quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A festa

No passado fim-de-semana realizou-se mais uma edição da Festa do Avante, foi a 34.ª Festa e uma vez mais se comprovou que aquele evento tem uma dimensão e natureza incomparáveis. A Festa contínua a afirmar-se, a cada ano que passa, como o maior evento cultural, social e político que se realiza em Portugal.
Não é a rentrée política do PCP, porque o PCP não sai para férias e reaparece ao fim da estação quente ou, se assim preferirem da silly season, utilizando uma linguagem mais in, - vejam só como o texto ficou logo mais atractivo. O PCP esteve e está diariamente em actividade por todo o país.
Mas voltemos à Festa e a algumas das palavras de Jerónimo de Sousa proferidas durante o comício ao fim da tarde do dia 5.
(…) Por aqui perpassou a alegria contagiante da juventude, a esperança e a confiança dos que recusam as inevitabilidades e a resignação, por aqui passou e passa a solidariedade humana, se deu o valor ao trabalho, à criatividade, ao que de mais nobre tem a política, se projectou o sonho e o ideal, sem dúvida mais avançado que a realidade mas que transformado em luta, levará a que o sonho e a realidade hão-de acertar o passo.
Uma Festa que é um espaço privilegiado para a cultura e a criação artística. Aqui, com esforço mas com grande fraternidade, criamos condições para que artistas e criadores de todas as formas de expressão encontrem lugar e espaço para apresentar aos visitantes da Festa os resultados do seu trabalho e do seu modo de olhar o Mundo.(…)
Das palavras transcritas pode inferir-se do espírito que leva, desde há vinte anos , centenas de milhar de pessoas à Quinta da Atalaia, Amora, Seixal mas, por muitas palavras que se escrevam ou, por muitas imagens que se vejam e muitos sons que oiçam não é possível, sem lá estar e viver a Festa ter a percepção da sua grandeza e essência, não obstante, a comunicação social, dita de referência, teima em menorizar já que não pode, de todo, obliterar a realização da Festa do Avante.
Fiz uma breve pesquisa sobre as notícias da Festa e a escassez é regra. A capacidade de realização dos militantes comunistas que com trabalho voluntário constroem aquela “cidade” e a põem a funcionar durante 3 dias incomoda-os. Incomoda-os o mar de gente que enche as ruas, avenidas e praças, incomoda-os a qualidade dos espectáculos, música, teatro, cinema, exposições, incomoda-os o internacionalismo e a solidariedade incomoda-os a alegria fraterna espelhada nos rostos.
Deixo-vos com duas expressões que se utilizam para descrever a Festa do Avante e quando puderem não deixem de conferir como elas se adequam àquela realização do PCP que acontece no primeiro fim-de-semana de cada Setembro.
“Há festas e festas mas ninguém te faz Festas como esta.”
“Não há festa como esta”
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 08 e Setembro de 2010, Angar do Heroísmo

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