sexta-feira, 14 de novembro de 2025

celebrar a cultura


Excerto de texto para publicação no Diário Insular e, como é habitual, também aqui no blogue momentos.





(...) Ao longo das suas vinte edições, este festival da cultura e do livro tem sido mais, muito mais do que uma feira do livro, como por vezes é referenciado, mas é-o também. O “Outono Vivo” é uma celebração da cultura que resiste, uma festa das palavras que unem e alimentam, uma pausa luminosa no ritmo fragmentado do quotidiano. Quem entra no edifício que alberga a Academia da Juventude e das Artes da ilha Terceira sente o murmúrio de um país possível e desejável: leitores curiosos, crianças com o olhar maravilhado, autores disponíveis para conversar, professores, leitores ávidos de novidades, livreiros, editores e voluntários que, juntos, dão corpo a um milagre de continuidade e de renovação a cada ano que passa.

Num tempo em que tantas iniciativas culturais minguam ou desaparecem, ver o “Outono Vivo” chegar à sua vigésima edição é motivo de celebração e de reconhecimento. É celebrar uma política cultural coerente e reconhecer a importância deste evento no contexto da ilha Terceira, mas também dos Açores e do país. E é, também, celebrar, reconhecer e valorizar uma comunidade que acredita que a cultura e a fruição cultural são indissociáveis de qualquer projeto de desenvolvimento digno desse nome.

Se o “Outono Vivo”, só por si não resolve os problemas demográficos, sociais e económicos da cidade e do concelho da Praia da Vitória, e esta será (é) uma verdade insofismável, mas a realização deste evento cultural contribui, por certo, para que se encontrem os caminhos e se construam soluções para que a Praia da Vitória possa revitalizar o seu tecido social e económico. (...)


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