Foto - Aníbal C. Pires |
Nas gateways com obrigações de serviço público (OSP) e face à saída da TAP as queixas são mais do que muitas e as exigências voltam-se naturalmente para a SATA. Para quem quer sair ou entrar no Pico, Faial e Santa Maria nem a Internacional nem os encaminhamentos da Air Açores dão a devida resposta. Isto para não falar em todas as outras ilhas. Aí o drama é redobrado pois conseguir um lugar para ir a uma consulta ou tratamento médico, para uma viagem de negócios, ou por lazer, que também temos direito, só por milagre se consegue nos dias pretendidos.
Mas nada disto é novidade. Todos temos conhecimento desta realidade. Nem tudo é mau neste novo modelo de transportes aéreos, nem tudo o será enquanto a febre do Turismo não baixar alguns graus e se evidenciem algumas das desvantagens desta “massificação” do destino turístico micaelense.
Foto - Aníbal C. Pires |
O PS e o PSD dividem entre si a paternidade deste novo modelo de transporte aéreo e os seus benefícios, estranho é que quanto às queixas dos cidadãos e mesmo dos agentes económicos o PS fique quedo e mudo ou anuncie o que sabe que a SATA não consegue cumprir e, por outro lado, o PSD sacuda a água do capote e remeta a responsabilidade para a incapacidade da transportadora aérea regional.
O PCP nos Açores sempre defendeu a redução do tarifário do transporte aéreo para os residentes com um teto máximo, as tarifas abaixo desse teto máximo seriam, essas sim ditadas pelo funcionamento do mercado, aliás é bom lembrar que nada impedia (e nada impede) outras transportadoras de voarem para qualquer das gateways açorianas.
O PCP açores sempre se opôs, ao contrário do PS e do PSD, à privatização da ANA e da TAP e é bom não dissociar uma e outra coisa, ou seja, muito do que ouvimos de críticas e exigências do novo modelo de transporte aéreo nos Açores está intimamente ligado à privatização da ANA e da TAP.
Da ANA porque investimentos necessários e prometidos nas suas infraestruturas aeroportuárias, com exceção de Ponta Delgada, nunca se virão a concretizar, desde logo porque não há retorno nesses investimentos e, por outro lado, porque a estratégia é dar dimensão ao aeroporto de Ponta Delgada transformando-o, gradualmente, no hub açoriano para os transportes aéreos, aliás é bom que os faialenses, os picoenses e os marienses e, quiçá os terceirenses, comecem a questionar o PS e o PSD sobre essa estratégia que parecendo, de momento, fundar-se numa qualquer “teoria da conspiração”, se virá a concretizar à medida que mais e mais açorianos saiam dos Açores por Ponta Delgada ao invés de saírem da sua ilha, no caso do Pico, Faial, Santa Maria e Terceira.
Foto - Aníbal C. Pires |
Em jeito de conclusão diria que o PS e o PSD subscrevem este modelo de transporte aéreo e por ele têm de ser responsabilizados. O PS e o PSD subscreveram a privatização da ANA e da TAP e por isso devem ser responsabilizados.
Aos cidadãos exige-se uma atitude crítica que considere nas suas análises todas as variáveis envolvidas, como por exemplo, o facto de os pilotos terem de possuir certificações para poderem operar nos aeroportos do Pico e do Faial o que em nada facilita, por exemplo o recurso a ACMI para o reforço da operação, uma vez que como todos sabemos a frota de médio curso da SATA Internacional não chega para as “encomendas”. Ou ainda, que sejam devidamente equacionadas alternativas à adequação e diversificação da frota de médio curso se queremos, de facto, manter as 5 gateways abertas, servindo bem, a custo reduzido e sem apoio do erário público, ou seja, rentabilizando essas rotas.
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