A divulgação, na passada semana em Roma, por Angel Gurria, Secretário-geral, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), de algumas previsões macroeconómicas para os países que integram esta organização, colocam em causa todo o entusiasmo reinante nas bolsas durante e após a realização da cimeira do G20. Dos dados divulgados pela OCDE pode verificar-se que o PIB dos países que a integram poderá sofrer uma contracção de 4,3%, em 2009, e que o desemprego deverá ascender a mais de 10% na zona euro, também durante este ano. Bem pior do que aquilo que a própria OCDE pensava apenas à algumas semanas atrás. Daqui pode inferir-se que as tão propaladas medidas anti-crise, tomadas pelos “senhores do Mundo” quer seja numa ou noutra margem do Atlântico não são se perspectivam capazes de inverter o ciclo recessivo da economia mundial.
Os indicadores não surpreendem! Afinal o paradigma de desenvolvimento dominante é um modelo depredador. Depredador dos recursos naturais e da dignidade humana de onde resultam os grandes problemas com que a humanidade se confronta na actualidade e para os quais é necessário encontrar soluções de combate eficazes.
A escassez de recursos naturais, a degradação das condições ambientais e o contínuo aprofundamento das injustiças e das desigualdades sociais entre os cidadãos e os povos são os efeitos do carácter depredador deste paradigma de desenvolvimento a cuja falência assistimos mas, que o G20 quer reconfigurar disponibilizando para as organizações que mais responsabilidades tiveram na sua implementação e, por conseguinte, na sua falência um avultado volume de financiamento.
O G20 na sua recente cimeira, realizada em Londres, decidiu injectar um trilião de dólares na economia mundial, sendo que a maior parte da fatia financeira vai direitinho para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e para o Banco Mundial (BM), tudo em nome da liquidez dos mercados. Nada de novo!
Novidade seria aproveitar a oportunidade criada pela falência do modelo financeiro para o alterar e reestruturar. Novidade seria acompanhar este gigantesco envelope financeiro com medidas de política que produzissem efeitos na economia e no emprego. Novidade seria a ruptura com este falido paradigma de desenvolvimento. Novidade seria acabar com os “off-shores” e com os paraísos fiscais mas… nem isso, apesar de ter sido perspectivado ou, pelo menos disso fizeram crer a opinião pública mundial.
O que resta é uma mão cheia de dólares para os mesmos de sempre.
Os indicadores não surpreendem! Afinal o paradigma de desenvolvimento dominante é um modelo depredador. Depredador dos recursos naturais e da dignidade humana de onde resultam os grandes problemas com que a humanidade se confronta na actualidade e para os quais é necessário encontrar soluções de combate eficazes.
A escassez de recursos naturais, a degradação das condições ambientais e o contínuo aprofundamento das injustiças e das desigualdades sociais entre os cidadãos e os povos são os efeitos do carácter depredador deste paradigma de desenvolvimento a cuja falência assistimos mas, que o G20 quer reconfigurar disponibilizando para as organizações que mais responsabilidades tiveram na sua implementação e, por conseguinte, na sua falência um avultado volume de financiamento.
O G20 na sua recente cimeira, realizada em Londres, decidiu injectar um trilião de dólares na economia mundial, sendo que a maior parte da fatia financeira vai direitinho para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e para o Banco Mundial (BM), tudo em nome da liquidez dos mercados. Nada de novo!
Novidade seria aproveitar a oportunidade criada pela falência do modelo financeiro para o alterar e reestruturar. Novidade seria acompanhar este gigantesco envelope financeiro com medidas de política que produzissem efeitos na economia e no emprego. Novidade seria a ruptura com este falido paradigma de desenvolvimento. Novidade seria acabar com os “off-shores” e com os paraísos fiscais mas… nem isso, apesar de ter sido perspectivado ou, pelo menos disso fizeram crer a opinião pública mundial.
O que resta é uma mão cheia de dólares para os mesmos de sempre.
Aníbal C. Pires, IN Expresso das Nove, 10 de Abril de 2009, Ponta Delgada
3 comentários:
Olá Anibal... um abração do Zé dalmeida
Caro ZÉ, foi um prazer encontrar-te por aqui.
Um abraço do tamanho do Atlântico,
Aníbal Pires
“O que resta é uma mão cheia de dólares para os mesmos de sempre”, dizes tu e muito bem, Aníbal!
Lá diz o velho ditado: “O rico fica cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre.”
É a falta de políticas que visem a igualdade entre as pessoas, pois o governo não descruza os braços perante tantas disparidades. Não reduz taxas nem impostos, nada faz para combater o desemprego e a precariedade aumenta a olhos vistos!
Onde é que vamos chegar, uma vez que o sistema capitalista continua a esmagar a população?
Beijinhos.
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