muitas outras palavras que venham a ser ditas ou escritas para o recordar.

O Luís Carlos Decq Mota era um daqueles seres únicos e imprescindíveis que dedicou a sua vida a servir a comunidade.

Fico com a memória do amigo e camarada.

Que bons ventos te acompanhem nesta largada do cais da vida.

Até sempre Luís Carlos!  


domingo, 1 de agosto de 2021

Peleteiro, Mamona e Rojas – a abrir Agosto

imagem retirada da internet
Mulheres de ouro. Não é comum as(os) atletas que partilham o pódio festejarem em grupo, mas Peleteiro, Mamona e Rojas mostraram que é possível fazê-lo. Esta atitude das três mulheres, que competiram pelo pódio no triplo salto nas olimpíadas de Tóquio, demonstra inequivocamente que na competição desportiva nem tudo se limita aos resultados, outros valores podem e devem ser cultivados.



Talvez seja este o espírito olímpico de que tanto se fala.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

#LetCubaLive

 

Há 68 anos (26 de julho de 1953) teve lugar o assalto ao quartel de Moncada, Santiago de Cuba, ao quartel Carlos Manuel Céspedes, no município de Bayamo. A ação de Fidel Castro e dos seus companheiros de armas não teve sucesso, grande parte dos revolucionários morreram durante o ataque e os sobreviventes foram presos e condenados.

Esta data deu origem ao movimento 26 de Julho que, em 1957, com apoio de outras organizações opositoras à ditadura de Fulgêncio Batista, deu início a partir da Sierra Maestra de uma luta de guerrilha que culminou com a vitória, a 1 de Janeiro de 1959, dos revolucionários liderados por Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raul Castro, de entre outros.

Cuba vive uma situação complexa como complexos são os tempos pandémicos, mas apesar das dificuldades internas, grande parte delas provocadas pelo desumano bloqueio que os EUA impõem a Cuba, o povo cubano não baixa os braços em defesa da sua Revolução, da liberdade e da dignidade. Hoje foi mais um dia de luta, hoje foi 26 de Julho (M - 26-7).

#SiempreEs26

domingo, 25 de julho de 2021

a Otelo Saraiva de Carvalho

imagem retirada da internet

Nunca escrevi ou comentei sobre o papel de Otelo Saraiva de Carvalho na Revolução portuguesa. 

No dia da sua morte não posso deixar de o dizer: Obrigado!

Não é muito nem pouco, é justo.


terça-feira, 13 de julho de 2021

Sobre Cuba

 

A agressão externa a Cuba ao povo cubano não é de agora. As investidas tiveram o seu início com o derrube do governo de Fulgêncio Batista, ou seja, com o fim do governo delegado da administração estado-unidense na ilha.

Com ações terroristas armadas, Baía dos Porcos, com atos bombistas (hotéis e avião da Cubana de Aviaçon), com ataques biológicos e, com o bloqueio económico. Estas ações são as que têm maior visibilidade e, ainda assim, a generalidade dos cidadãos do mundo ocidental não as conhece. O bloqueio, talvez. Afinal já foram aprovadas, pelas Nações Unidas, mais de duas dezenas de resoluções a pedir o fim do embargo (desde 1992 que a ONU aprova resoluções contra o embargo, a última das quais aconteceu a 23 de junho de 2021), de alguma delas a comunicação social deve ter feito eco.

Mesmo tendo consciência dos efeitos do bloqueio/embargo a Cuba vê-se por aí muito cidadão (liberais e da esquerda moderníssima) a afirmar que as dificuldades de Cuba se devem ás opções políticas do povo cubano e dos seus governantes, e que o bloqueio/embargo só serve como desculpa para justificar as insuficiências cubanas.

Se assim é, caros senhores e senhoras, então levantem o bloqueio e acabam-se as desculpas.

A agressão externa (guerra híbrida) a Cuba e ao povo cubano teve nos últimos meses um forte investimento (milhões de dólares) para procurar a ocorrência de uma tempestade social que colocasse em causa a revolução cubana e as suas conquistas.

Quem conhece um pouco da história cubana tem consciência de que não é tão fácil como parece. Os cubanos mais do que outros povos prezam a sua soberania e a sua pátria e, como se viu, mobilizaram-se para por cobro à ação de agentes pagos pelos Estados Unidos que aproveitaram manifestações de descontentamento do povo cubano, aliás só mesmo quem não conhece, ou pouco conhece, teve a veleidade de pensar que a reação do presidente cubano não seria a de ir para as ruas de San Antonio de los Bãnos falar com os descontentes, tal como Fidel de Castro foi para a Baía dos Porcos aquando da invasão.

Cuba, o seu povo e o seu governo reconhecem as dificuldades, não as escondem e apenas têm uma exigência, exigência que deveria ser de todos pois, trata-se de uma questão de humanidade: o cumprimento das Resoluções das Nações Unidas, ou seja, O FIM DO BLOQUEIO.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 13 de julho de 2021  


segunda-feira, 5 de julho de 2021

Cabo Verde

foto by Aníbal C. Pires


Hoje comemora-se o Dia da Independência de Cabo Verde. Para assinalar esta data republico um texto escrito e publicado em julho de 2004.





Cabo Verde visto de fora

foto by Aníbal C. Pires
Seja pela imensidão dos espaços continentais, pela peculiaridade e beleza das regiões insulares, da cultura e encantamento dos seus povos, pela guerra colonial com que, mesmo sem a viver, com ela cresceu, ou, apenas, pelo mítico magnetismo que exerce sobre quem a sonha. Quem sente os sons, cheiros e sabores desta terra fascinante a que ninguém fica indiferente e que todos os portugueses da minha geração, independentemente dos seus percursos de vida, têm no seu imaginário, África, Quem a sente não lhe fica indiferente.

O meu fascínio por África, e em particular por Cabo Verde, surgiu e foi-se desenvolvendo durante a minha infância, vá-se lá saber porque é que uma criança nascida e criada em terras do interior do continente português, e de onde só saiu quando jovem adulto, se sentia atraída por uma terra, um povo e uma cultura tão distantes, não disse diferente, nem digo, porque sempre senti pelo povo de Cabo Verde e pela sua cultura uma grande proximidade, talvez mesmo identificação, ainda que, por ser uma criança do interior, me faltasse o azul do mar e a sua imensidão.

Não sei se pela dolência das mornas, se pela harmonia das mazurkas, se foi a alegria do funaná e da coladeira, ou os ritmos alucinantes da tabanca e do batuque que o fascínio por esse povo, moldado pelo vento Leste, pelo imenso Atlântico, pela chuva que não cai e pela dor da hora di bai, foi crescendo e ganhando uma cada vez maior admiração.

foto by Aníbal C. Pires
Só muito recentemente o sonho de menino se concretizou, conhecer Cabo Verde. A afeição reforçou-se e, ainda que embargado pelos sentidos, compreendi porque, desde sempre, senti grande identificação com este povo e a sua cultura. A interioridade onde nasci e cresci, a insularidade e o viver ilhéu, de mais de vinte anos, facilitaram a compreensão e o estabelecimento de paralelismos, semelhanças e vivências que unem, e de diferenças que não afastam, antes se complementam e me aproximam mais do povo de Cabo Verde.

A estabilidade política, a consolidação do regime democrático e um exemplar aproveitamento da ajuda externa e, sobretudo, a dignidade e a vontade de um povo, catapultaram Cabo Verde para o grupo de países com um Índice de Desenvolvimento Humano médio. O percurso trilhado nos últimos vinte nove anos por este pequeno país africano, insular e arquipelágico e, a que os técnicos do Banco Mundial vaticinaram a inviabilidade económica, é exemplar para África e, em particular, para os restantes Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Cabo Verde, micro estado insular, arquipelágico e Atlântico, comemorou, no passado dia 5 de Julho, o vigésimo nono aniversário da sua independência, em vez de apreciações sobre percurso trilhado ou, de uma análise prospetiva sobre o futuro deste jovem país no quadro da Macaronésia, das relações com os Açores e da estratégia de aproximação à União Europeia, e para além do que já ficou dito, gostaria de deixar algumas linhas de homenagem à comunidade transnacional cabo-verdiana – os cabo-verdianos da terra-longe.

foto by Aníbal C. Pires
Para os cabo-verdianos, o que hoje parece ser fruto das modernas tecnologias e da globalização, o transnacionalismo, tem sido um modo de vida desde o século XV. As comunidades cabo-verdianas encontram-se dispersas por quatro continentes e 18 países, sendo que, a comunidade da Nova Inglaterra é considerada a mais antiga e maior. As semelhanças da emigração cabo-verdiana com a emigração açoriana, para os Estados Unidos, estão descritas em estudos académicos, na história da baleação e na literatura. Dias de Melo, em Pedras Negras, não por mero acaso ou qualquer razão de ordem literária, coloca no convés da barca baleeira que levaria o Francisco Maroco e o João Peixe-Rei para a aventura americana um cabo-verdiano, “(…) António, Tony me chamam aqui a bordo, e nasci em Cabo Verde. É melhor vocês mudarem também os nomes p’ra americano. John… Frank…. Venham comigo. (…)

A dispersão dos cabo-verdianos pelo mundo tem origem nas clássicas motivações da emigração, comuns a muitos outros povos. E, também, como muitos outros povos o ideário de retorno à terra-mãe está sempre presente, embora, como se sabe, poucos retornem. A coesão e pujança da comunidade transnacional cabo-verdiana assentam em dois pilares, que foram, igualmente, basilares na construção da própria cabo-verdianidade e identidade nacional. O crioulo, língua nacional, e a representação coletiva do território, a relação com a terra-mãe, que nos cabo-verdianos tem um acentuado carácter mágico-religioso.

Para os cabo-verdianos da terra-longe e, em particular aos que vivem e trabalham na Região Autónoma dos Açores, aqui fica a minha homenagem e os votos de que Cabo Verde possa continuar na senda do progresso e do desenvolvimento.


Ponta Delgada, 08 de Julho de 2004


Lyudmila Pavlichenko - a abrir julho

imagem retirada da internet



Lyudmila Pavlichenko, sem mais palavras, abre o mês de julho no momentos.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Valentina Terechkova - a abrir junho

imagem retirada da Internet


Valentina Vladimirovna Terechkova, nascida a 6 de Março de 1937, numa aldeia do distrito da cidade de Iaroslavl (250 km a nordeste de Moscovo), foi a primeira mulher no mundo a viajar pelo espaço.




imagem retirada da internet



Em Junho de 1963, a URSS lançou para o espaço, a partir de Baikonur, duas naves espaciais, a Vostok 5, no dia 14 desse mês, pilotada por Valeri Bykovski, e a Vostok 6, no dia 16, pilotada por Valentina Terechkova, a primeira e única mulher a pilotar sozinha uma nave espacial.

No total, Valentina completou 48 órbitas à Terra em 71 horas (quase três dias). Ambas as naves aterraram no dia 19 de Junho.

fonte

segunda-feira, 17 de maio de 2021

de quem fica, de quem parte

foto by Aníbal C. Pires




fragmento de texto escrito a

2 de junho de 2011 e hoje revisitado







(...) O cais da partida e do almejado regresso transmutou-se. A tristeza dos que ficam, a saudade que já germina nos que partem, não muda nunca. Não muda ainda que esse seja um secular fado do povo português: abalar, já a magicar no retorno.

Da baía abrigada do porto para a aerogare. Dos intermináveis dias de viagem para umas fugidias horas, da pedrinha escrita no cais para o sms, da carta escrita para o mail, do telefone fixo, ou móvel, para o skype.

Conquistas da ciência e da técnica que afagam os sentimentos e dão a sensação de proximidade mas que não evitam, na hora da partida, aquele aperto no peito, os dentes cerrados tentando impedir uma lágrima que teima em assomar e rolar pela face e, o sentimento de vazio que, ao último beijo, ao derradeiro aceno, enche a alma de tristeza de quem fica, de quem parte. (...)


domingo, 16 de maio de 2021

gosto de música e pronto

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a

12 de fevereiro de 2011 e hoje revisitado







(...) Quando me perguntam: Qual o género musical que preferes? A resposta que costumo dar, normalmente, não deixa o interlocutor satisfeito: Não tenho. E assim é na realidade. Não tenho preferência por este, aquele ou aqueloutro género musical, talvez por de música não perceber rigorosamente nada. Gosto de música e pronto! E para gostar basta que a sinta. Gosto quando me predispõe a dançar, gosto quando me convida à reflexão, gosto quando me faz sorrir e, por vezes chorar, gosto quando a melodia e as palavras me provocam arrepios na alma. Gosto! É assim como a paixão que tem razões que a razão desconhece. A fruição da música é, em mim, um ato pouco racional… é instintivo, animal, primário. Gosto, ou não gosto, independentemente do género musical. Gosto do hip-hop do Valete mas não gosto do liricismo do Pac-man, vá-se lá saber porquê e eu… não quero saber. E, por favor, não me tentem explicar. Vivo bem com os meus instintos e com as minhas músicas. (...)

segunda-feira, 10 de maio de 2021

aprendendo o que só se pode aprender brincando

foto by Aníbal C. Pires


fragmento de texto escrito a

13 de agosto de 2010 e hoje revisitado






(...) preocupa-me que na organização da vida das nossas crianças não esteja contemplado algum tempo para que possam brincar, fora do monitor do computador, da consola dos jogos de vídeo, do telemóvel, da televisão, únicos momentos em que, porventura estão a desenvolver uma actividade lúdica sem o controle de um adulto responsável. Na verdade, todo o tempo das nossas crianças é planificado em actividades organizadas e controladas por adultos que tudo decidem e resolvem. Tenho dúvidas, muitas dúvidas que isso seja bom para o desenvolvimento e formação integral das crianças. As dúvidas são mesmo minhas e comigo ficam pois, quem administra a educação na Região e no País parece que não as tem, uma vez que a grande preocupação tem sido garantir que as crianças e os jovens nunca estejam sozinhas, ainda que sem nenhum objectivo de ordem didáctico ou pedagógico.

Que bons que eram os tempos em que se aprendia e se brincava aprendendo, o que só se pode aprender brincando. (...) 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

um governo à to(n)a

foto by Aníbal C. Pires
Não posso afirmar, a língua não deixa, que o XIII Governo regional se está a esboroar. A génese do atual governo dos Açores é, ela própria, concebida na base de fragmentos, uns maiores outros mais pequenos. A dimensão dos fragmentos não corresponde à importância decisória, o que aborrece o fragmento maior, também ele esboroado internamente. 

Dito isto, importa interpretar todos os sinais, que já estão a configurar-se no horizonte próximo, para perceber até quando e como esta coligação esboroada se vai submergir nas suas próprias contradições. Não é possível, como sabemos, conciliar o inconciliável.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 6 de maio de 2021

Esboroar - Reduzir ou ficar reduzido a pequenos fragmentos.

"esboroar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021,

domingo, 2 de maio de 2021

Bem hajam - na apresentação do livro "Esperança Velha e Outros Poemas"


Intervenção de agradecimento 
na Apresentação do livro

Esperança Velha e Outros Poemas, 

Aníbal C. Pires, poemas, Ana Rita Afonso, ilustrações 

Letras Lavadas, 2020“

Às 18h Açores, 19h Lisboa, de 2 de maio de 2021, 

live streaming no Facebook e no Youtube da Letras Lavadas

Boa tarde!

Não é apenas por cordialidade, ou porque é esperado que os autores enumerem um rol de agradecimentos, Não. Não é por isso que agradeço ao Vamberto de Freitas. Mais do que pela apresentação que fez deste livro de poemas, agradeço ao Vamberto Freitas tudo aquilo que com ele tenho aprendido e todos os momentos em que nos juntamos para conversar. Conversar do que quer que seja. Nem que seja do tempo meteorológico, do tempo que vivemos, de outros tempos, ou do que esperamos do porvir.

Muito obrigado Vamberto!


O meu agradecimento vai, também, para a Ana Rita Afonso que aceita, sem relutância, os desafios que lhe tenho feito. Sejam os desafios para embarcar nestas viagens pela escrita e pela ilustração, sejam outros que ao longo da nossa vida profissional, foram acontecendo.

A Ana Rita Afonso é uma boa amiga. Uma amiga que muito prezo e pela qual tenho uma admiração incomensurável.

Bem hajas Ana Rita!

Não posso deixar de registar uma nota de agradecimento ao poeta e ficcionista Henrique Levy, pela leitura do manuscrito, pelas sugestões que formulou e pelos reflexos que tiveram no produto final.

Obrigado Henrique Levy.

Quero, também, agradecer ao Mário Sousa. E este agradecimento não diz respeito apenas à sua participação com a leitura de alguns poemas durante esta apresentação. Agradeço ao Mário Sousa por tudo o que tenho aprendido com ele, sobre poesia e, sobretudo, como dizê-la.

Obrigado Mário Sousa e conta comigo para continuar a dar corpo e voz a outros projetos.

Ao Rafael Carvalho que, mais uma vez, disponibilizou um dos seus temas originais para a realização do pequeno vídeo promocional que abriu e, julgo, irá encerrar este evento virtual.

O Rafael merece todo o nosso reconhecimento pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver na promoção da viola da terra e na sua aprendizagem. Obrigado Rafael, também por isso. 

À Patrícia Carreiro uma palavra de reconhecimento e apreço, mas também de agradecimento. Reconhecimento e apreço pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver na divulgação dos livros, mas também da promoção da leitura. Uma palavra de agradecimento pela disponibilidade e forma como está a conduzir a apresentação do livro Esperança Velha e Outros Poemas, mas também, pela divulgação que tem feito deste livro com a leitura de alguns dos poemas.

Uma palavra de agradecimento ao todos os trabalhadores do grupo Publiçor/Nova Gráfica. Pela disponibilidade, simpatia e profissionalismo. Sem eles nada disto seria possível.

Muito obrigado o senhor José Ernesto Rezendes, o editor que me tem acolhido, mas também o criativo das artes gráficas a quem é reconhecido um valor inestimável no mundo das artes gráficas.

Por fim uma palavra de agradecimento à Madalena Pires, minha mulher, sem a qual não seria possível fazer tudo o que, ao longo da nossa vida em comum, tenho feito. 

Mas também aos meus filhos (Ana Amélia, Ana Catarina e João Miguel), e netas (Maria Margarida, Maria Benedita e Maria Luísa) que me inspiram e me enchem de alegrias.

Obrigado aos amigos e leitores que nos estão a acompanhar.

Obrigado a todos!

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 2 de maio de 2021


sábado, 1 de maio de 2021

as bruxas da noite - a abrir maio

imagem retirada da internet

De 1942 até ao fim da II Guerra Mundial “As Bruxas da Noite”, unidade da força aérea soviética exclusivamente formada por mulheres, levaram a cabo mais de 24000 missões de bombardeio sobre unidades do exército nazi.

Bonitas são as mulheres que lutam.

Para saber mais sobre esta unidade de combate clique aqui.


domingo, 25 de abril de 2021

leitura para gente madura e despida de preconceitos




Apresentação do livro

Memórias de Madre Aliviada da Cruz, 

Henrique Levy, Letras Lavadas, 2021“

Às 18h Açores, 19h Lisboa, de 25 de abril de 2021, 

live streaming no Facebook e no Youtube da Letras Lavadas





(…) pensada por homens e destinada a mulheres (…)

Henrique Levy


Leitura para gente madura e despida de preconceitos

Quero antes de mais, agradecer o convite do autor para apresentar o seu mais recente romance, agradeço também à Editora e Livraria Letras Lavadas o acolhimento desta iniciativa e a disponibilidade deste espaço virtual para partilhar com os leitores uma leitura, a minha leitura, destas memórias.

Ainda antes de vos falar de Madre Aliviada da Cruz julgo ser importante fazer menção ao Henrique Levy e à sua, já vasta, obra poética e ficcional.

o autor e a obra

Henrique Levy, poeta e romancista, é portador de uma identidade com várias pertenças. Cidadão português, nascido em Lisboa, com nacionalidade cabo-verdiana. Viveu em diversos países da Europa, Ásia, África e América. Reside, por opção, na ilha de S. Miguel. É autor de cinco romances: Cisne de África, 2009; Praia Lisboa, 2010; Maria Bettencourt Diários de Uma Mulher Singular, 2019; Segredo da Visita Régia aos Açores, 2020; e o novel Memórias de Madre Aliviada da Cruz, 2021.

O Henrique é também autor de seis livros de poesia, aliás a poesia é, direi eu, o seu território literário de eleição. São os seguintes os títulos de poesia publicados: Mãos Navegadas, 1999; Intensidades, 2001; O Silêncios das Almas, 2015; Noivos do Mar, 2017; O Rapaz de Lilás, 2018; Sensinatos, 2019. 

Editou em coautoria com Ângela Almeida, em 2020, o livro de poemas Estado de Emergência.

Editou e anotou A Sibylla Versos Philosophicos, 2020, de Marianna Belmira de Andrade, cuja primeira edição data de 1884.

O Henrique Levy é coordenador da editora açoriana Nona Poesia.

Deixei esta nota sobre o autor, embora tenha consciência de que o autor das Memórias de Madre Aliviada da Cruz é sobejamente conhecido nos meios literários, mas, ainda assim, julgo ser relevante esta informação.

o primeiro registo

Quando finalizei a leitura das memórias da longeva Madre Aliviada da Cruz publiquei nas redes sociais, como faço habitualmente, uma foto da capa com a seguinte legenda: uma sugestão de leitura para gente madura e despida de preconceitos. E assim é como tentarei explicitar, mas antes gostaria de olhar para a capa que, como todos sabemos, é um elemento importante do livro. 

a capa 

foto by Madalena Pires
E esta é, diria, uma capa muito bem conseguida que nos remete para um ambiente monástico, recatado e bucólico tão adequado a quem se dedica a escrever, sejam memórias, ou não. A mancha do lettring remete-nos para outras épocas, embora como poderão, depois, constatar as memórias foram escritas, pela própria Aliviada da Cruz, em maio de 2020, a cor também não será, de todo, inócua pois, a sua proximidade com uma das cores do Vaticano é uma evidência. Nada ficou ao acaso, nem mesmo o pequeno círculo, no canto superior direito, bordeado a vermelho e onde se pode ler: “aconselhável a mais de 18”, ou seja, este será um livro para gente adulta. 

Eu direi que este livro, independentemente da idade cronológica dos leitores, se destina a pessoas que tenham estórias de vida e, a maturidade que só essas estórias lhes pode conferir, por outro lado, e como já referi, para esta ficção de Henrique Levy é, também, aconselhada uma abordagem despida de preconceitos, ou seja, não será uma leitura para todas as almas, mas estou certo agradará a muitas mais.


as memórias – uma breve abordagem

Madre Aliviada da Cruz relata-nos, na primeira pessoa, as suas memórias ainda que tenha obliterado, por opção sua, um período da sua vida partilhada com Constança, ou melhor com Cacilda este sim o verdadeiro nome de uma santomense que veio servir para Lisboa, em casa dos tios de Madre Aliviada da Cruz.

Bento de Castro, Virgulino, Madre Benedita da Cruz e, mais tarde, Madre Aliviada da Cruz, estes são os nomes pelos quais, Benedita de Portugal e Castro, assim é o seu nome de batismo, foi conhecida em diferentes momentos da sua longa vida, alguns por opção, outros fruto da necessidade que a sua atribulada existência lhe impôs.

Já me referi, por mais de uma vez, à longevidade de Madre Aliviada da Cruz, importa, por isso, dizer as suas memórias atravessam o século XIX, o século XX e são escritas, pela própria, em maio de 2020.

O registo das memórias de Bendita de Portugal e Castro não obedece a uma ordem cronológica mais se parecem como a escrita de uma partitura, como a própria justifica: “(…) Optei por fazer seguir o ritmo destas Memórias como quem escreve uma partitura. (…)”. Esta escolha de Madre Aliviada da Cruz em nada prejudica a leitura e a compreensão, fiquem os leitores descansados, e tem uma justificação. Benedita de Portugal e Castro tem uma sólida formação humanística onde a música tem um papel importante como se verá quando, no Convento de Santo André, em Vila Franca do Campo, propõe a criação de um Orquestra de Câmara composta por algumas das freiras em clausura.

Não vou tirar, aos potenciais leitores, o prazer de página a página, irem descobrindo esta inspiradora mulher. Mulher e religiosa que se eleva para o seu Deus através da sexualidade:“(…) As línguas humanas não encontraram nem sintaxe nem léxico para comunicar a relação das mulheres com o divino através do orgasmo. (…)”, ou “(…) nesta mulher destinada a encontrar no amor-dos-homens a consagração ao divino (…), mas também uma mulher libertária para alguns, proscrita para outros, pelo entendimento que tem dos ensinamentos de Cristo e que, em sua opinião, contrariam as práticas da sua igreja. Como quando se refere às contradições que encontra entre o que Jesus pregou e uma prática religiosa ao serviço dos poderosos. Esta nobre, duquesa, marquesa e duas vezes condessa, ao dirigir-se ao povo no dia em é empossada destes títulos nobiliárquicos e dá início a uma revolta dos trabalhadores da terra contra os proprietários que os exploram e animalizam, afirma o seguinte: “(…) Os senhores das terras, apoiados pela hierarquia da Igreja Católica, pressagiam ser a pobreza consequência do pecado e, nesse sentido, castigo de Deus. O objetivo é claro! Continuarem a explorar-vos, meus sagrados irmãos em Jesus Cristo. (…).

Este novo livro de Henrique Levy, se dúvidas tivesse, confirma o autor como um escritor de causas e, claramente, um homem de convicções, mas também um profundo conhecedor da sociedade em que vive, não só a sociedade açoriana, em particular a de S. Miguel, mas a sociedade global.

As mulheres e as suas lutas contra a misoginia e a sociedade patriarcal continuam a ser o objeto da sua intervenção literária, intervenção sim, escolhi a palavra. Henrique Levy dá um propósito interventivo á sua ficção. Diria, como Henry Miller: “If you can’t make words fuck, don’t masturbate them”, assim é, na minha opinião, a escrita de Henrique Levy, as palavras atingem o âmago, não escorrem por entre os dedos das mãos que folheiam as páginas dos seus livros.

Mas se o Henrique é um escritor que dá propósito à sua obra ficcional, e também um autor que domina a linguagem com uma mestria invejável, seja a linguagem popular, sejam os códigos mais eruditos.

Como exemplos deixo-vos algumas passagens que, procurarei não contrariem a promessa que há pouco vos fiz, ou seja, não vos retirar o prazer da descoberta destas Memórias, assim e para ilustrar o que atrás ficou dito sobre o estilo, a criatividade e o domínio da língua portuguesa, leio-vos estes excertos das Memórias de Madre Aliviada da Cruz:

(…) A sala de música pareceu pequena para o arredondado silêncio que a percorreu (…)

(…) Escusado será dizer que nessa noite me senti como Deus. Escrevi direito por linhas tortas. Os leitores que me perdoem, se este texto vos parecer um enviesado. É o que dá, escrever como Deus. (…)

(…) Misturávamos as línguas e a saliva com o mesmo ímpeto com que se amassa o pão. (…)

(…) A madre meteu esse homem na conversa e eu fiquei baratinada. Mas que homem, Diabo-a-Sete!? Que homem! Mulher de Deus! Esse tal Advérbio (…)

(…) Juro não mais pronunciar o nome desse tal seu eleito e, quem sabe, para sempre amado, senhor Advérbio (…)

(…) Daí ter-me entregado à clausura monástica feminina, pensada por homens e destinada a mulheres. (…)

(…) Vestia um luto que de tão negro era assustador. Não lembrava uma andorinha. As andorinhas são leves, frágeis e esvoaçantes. Minha mãe era pesada, nunca levantando voo. Assemelhava-se mais a uma panela bojuda, assente na trempe da cozinha, tisnada pelo fogo. (…)

Estes pequenos excertos exemplificam, em minha opinião, a dimensão literária deste novo romance de Henrique Levy. Livro sobre o qual muito mais virá a ser dito por quem, devidamente qualificado, venha a avaliá-lo através de recensões e ensaios de crítica literária, por mim sempre direi, como já o fiz em outras ocasiões que: a prosa literária de Henrique Levy é surpreendentemente provocadora e a sua leitura um prazer indizível.

Para terminar apenas mais duas breves notas. 

Estas memórias estão depositadas, segundo nos diz Benedita de Portugal e Castro, na Biblioteca Pública e Arquivo Histórico de Ponta Delgada dando até a referência à cota para mais fácil pesquisa.

Pode, ainda, o leitor endereçar correspondência a Madre Aliviada da Cruz pois encontrará no livro o endereço para tal. Se o fizer espero que venha a ter a sua resposta.

Obrigado pela Vossa atenção!

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 25 de Abril de 2021


quarta-feira, 21 de abril de 2021

do passado ou do presente

foto de Aníbal C. Pires



fragmento de texto escrito a 

16 de março de 2010 e hoje revisitado





(...) As alterações que foram introduzidas tiveram como consequência a descredibilização da Escola e dos agentes educativos e, por conseguinte, desmoronou-se todo o reconhecimento público do seu papel social e educativo.

Confundir a Escola com uma organização que persegue objetivos de produção é um erro que pagaremos caro no nosso processo de desenvolvimento. A Escola é uma instituição e, como qualquer instituição, cumpre uma missão. Não persegue objetivos organizacionais e empresariais. 

A verdade é que o analfabetismo funcional é dramático e que o ambiente escolar em nada corresponde ao propagandeado sucesso das políticas educativas.

Os educadores e professores vivem o drama da desconstrução do seu tempo de trabalho e da essência da sua profissão e, como se não bastasse, ainda os crucificam atribuindo-lhes a responsabilidade pela ineficácia do Sistema Educativo e pela degradação da qualidade do Ensino Público. (...)


segunda-feira, 19 de abril de 2021

são os comentadores

imagem retirada da internet

fragmento de texto escrito a 


10 de setembro de 2010 e hoje revisitado




(...) Não sendo, assumidamente, um adepto de futebol não deixo, no entanto, de acompanhar o que à volta desse fenómeno de massas se vai passando nem poderia, pois, a comunicação social, sob as suas mais diversas formas, encarrega-se de o fazer mesmo sem que eu faça nenhum esforço. É a antecipação do jogo, é a unha encravada do craque, é o treino, é o aquecimento, é o árbitro, é o dirigente de uma SAD, é a Liga, é a Federação, são os adeptos, é a polícia, são os comentadores, são os contratos milionários, é a publicidade, são os direitos de transmissão, são as análises em estúdio aos erros de arbitragem, é o treinador e o adjunto, são os comentadores, é o apito dourado, são os 90mn de jogo, são as entrevistas relâmpago, é o tempo extra, é o dia seguinte, é o outro dia… são os comentadores, e, por aí fora até à exaustão. Percebo porque assim é mas, haja paciência para tanto “ponto cruz” e tão pouco futebol, (...)

sábado, 17 de abril de 2021

o preço a pagar

imagem retirada da internet


fragmento de texto escrito a 

31 de agosto de 2010 e hoje revisitado




(...) O modelo neoliberal, associado ao imperialismo, para se afirmar necessita, porém, do caos, dos conflitos armados, necessita, no fundo, de ter um inimigo que possa associar ao terror, exercendo pelo medo o domínio dos cidadãos sob a sua "protecção".

imagem retirada da internet
Só assim se compreende que muitos de nós estejamos acomodados aos tempos e dispostos a ser despojados de direitos e de rendimentos a troco de uma suposta segurança pessoal. Este é o imposto que o império nos cobra para manter afastado o perigo que, por agora, é... (...) 


quinta-feira, 15 de abril de 2021

apenas a solidão os acompanha

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a 

21 de dezembro de 2009 e hoje revisitado






(..) Às aldeias falta o riso das crianças, as antigas escolas primárias transformaram-se em centros de convívio para idosos, os antigos hospitais das misericórdias em lares para a terceira idade e os jovens adultos retomaram os caminhos da emigração.

foto by Aníbal C. Pires
Os lugares envelheceram e não há como escondê-lo por detrás da maquilhagem proporcionada pelos programas da União Europeia. As pessoas, pelo contrário, não escondem o tempo que por elas passou, nem escondem o seu desagrado pela forma como os lugares se foram exaurindo e transformando em espaços vazios de oportunidades onde apenas medram as atividades geriátricas.

Para as mulheres e homens em idade ativa não há lugar no espaço rural do interior continental que se transforma inexoravelmente num gigantesco lar de idosos. 

Nos anos sessenta e meados de setenta, para além dos idosos ficaram as crianças e as mulheres, os homens estavam na guerra colonial ou emigrados. Hoje os tempos são outros e os homens já não partem sozinhos, nem as mulheres se quedam por serem mulheres. Os idosos ficam, como sempre, desta vez sem crianças nem mulheres, apenas a solidão os acompanha no último pedaço de tempo que lhes falta ainda cumprir. (..)



terça-feira, 13 de abril de 2021

a economia da desgraça

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a 

25 de junho de 2009 e hoje revisitado





(...) Há quem faça das fragilidades sociais e económicas de alguns segmentos da população um modo de vida e se sirva para atingir objetivos que não são, certamente, os da resolução dos problemas dos seus semelhantes pois, se assim fosse, ficariam sem modo de vida. O que, está bom de ver, seria uma chatice para os próprios. 

imagem retirada da internet
Não será por acaso que nos últimos anos se começaram a ouvir algumas vozes autorizadas a colocar em causa o modelo de ajuda aos países em desenvolvimento e a estratégia de intervenção de algumas Organizações Não Governamentais (ONG). É a própria Organização das Nações Unidas (ONU) que reconhece que uma parte significativa dos apoios financeiros afetos a projetos de desenvolvimento nem sequer chega a sair do país financiador, ou que os Estados Unidos têm no seu programa de combate à fome nos países africanos uma forma encapotada de financiar o seu sector agrícola.

Mas não necessitamos de sair da nossa cidade, nem mesmo do nosso bairro, para perceber que à volta da desgraça alheia se estabeleceu uma rede de organizações constituída por indivíduos que prosperam na adversidade dos cidadãos.

A economia da desgraça alheia floresce na mesma medida em que a adversidade e a exclusão atingem um número maior de cidadãos. (...)


domingo, 11 de abril de 2021

e amam estas ilhas

foto by Aníbal C. Pires



fragmento de texto escrito a 

28 de maio de 2009 e hoje revisitado





(...) A presença de cidadãos de diversas origens geográficas e culturais na nossa Região não é um dado novo. Os Açores, à semelhança do território continental, desde sempre acolheram, e acolhem, cidadãos provenientes do Mundo. A integração destes cidadãos constitui um valioso contributo para a diversidade cultural, para a criação de riqueza e desenvolvimento dos territórios que os recebem. As motivações de quem aqui chega são diversas, como diversos são os motivos que aqui os vão fixando. (…) e amam estas ilhas/num amor feito/de amores-perfeitos (…) *

foto by Aníbal C. Pires
A consciência e o reconhecimento da multiculturalidade da sociedade açoriana contemporânea não constituem uma novidade. A dimensão deste fenómeno é que lhe confere uma importância acrescida. O número de estrangeiros que no limiar do Século XXI residia nos Açores e os muitos que por cá se fixaram, abriram novas oportunidades de desenvolvimento e progresso, mas também a necessidade de passar de uma atitude estática de aceitação e tolerância, associada ao conceito de multiculturalidade, para um patamar dinâmico de promoção da interculturalidade. Assumindo, assim, o pluralismo cultural como um diálogo positivo, entre identidades e culturas em transformação mútua. A promoção da interculturalidade favorece a capacidade de lançar pontes e aprender a viver com os outros num mundo mais tolerante, que é de todos.

foto by Aníbal C. Pires
Na realidade, os açorianos dispersos pelas suas nove ilhas e por todos os continentes, não são um monólito cultural. Muito pelo contrário, a identidade cultural açoriana é composta pela diversidade dos matizes e linguagens que o seu povo adquiriu nas longas viagens da sua diáspora e que acolheu e absorveu dos muitos povos que vieram para as nossas ilhas e aqui se fixaram e miscigenaram. (...)

*Excerto de um poema publicado no livro Esperança Velha e outros poemas

quarta-feira, 7 de abril de 2021

pelo céu dos Açores

foto by Aníbal C. Pires



fragmento de texto escrito a 19 de maio de 2009


(...) Sobrevoamos a ilha maior. Ao longe os ilhéus da Madalena. A Candelária vai ficando atrás e a majestosa montanha aproxima-se, a suavidade verde dos pastos antecede a encosta íngreme e negra. Bem no topo do vulcão adormecido, um planalto de onde emerge um pequeno cone que remata o recorte da montanha do Pico, qual pináculo de uma catedral. Para minha surpresa e agrado a aeronave roda para a esquerda e proporciona uma visão diferente da montanha e, numa amena diagonal rumamos a S. Jorge. 

A visão desfruta a magnífica paisagem da costa Sul da ilha de Francisco Lacerda, desde os Rosais à Calheta, para logo dar lugar à não menos excelsa costa Norte onde pontificam a Fajã dos Cubres e a Caldeira do Santo Cristo. Mais além… para Norte, recortada no horizonte, a Graciosa. (...)


segunda-feira, 5 de abril de 2021

da macaronésia

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a 13 de março de 2009


(...) As ilhas dos Açores estão inseridas numa região atlântica que pela sua singularidade preservaram um conjunto de exemplares da flora que remontam ao período terciário. Este facto mereceu-lhe a designação Macaronésia. O nome é originário do Grego: "makáron" => feliz, afortunado; e "nesoi" => ilhas, de onde resulta a designação de ilhas Abençoadas ou ilhas Afortunadas.

Quando viajamos pelas ilhas açorianas bem podemos constatar a bênção com que a natureza as dotou. Com exceção das ilhas Canárias, nos arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira e Cabo Verde) não havia população autóctone . 

A humanização da paisagem, nos quatro arquipélagos, decorrente do uso da terra e da ocupação territorial transformou estas ilhas e acrescentou-lhes um património histórico e cultural diverso, mas singular, que a par do património natural dotam estas ínsulas de características únicas que importa valorizar, enquanto potencial de desenvolvimento integrado, e preservar de modelos atípicos de modernização e uniformidade. Embora a indústria turística na Madeira, nas Canárias e em Cabo Verde se esteja a encarregar da sua descaraterização. Importa que nos Açores se tenha em consideração que a sustentabilidade de um setor, no qual se tem focado a estratégia de desenvolvimento da economia regional, se garante com a manutenção da sua singularidade. (...)  


sexta-feira, 2 de abril de 2021

pelos 475 anos de Ponta Delgada

foto by Aníbal C. Pires



a propósito dos 475 anos de Ponta Delgada republico este texto escrito em outubro de 2013



Cidade com portas e mar

Neste sábado, talvez por ser sábado e com a cidade envolta num manto de nevoeiro, sente-se, respira-se, tranquilidade. Até as gentes caminham mais devagar, sem pressas, até os jovens conversam em surdina, com gestos de ternura. Talvez por ser sábado, talvez para não despertarem o mito prometido para uma manhã de nevoeiro. Mas já não era alvorecer e mitos são mitos, não se deixam perturbar e muito menos influenciar. Porquê esta quietude húmida, quente… porquê esta dolência. Não sei, mas quero-a. Quero esta serenidade envolta nas místicas brumas que chegam do Sul. E fico aqui, vivendo o tempo, fico aqui a contemplar o dia na cidade com portas e mar.

E a noite abate-se sobre a cidade que hoje se vestiu de cinzento e tudo ficou ainda mais tranquilo. A quietude da cidade é, por vezes, suspensa pela luz dos candeeiros que ladeiam as praças e avenidas numa vã tentativa de abrir brechas na densa bruma e, pelos faróis dos raros carros que teimam em embaraçar a tranquilidade deste sábado. Aqui, nesta cidade vestida de cinzento para receber a escura e longa noite.


Ponta Delgada, 26 de Outubro de 2013


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Monika Ertl - a abrir Abril

imagem retirada da internet

Monika Ertl nasceu a 7 de agosto de 1937, em Munique, Alemanha e morreu (assassinada) a 12 de maio de 1973, em El Alto, Bolívia



A Monika Ertl atribui-se a “vingança” de Che Guevara. A 1 de abril de 1971, depois de uma viagem de 11 mil Km, Monika Ertl, guerrilheira do (ELN), executou, em Hamburgo, Roberto Quintanilla, o coronel boliviano que, a soldo da CIA, mandou mutilar e matar Che Guevara.

sábado, 27 de março de 2021

Gratidão

Recebi, pelo correio, um bloco de notas personalizado. Capa dura, preta, letras douradas, guarda personalizada.

Não encomendei, não comprei, nem está relacionada com publicidade.

Com o bloco de notas vinha uma carta de agradecimento pela minha participação, com um poema, no livro “Mulher Coração da Liberdade”.







Esta é a minha forma de dizer OBRIGADO. 

Obrigado à Letras Lavadas, à Nova Gráfica e à Publiçor pela oferta.









Mas a minha gratidão não é, apenas, pela oferta com que me brindaram. O meu público agradecimento vai para o conjunto de atividades da Nova Gráfica e da Letras Lavadas, e para o esforço que têm levado a cabo para afirmarem as artes gráficas e a atividade editorial dos Açores como uma referência nacional.


Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 26 de março de 2021


quarta-feira, 24 de março de 2021

um outro dia, Talvez

O texto foi escrito em agosto de 2017 e publicado aqui.



O vídeo, com um excerto do texto, foi publicado apenas no meu canal do Youtube. Hoje, às voltas que ando como baú, partilho-o no “momentos”.


terça-feira, 23 de março de 2021

do arquivo videográfico




Foi publicado em 2017, mas para quem não viu o vídeo de divulgação e não conhece este livro de crónicas fica este registo.








Deixo-vos um pequeno vídeo que serviu de divulgação ao livro Toada do Mar e da Terra – volume I (2003-2008).


domingo, 7 de março de 2021

Mulheres

Rosa Luxemburgo - imagem retirada da internet




Por muito que tente não encontro uma frase que melhor traduza a condição feminina e o quadro em que se deve desenvolver a luta das mulheres.







"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres."

Rosa Luxemburgo. 


Rosa Luxemburgo, nasceu no dia 5 de março de 1871 (há 150 anos), morreu (foi assassinada) em Berlin no dia 15 de janeiro de 1919. 


terça-feira, 2 de março de 2021

o momentos em números

foto by Madalena Pires


Em dia de aniversário do “momentos” ficam alguns dados sobre esta aventura na blogosfera:

- foi criado no dia 2 de março de 2008 por sugestão do Paulo Estêvão.

- tem 56 seguidores, esta é a publicação 2509 (média mensal 16 publicações), 772 comentários e 773806 visualizações (média mensal de 4960)

- é um blogue generalista e modesto e assim vai continuar.





As 10 publicações mais vistas são:

1 – Folga na Graciosa (Postado em 8 de jun. de 2013)

2 – O A330 da SATA lá se foi para a Hi Fly (Postado em 2 de abr. de 2018)

3 – E porque não um pouco de bom senso (Postado em 5 de jul. de 2017)

4 - Até sempre camarada Paulo - (1949-2017) (Postado em 22 de nov. de 2017)

5 - A Vitorino Nemésio está a necessitar de cuidados (Postado em 18 de abr. de 2017)

6 - Um incompreensível silêncio (Postado em 11 de dez. de 2017)

7 - Da Lua e da música que gosto e não gosto (Postado em 8 de jul. de 2017)

8 - A privataria ronda o Grupo SATA (Postado em 15 de ago. de 2017)

9 - Sem prevenção não há remedeio que nos valha (Postado 16 de out. de 2017)

10 - Da luta dos educadores e professores (não temos medo) – 4 (Postado em 6 de jul. de 2018)


O “momentos” vai continuar disponível e à vossa espera. 

Serão sempre bem-vindos.