A agressão externa a Cuba ao povo cubano não é de agora. As investidas tiveram o seu início com o derrube do governo de Fulgêncio Batista, ou seja, com o fim do governo delegado da administração estado-unidense na ilha.
Com ações terroristas armadas, Baía dos Porcos, com atos bombistas (hotéis e avião da Cubana de Aviaçon), com ataques biológicos e, com o bloqueio económico. Estas ações são as que têm maior visibilidade e, ainda assim, a generalidade dos cidadãos do mundo ocidental não as conhece. O bloqueio, talvez. Afinal já foram aprovadas, pelas Nações Unidas, mais de duas dezenas de resoluções a pedir o fim do embargo (desde 1992 que a ONU aprova resoluções contra o embargo, a última das quais aconteceu a 23 de junho de 2021), de alguma delas a comunicação social deve ter feito eco.
Mesmo tendo consciência dos efeitos do bloqueio/embargo a Cuba vê-se por aí muito cidadão (liberais e da esquerda moderníssima) a afirmar que as dificuldades de Cuba se devem ás opções políticas do povo cubano e dos seus governantes, e que o bloqueio/embargo só serve como desculpa para justificar as insuficiências cubanas.
Se assim é, caros senhores e senhoras, então levantem o bloqueio e acabam-se as desculpas.
A agressão externa (guerra híbrida) a Cuba e ao povo cubano teve nos últimos meses um forte investimento (milhões de dólares) para procurar a ocorrência de uma tempestade social que colocasse em causa a revolução cubana e as suas conquistas.
Quem conhece um pouco da história cubana tem consciência de que não é tão fácil como parece. Os cubanos mais do que outros povos prezam a sua soberania e a sua pátria e, como se viu, mobilizaram-se para por cobro à ação de agentes pagos pelos Estados Unidos que aproveitaram manifestações de descontentamento do povo cubano, aliás só mesmo quem não conhece, ou pouco conhece, teve a veleidade de pensar que a reação do presidente cubano não seria a de ir para as ruas de San Antonio de los Bãnos falar com os descontentes, tal como Fidel de Castro foi para a Baía dos Porcos aquando da invasão.Cuba, o seu povo e o seu governo reconhecem as dificuldades, não as escondem e apenas têm uma exigência, exigência que deveria ser de todos pois, trata-se de uma questão de humanidade: o cumprimento das Resoluções das Nações Unidas, ou seja, O FIM DO BLOQUEIO.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 13 de julho de 2021
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