Aníbal C. Pires by Madalena Pires |
Ao longo dos últimos 8 anos aprofundei o meu conhecimento sobre as singularidades de cada uma das nove ilhas dos Açores e consolidei o conceito de Região e a necessidade de desenvolver políticas diferenciadas para cada ilha, tendo em consideração o seu potencial de desenvolvimento ancorado no capital endógeno de cada uma.
A coesão e o desenvolvimento harmonioso se, por um lado, dependem da existência de políticas regionais comuns, como por exemplo a saúde, educação, transportes, ainda que adaptadas às nove realidades específicas, não são sinónimo de replicação do mesmo modelo de desenvolvimento em todas as nossas ilhas. Cada uma delas é uma realidade e não podemos, nem devemos tratar por igual o que é diferente, sob pena de não promover a coesão e acentuarmos, ainda mais, as assimetrias sociais e económicas, como aliás se tem vindo a verificar nas últimas legislaturas.
Aprendi, ouvindo centenas de representantes de organizações e instituições com quem mantive encontros e reuniões.
Aprendi, ouvindo milhares de cidadãos que de forma espontânea se dirigiram a mim para falarem das suas preocupações, dos investimentos por fazer, dos baixos rendimentos, do desenvolvimento harmonioso que tarda, da precariedade no trabalho que se vai transformando em vidas precárias, vidas a quem foram subtraídos o sonho e a dignidade.
Também a todos eles agradeço pelo que me ensinaram. Aprendizagens que traduzi em propostas legislativas, resoluções, intervenções, em requerimentos, debates e interpelações.
Chegou ao fim mais um ciclo da minha vida pública, é um ciclo que se encerra não é o fim da minha intervenção e participação na vida social e política da Região. Não abdico dos direitos que a Revolução de Abril me conferiu de participar e intervir e fá-lo-ei até que a minha vida feche o seu ciclo.
Aníbal C. Pires by Ana Loura |
Ponta Delgada, 25 de Outubro de 2016
Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 26 de Outubro de 2016
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