foto by Madalena Pires (Ponta Delgada, 2017) |
Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM
Esta crónica foi para a antena a 15 de Dezembro de 2018 e pode ser ouvida aqui
Inversão dos valores
Foto by Aníbal C. Pires (Ponta Delgada, 2018) |
ma de incúria jornalística por causa da PETA, não é peta é a PETA, ou seja, estou a utilizar o acrónimo de People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) e não a expressão popular para mentira.
Afinal aquela questão dos animais e dos provérbios teve origem na emissão de uma opinião que o PAN deu sobre uma posição ou iniciativa da PETA e que a comunicação social nacional terá entendido mal e difundido ainda pior, mas na verdade a posição do PAN é de acordo à pretensão da PETA.
Pelo menos foi o que consegui apurar ao ler o esclarecimento feito pelo PAN e que pode ser consultado no seu site.
Feita esta introdução que mais não pretende do que deixar claro que o PAN não tem, para já, em agenda qualquer iniciativa política que proponha a criminalização pela utilização de expressões como, por exemplo, “A cavalo dado não se olha o dente”, ou “Vozes de burro não chegam ao céu”, ou ainda outras expressões do adágio popular que referenciem animais.
Mas se este não passou de um mal-entendido que, por sinal, motivou uma onda de humor por todo o país, isso não significa que o PAN não se constitua como uma organização política que tem uma agenda complexa e obscura e que deve ser escrutinada pelos cidadãos, desde logo, por aqueles que em nome da proteção dos animais e da natureza lhe têm dado apoio eleitoral.
No PAN nem tudo é tão linear com pode parecer à primeira vista pois, a sua inspiração política está, quer o PAN queira, quer não, profundamente ligada ao pensamento de Adolf Hitler e dos seus mais próximos acólitos como pode confirmar se procurar informar-se sobre a proteção animal e do meio ambiente na Alemanha nazi, logo em 1933.
Foto by Aníbal C. Pires (Ponta Delgada, 2017) |
Mas hoje não posso deixar de o fazer pois, o PAN é herdeiro de um pensamento que, em nome da proteção animal e da natureza, pretende impor um princípio que é, em si mesmo, antinatural. Os animais não são, de todo, iguais aos humanos. Não sou eu que o digo é a ciência e milhões de anos de evolução. Se esta diferença justifica maus tratos aos animais, Não. Mas vamos lá ter o bom senso de não impor, como já aconteceu, a criminalização dos humanos por atitudes que colocam em causa o bem-estar animal.
Ou seja, levado ao limite podemos ter humanos maltratados por referências e atos depreciativos sobre os animais. Ou assistir à inversão de valores como um conhecido caso em que uma ativista da proteção animal adotou um cão que matou uma criança. O animal não foi abatido pela morte da criança e como se isso não bastasse a sua adoção é apresentada como uma vitória da luta pela proteção animal.
Foi um prazer estar consigo.
Volto no próximo sábado e espero ter, de novo, a sua companhia.
Até lá, fique bem.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 15 de Dezembro de 2018
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