Aníbal C. Pires by Madalena Pires |
Para quê mais palavras se não as ouvem, preferem ouvir as suas. Eu continuo a gostar mais de ouvir, do que falar, pode até não parecer, mas é assim. Também tenho desenvolvido o gosto pela escrita. Escrevo para mim embora, quase sempre, partilhe o que escrevo.
Não, as incontáveis estórias não são, por agora, publicáveis. Sendo do meu espólio pessoal constituem parte significativa do meu património imaterial. Talvez, quem sabe, o tempo e tudo o que ele transforma e apaga contribua para que o prefixo caia e, todas as estórias sejam contáveis.
Espero ainda aumentar o meu espólio de património imaterial o que não será difícil, se a existência o permitir. Se tempo houver para continuar a aprender com o que a vida tem para me dar. Sou um aprendiz e quero continuar a cultivar essa disponibilidade para ouvir e aprender, Sentindo.
Aníbal C. Pires by Madalena Pires |
Sentindo o odor de cada Primavera e a luz quente a iluminar os longos dias de Verão, sentindo a suave brisa de Outono afagar-me a face, sentindo a confortável sensação da chuva a bater nas protetoras telhas, o aconchego da casa e dos livros de Inverno.
E sempre, sempre a olhar o horizonte.
A olhar para aquele lugar além, bem no infinito. A olhar aquele lugar além, onde moram todos os sonhos de um menino que se fez homem. Um homem caminhando de mãos dadas com outros meninos, com outros homens que um dia foram meninos e tantos outros homens que o não foram.
São os sonhadores caminhando e carregando uma esperança velha e a vontade indómita de transformar o Mundo num lugar para todos.
Ponta Delgada, 15 de Novembro de 2016
Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 16 de Novembro de 2016
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