terça-feira, 13 de abril de 2021

a economia da desgraça

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a 

25 de junho de 2009 e hoje revisitado





(...) Há quem faça das fragilidades sociais e económicas de alguns segmentos da população um modo de vida e se sirva para atingir objetivos que não são, certamente, os da resolução dos problemas dos seus semelhantes pois, se assim fosse, ficariam sem modo de vida. O que, está bom de ver, seria uma chatice para os próprios. 

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Não será por acaso que nos últimos anos se começaram a ouvir algumas vozes autorizadas a colocar em causa o modelo de ajuda aos países em desenvolvimento e a estratégia de intervenção de algumas Organizações Não Governamentais (ONG). É a própria Organização das Nações Unidas (ONU) que reconhece que uma parte significativa dos apoios financeiros afetos a projetos de desenvolvimento nem sequer chega a sair do país financiador, ou que os Estados Unidos têm no seu programa de combate à fome nos países africanos uma forma encapotada de financiar o seu sector agrícola.

Mas não necessitamos de sair da nossa cidade, nem mesmo do nosso bairro, para perceber que à volta da desgraça alheia se estabeleceu uma rede de organizações constituída por indivíduos que prosperam na adversidade dos cidadãos.

A economia da desgraça alheia floresce na mesma medida em que a adversidade e a exclusão atingem um número maior de cidadãos. (...)


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