imagem retirada da internet |
Excerto de texto para publicação na imprensa regional (Diário Insular) e, como é habitual, também aqui no blogue momentos.
(...) Refiro frequentemente a cultura do olival e da vinha, sem esquecer a floresta e os produtos frutícolas e hortícolas, mas também a pecuária e, por conseguinte, a produção de um queijo de sabor, consistência e odor inconfundíveis e únicos. A minha insistência na cultura da vinha e do olival não surge por acaso. A existência de inúmeras “lagariças” onde se produziu vinho, mas também azeite, pelo menos no período da presença árabe no Sul da Península Ibérica (Al-Andaluz) e até ao aparecimento dos lagares, são testemunhos da importância destas culturas na região. As “lagariças” deram lugar aos lagares, muitos deles em ruínas. Subsistem alguns ligados aos grandes grupos económicos e outros, fruto da persistência e resistência de alguns produtores que teimam em manter a qualidade e a excelência do azeite beirão.
Atormenta-me a substituição da agricultura extensiva pela produção intensiva, perturba-me a instalação de hectares de painéis solares em solos agrícolas. Percebo as preocupações ambientais, mas este é, apenas, mais um equívoco, como foi o biodiesel, ou como são os carros elétricos. Os ambientalistas talvez fiquem satisfeitos com esta conformação do capital às “exigências” de grupos de defesa do ambiente, mas não me parece que a agricultura intensiva, a inutilização de grandes áreas agrícolas para instalação de painéis solares, ou a transição para a mobilidade elétrica individual/familiar se relacione diretamente com sustentabilidade ambiental que todos desejamos e da qual depende, em última instância, a nossa sobrevivência. (...)
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