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Alguns desses temas marginais já começaram a ser objeto de alguma especulação e vão aprofundar-se mantendo a turba entretida e esperançada de que este, aquele e o outro militante, pela aposta no candidato errado, tendo garantido compromissos para o seu futuro político próximo, seja banido e os seus interesses colocados em causa pela nova liderança. Ou seja, reduzindo a construção de um projeto político a, como já disse, assuntos marginais centrados em pessoas e quezílias pessoais.
Transformar e aceitar tranquilamente que, qualquer que seja a organização partidária, a discussão “política” se resuma à dança de cadeiras e cargos partidários tem sido prática que alimenta a agenda mediática e popular. Enquanto isso o essencial vai passando ao lado de quem perde tempo e reduz a discussão, apenas e só, a estas questões que, sejamos pragmáticos, nada acrescentam aos projetos políticos. Não quero, não é essa a ideia, retirar a importância que as personalidades têm nas organizações, sejam elas partidárias ou não.
As caraterísticas e contributos individuais são importantes se potenciadas para a construção de projetos coletivos, no caso dos projetos de índole política existem ainda outros fatores, alguns deles exógenos às organizações partidárias, mas que integram a sua natureza orgânica e ideológica que contribuem para a construção dos seus projetos políticos que, bem vistas as coisas, pouco mudam a não ser no “upgrade” semântico. Mas ainda quanto à importância das personalidades que lideram as organizações. Há quem consiga ser mobilizador e juntar vontades e há quem, de todo, não o seja. Depende da personalidade, mas a mobilização e a agregação de apoios fazem-se, ou deviam fazer-se, à volta de projetos. Isto se cada um de nós quiser contribuir para o interesse público, independentemente dos caminhos que consideramos ser mais acertados para o servir. Se a ideia é retirar dividendos pessoais então que se discutam as personalidades que lideram e as que aclamam o líder.
A realização de eleições para as lideranças partidárias, fora do contexto do congresso, retira à realização da reunião magna partidária grande parte do seu objetivo e reduz a importância dos projetos dos seus projetos políticos. Dirão os eleitores que esta minha opinião se deve à minha opção ideológica e à natureza do partido onde milito, Sem dúvida. Mas esta opinião é partilhada por um número crescente de militantes de partidos que optaram pela eleição direta dos seus líderes, o que não deixa de ser interessante e deveria ser motivo de reflexão interna nos partidos em que a prática é essa.
Ponta Delgada, 30 de Setembro de 2018
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 01 de Outubro de 2018
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