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Pode até não durar para lá de 2017, mas já valeu a pena. Mostrou qual o caminho da alternativa ao Povo português, Um caminho apertado pelas cercaduras de um PS comprometido com interesses e projetos políticos que não servem, de todo, o nosso Povo e o nosso País, Um caminho longe da rutura e da construção de uma política verdadeiramente patriótica e de esquerda, Um caminho trilhado com passos curtos, mas um caminho diferente das opções que levaram ao aprofundamento do empobrecimento dos portugueses e de Portugal que atingiu contornos dramáticos com o governo do PSD e do CDS/PP.
Pois é os indicadores sociais, económicos e, veja-se bem, até os indicadores financeiros melhoraram, e isto apesar da reposição de rendimentos e direitos, numa clara demonstração dos erros, ou melhor das opções, Sim porque foram opções, não foram erros, do governo do PSD e do CDS/PP. E não se trata de opções erradas, trata-se de opções conscientes, aliás o discurso do PSD e do CDS/PP mantém-nas, como boas e únicas, essas opções e, nas entrelinhas percebe-se que a direita faz uma oração diária para que não seja assim, ainda por cima com o PCP a protagonizar algumas das mais importantes (re)conquistas para os trabalhadores e para o Povo português. Isto dói-lhes.
A direita implora aos céus uma qualquer catástrofe política, nacional ou internacional, que lhes venha dar razão e que ponha fim a este estado de coisas, Talvez venha a acontecer, mas enquanto não acontece aprovam-se medidas para 2017, propostas pelo PCP, que vão beneficiar as famílias e as pequenas e médias empresas.
A redução, em 2017, de 1000,00 para 850,00€ do Pagamento Especial por Conta tendo o ano de 2019 como horizonte para a sua extinção, a gratuitidade dos manuais escolares para o 1.º Ciclo do Ensino Básico já no ano letivo de 2017/2018, ou ainda o alargamento do valor das despesas com a Educação a deduzir em sede de IRS, são três exemplos das duas dezenas de medidas, propostas pelo PCP, já aprovadas para o Orçamento de Estado de 2017 e que vão contribuir para continuar a demonstrar que a alternativa política à barbárie do mercado existe. E isto dói-lhes, não mata mas debilita os teólogos do mercado e os seus acólitos.
Ponta Delgada, 27 de Novembro de 2016
Aníbal C. Pires, In Jornal Diário e Azores Digital, 28 de Novembro de 2016
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