quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

da juventude

Foto - Madalena Pires






Fragmento de um texto escrito em 2008 e baseado numa conversa ao fim de tarde num espaço comercial da marginal de Ponta Delgada.





"(...)
- Então, meninas, o que querem ser quando forem grandes?
- Boa! Respondeu prontamente uma delas enquanto a outra soltava uma saudável gargalhada.
- Como!? Retorqui, atónito com a resposta
- Boa pergunta. Disse a jovem, esclarecendo.
- Ah! Percebo. Ainda não tomastes decisões para o futuro.
- Sim! É isso. Confirmou a Ana, já com a face levemente rosada.
 - Eu quero fazer medicina. Disse a bem disposta Maria, rindo ainda da pronta mas inusitada resposta da colega.
Depois deste breve diálogo, sobre o qual ainda se produziram algumas gargalhadas face à insólita e espontânea mas incompleta resposta, fiquei a reflectir sobre as expectativas e dificuldades desta geração. 
Geração nada e criada num tempo de exacerbada competitividade e com referências algo desvirtuadas por estereótipos de sucesso construído em imagens dum Mundo, em que o êxito está associado à capacidade de consumo, aos corpos esbeltos, ao parecer, ao ter, E onde mais do que ser, é importante possuir e, sobretudo, induzir sugestões de pertença ao Mundo dos individualmente bem-sucedidos. (...)"

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