A participação política está a crescer. Estará? É bem possível que sim, embora tenha algumas incertezas. Se me limitar à análise das redes sociais, sem dúvida. Da antiga conversa e crítica social e política de café, ou das tertúlias temáticas, à participação mais, ou menos, ativa nas redes sociais poder-se-á considerar que sim. Hoje há muito mais cidadãos a opinarem e, isso só pode ser bom, por outro lado a informação é veiculada por diferentes fontes, sendo possível que cada um de nós formule opinião própria e independente, por conseguinte, a informação chega até nós sem o juízo prévio e o filtro das corporações mediáticas. Sim, Sem visto prévio ou censura, como quiserem.
Mais do que no passado recente somos cidadãos informados, ou pelo menos, dispomos de mais e melhor informação, cabe-nos procurá-la e evitar a informação mastigada pelos órgãos de comunicação social, por outro lado importa ainda saber procurar, no denso nevoeiro informacional que se abate sobre nós, as melhores e mais fiáveis fontes e, sobretudo procurar o contraditório e a certificação por mais de uma fonte.
Um exemplo de hoje, domingo. Ao visionar a notícia da vaia, poderia dizer monumental vaia mas, se o afirmasse estaria a fazer um juízo sobre a dimensão dos apupos e assobios de que Passos Coelho foi alvo em Gouveia, como dizia, a título de exemplo, a notícia que ouvi e vi foi, legitimamente, alvo de edição para tratar as imagens e sons registados no local, a opção de edição do jornalista e da redação foi cuidadosamente estudada, como convém. Podemos ouvir por entre os gritos da multidão a voz de preocupação do primeiro-ministro a responder a questões, algumas delas inaudíveis, de um ou outro cidadão sempre com a turba num coro protestos. Não ouvi, nem vi nenhum dos manifestantes ser questionado pelos motivos do seu descontentamento e da manifestação de desagrado que quiseram transmitir ao primeiro-ministro mas, ouvi com muita clareza as respostas de Passos Coelho, são critérios editorias legítimos. Legítimos mas, parciais.
Esta manifestação corresponde a um ato de cidadania e participação política, tal como os movimentos virtuais que se desenrolam nas redes sociais, a diferença reside na forma e, sobretudo, na disponibilidade física para assumir uma posição política.
Não pretendendo desvalorizar a importância das redes sociais mas entre clicar anunciando o apoio ou, mesmo a participação num ”evento”, e estar lá, vai uma diferença desconforme. Não faltam por aí exemplos disso, mesmo na Região.Mais do que no passado recente somos cidadãos informados, ou pelo menos, dispomos de mais e melhor informação, cabe-nos procurá-la e evitar a informação mastigada pelos órgãos de comunicação social, por outro lado importa ainda saber procurar, no denso nevoeiro informacional que se abate sobre nós, as melhores e mais fiáveis fontes e, sobretudo procurar o contraditório e a certificação por mais de uma fonte.
Um exemplo de hoje, domingo. Ao visionar a notícia da vaia, poderia dizer monumental vaia mas, se o afirmasse estaria a fazer um juízo sobre a dimensão dos apupos e assobios de que Passos Coelho foi alvo em Gouveia, como dizia, a título de exemplo, a notícia que ouvi e vi foi, legitimamente, alvo de edição para tratar as imagens e sons registados no local, a opção de edição do jornalista e da redação foi cuidadosamente estudada, como convém. Podemos ouvir por entre os gritos da multidão a voz de preocupação do primeiro-ministro a responder a questões, algumas delas inaudíveis, de um ou outro cidadão sempre com a turba num coro protestos. Não ouvi, nem vi nenhum dos manifestantes ser questionado pelos motivos do seu descontentamento e da manifestação de desagrado que quiseram transmitir ao primeiro-ministro mas, ouvi com muita clareza as respostas de Passos Coelho, são critérios editorias legítimos. Legítimos mas, parciais.
Esta manifestação corresponde a um ato de cidadania e participação política, tal como os movimentos virtuais que se desenrolam nas redes sociais, a diferença reside na forma e, sobretudo, na disponibilidade física para assumir uma posição política.
As redes sociais têm sido importantes na mobilização de consciências e vontades, embora por lá circulem muitos “voyers” ao serviço de interesses diversos ou apenas para seu próprio prazer, o que sendo um pormenor não é de somenos importância, reconheço às redes sociais, como já referi, uma importância crescente mas, fazer ativismo político no conforto do sofá a clicar “gosto” e a digitar fervorosos apelos à indignação, não é bem a mesma coisa do que participar nas manifestações que enchem, de facto, as Avenidas da Liberdade e os Terreiros do Povo.
Ponta Delgada, 19 de fevereiro de 2012
Aníbal C. Pires, In Jornal Diário, 20 de fevereiro de 2012, Ponta Delgada
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