Mais que o valor material os objectos carregam um valor simbólico. Esse valor extrínseco às coisas valoriza-as materialmente. Por exemplo uma t-shirt adquire um valor material muito superior ao seu valor real (matéria prima, custos de produção, distribuição e comercialização) se estiver associada a uma marca sobre a qual construímos uma representação relacionada, desde logo, com a qualidade mas, sobretudo, com o que ela pode representar na projecção da imagem de quem a veste e a desfila nas salas de aula e nos espaços lúdicos.
Nunca mais me esqueci quando um representante de uma marca de “sportswear” (roupa desportiva) em Portugal dizia num telejornal que os produtos da contrafacção produzida em Portugal era de qualidade superior ao produto original até na própria etiqueta.
Na altura dei por mim a pensar. “Então, mas que diabo, se a nossa indústria têxtil consegue padrões de qualidade tão elevados porque é que não temos as nossas próprias marcas e as afirmamos no mercado nacional e internacional. Porquê a crise no sector!?”. Depressa percebi o porquê! Não, os motivos nada têm a ver com os custos do trabalho em Portugal. Essa é mesmo a falácia com que nos atiram como grande argumento, sempre que se encerram ou deslocalizam unidades de produção no nosso país. Os motivos são outros e algo complexos relacionam-se com interesses instalados, com o domínio do mercado, com o marketing, etc.
O exemplo da roupa desportiva é apenas um de entre muitos outros exemplos sobre os quais podemos dissertar sobre o valor das coisas, neste caso será mais especular do que dissertar pois estou a escrever sem recurso a nenhuma consulta bibliográfica nem pesquisa documental, é tão-somente do senso comum que resulta da observação do quotidiano e do comportamento. É uma opinião não uma verdade absoluta se é que isso existe.
E porquê trazer o valor da coisas a este espaço nesta altura do calendário!? E porquê a roupa e não o valor da água, do leite, da cerveja ou dos refrigerantes!? Os exemplos não foram dados por acaso, sobre eles e o seu valor voltarei numa outra oportunidade. Quanto à questão da roupa!? Pois bem se o custo do material escolar e dos manuais deixa as famílias à míngua temos de lhe acrescentar todas as outras despesas, que só aparentemente não estão relacionadas com a frequência escolar, como sejam as roupas e toda uma panóplia de acessórios e adereços que o “marketing” impinge às crianças e aos jovens com o beneplácito das escolas e que as famílias suportam, com os conhecidos sacrifícios, incapazes de desconstruir junto das crianças e jovens a inutilidade de usar uma “t-shirt” e uns ténis de marca feitos nos confins do sudoeste asiático, mas concebidos por designers dos “states” e promovidos pelas estrelas do futebol mundial ao invés de usar roupa sem as etiquetas da “moda” mas de qualidade idêntica ou superior.
Talvez a Escola do futuro tenha algum papel a desempenhar sobre esta e outras questões. Os padrões de consumo terão a prazo, por via da escassez, de ser profundamente alterados e à Escola cabe dotar os seus formando do conhecimento que lhes permita fazer escolhas centradas no essencial contribuindo para que o consumo seja cada vez menos resultado de necessidades construídas pelos “magos” do marketing e uma opção que corresponda a uma necessidade objectiva.
Nunca mais me esqueci quando um representante de uma marca de “sportswear” (roupa desportiva) em Portugal dizia num telejornal que os produtos da contrafacção produzida em Portugal era de qualidade superior ao produto original até na própria etiqueta.
Na altura dei por mim a pensar. “Então, mas que diabo, se a nossa indústria têxtil consegue padrões de qualidade tão elevados porque é que não temos as nossas próprias marcas e as afirmamos no mercado nacional e internacional. Porquê a crise no sector!?”. Depressa percebi o porquê! Não, os motivos nada têm a ver com os custos do trabalho em Portugal. Essa é mesmo a falácia com que nos atiram como grande argumento, sempre que se encerram ou deslocalizam unidades de produção no nosso país. Os motivos são outros e algo complexos relacionam-se com interesses instalados, com o domínio do mercado, com o marketing, etc.
O exemplo da roupa desportiva é apenas um de entre muitos outros exemplos sobre os quais podemos dissertar sobre o valor das coisas, neste caso será mais especular do que dissertar pois estou a escrever sem recurso a nenhuma consulta bibliográfica nem pesquisa documental, é tão-somente do senso comum que resulta da observação do quotidiano e do comportamento. É uma opinião não uma verdade absoluta se é que isso existe.
E porquê trazer o valor da coisas a este espaço nesta altura do calendário!? E porquê a roupa e não o valor da água, do leite, da cerveja ou dos refrigerantes!? Os exemplos não foram dados por acaso, sobre eles e o seu valor voltarei numa outra oportunidade. Quanto à questão da roupa!? Pois bem se o custo do material escolar e dos manuais deixa as famílias à míngua temos de lhe acrescentar todas as outras despesas, que só aparentemente não estão relacionadas com a frequência escolar, como sejam as roupas e toda uma panóplia de acessórios e adereços que o “marketing” impinge às crianças e aos jovens com o beneplácito das escolas e que as famílias suportam, com os conhecidos sacrifícios, incapazes de desconstruir junto das crianças e jovens a inutilidade de usar uma “t-shirt” e uns ténis de marca feitos nos confins do sudoeste asiático, mas concebidos por designers dos “states” e promovidos pelas estrelas do futebol mundial ao invés de usar roupa sem as etiquetas da “moda” mas de qualidade idêntica ou superior.
Talvez a Escola do futuro tenha algum papel a desempenhar sobre esta e outras questões. Os padrões de consumo terão a prazo, por via da escassez, de ser profundamente alterados e à Escola cabe dotar os seus formando do conhecimento que lhes permita fazer escolhas centradas no essencial contribuindo para que o consumo seja cada vez menos resultado de necessidades construídas pelos “magos” do marketing e uma opção que corresponda a uma necessidade objectiva.
2 comentários:
Será que o poder da Marca define que “somos aquilo que compramos” ou será que “compramos aquilo que queremos ser”?
Longe vai o tempo em que se consumia por pura indispensabilidade. Muitos dos compradores actuais adquirem algo sobretudo pelo modo como isso os fazem sentir e a marca é o fio transmissor dessa sensação.
O cliente finge ser racional e cauteloso na compra, mas não o é e, em vez disso, adquire os produtos que lhe são incutidos de modo subconsciente pelas campanhas de marca e pelo próprio poder intrínseco desta.
Muitos jovens, infelizmente, escolhem cada vez mais os seus amigos pela sua aparência e não pelo que eles são verdadeiramente. Na minha modesta opinião, isso acontece devido à personalidade de cada um e ao ambiente em que vivem e esses, futuramente, serão pessoas sem interesse, ou seja, fúteis.
Mais do que uma questão de sensação pessoal, o consumo já se liga à questão da própria integração social.
Os comportamentos sociais tendem a tornar-se uma bitola da "normalidade". Se não consomes, és um excluído.
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