domingo, 15 de agosto de 2010

Viajar é preciso

O prometido é devido.
O texto a que me referi no post anterior fica aqui publicado.

A viagem da procura, da descoberta, da aprendizagem, da consolidação de saberes e do conhecimento, do diálogo e interacção com outros povos e culturas tem vindo a ser subestimada, como parte integrante e complementar da formação pessoal e social.

Mas, viajar continua a ser uma fonte e um recurso de aprendizagens insubstituível. Dir-me-ão que, para viajar basta aceder à rede de informação e comunicação global (Internet) e temos o Mundo ali. Assim é, mas só parcialmente pois a percepção e as sensações só se adquirem utilizando todos os sentidos. Ora, isto só é possível abandonando o teclado e o monitor (impessoais) e partir à aventura da viagem para lá da linha do horizonte confinada pela janela da “net”, da família, do quintal, do bairro, da escola …
De momento estou a terminar uma viagem com um grupo de alunos, crianças ainda. Viagem há muito iniciada e com um percurso recheado de momentos de aprendizagem onde a valorização da cooperação, da criatividade, do espírito de iniciativa, da autonomia e da responsabilidade individual e colectiva foram mote.
A viagem culmina no final do ano escolar e do ciclo de ensino e para lá da linha de horizonte de cada um destes jovens aprendizes de viajante.
Jovens aprendizes de viajante que me coube acompanhar nesta viagem para lá do saber escolástico redutor e uniformizador do pensamento e do comportamento humano.
A visão unilateral, construída a espreitar às janelas confinadas por um horizonte desenhado por outros, será progressivamente substituída por representações pessoais e críticas construídas e fundadas nas suas próprias experiências, sensações, percepções e aquisição de saberes.
A viagem, das aprendizagens partilhadas e dos saberes, ao longo de um ano escolar é uma experiência gratificante e que enriquece todos quantos se dispõem a encetar percorrer os caminhos da cultura, da ciência e, sobretudo, da tolerância, da solidariedade, da diversidade e das interacções culturais.
Viajar pela cultura, viajar pelo conhecimento, viajar pela diversidade cultural é, viajar pela emancipação e liberdade que individualiza e liberta do domínio da uniformização do pensamento, do comportamento e da visão unilateral que distorce a história.
Porto Santo, 22 de Junho de 2007
Aníbal C. Pires, In Açoriano Oriental, 25 de Junho de 2007

As fotos fazem mostram dois aspectos de uma das actividades do projecto educativo do 6.º 8. A ida ao museu Carlos Machado e o seu retorno através de uma exposição de trabalhos recriados sobre as obras de arte contemporânea que foram ver. A segunda foto foi feita sobre um trabalho realizado pela turma e que faz parte da exposição de trabalhos que foi a público, em Dezembro de 2006, no Museu Carlos Machado.

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