Fomos recentemente confrontados com a publicação de dois estudos que confirmam o que há muito eram suspeitas e que nos trazem indicadores preocupantes e demonstrativos da realidade da nossa Região.
Refiro-me ao Relatório sobre Gravidez e Maternidade na Adolescência nos Açores e ao Estudo Sobre o Rendimento Escolar no Ensino Secundário.
Mas muito mais do que números avulsos, estes estudos trazem-nos a duríssima realidade de como essas políticas afectam directa e dramaticamente as camadas mais jovens da nossa população e põem em causa o futuro da Região.
Os Açores apresentam o dobro da média nacional em termos da gravidez na adolescência. Um fenómeno que afecta em primeiro lugar os jovens dos níveis socioeconómicos mais baixos e que lhe tem claramente associado o abandono escolar, as consequentes baixas qualificações e o desemprego.
Em relação ao insucesso escolar, também, o quadro que se nos apresenta dificilmente poderia ser mais negativo. Nos cursos de humanidades do Ensino Secundário apenas 35% dos alunos concluem o seu percurso académico no período previsto e, nos cursos científicos e tecnológicos esse número atinge a cifra escandalosa de apenas 19%!
Se formos falar da percentagem de alunos que prosseguem os estudos para o ensino superior, então estamos perante um perfeito descalabro!
E, quando abordamos a questão do abandono escolar, revela-se toda a dimensão deste problema. 32% dos nossos jovens nos cursos de humanidades e 47,5% nos cursos científicos e tecnológicos abandonam, de todo, o sistema de ensino!
Só há uma palavra para descrever estes números: um desastre!
Só há um descritivo apropriado para esta situação: a falência total de um modelo sócio-educativo!
Não me dá nenhum prazer pintar cenários negros, mas estou certo que não será por pintar de cor de rosa a realidade que a vamos conseguir transformar. E, como habitual, este Governo e esta Secretária da Educação optam pela postura da alienação e da fuga à realidade.
Não pode mesmo haver outro nome para as infelizes declarações da esfíngica Secretária Regional da Educação aquando da sua recente visita à ilha do Pico. Vir dizer que nessa, ou em qualquer outra ilha dos Açores, não há um insucesso significativo, é pior do que meter a cabeça na areia! É querer atirar areia para os olhos dos outros!
É, acima de tudo, não querer enfrentar com seriedade o problema, as suas causas e, sobretudo, as suas soluções!
Os fundamentos dos problemas a que aludi no início desta breve análise, a gravidez na adolescência, o insucesso e o abandono escolar, podem resumir-se a uma só palavra:
Desigualdade.
Desigualdade que marca profundamente a nossa sociedade e que traduz uma realidade que os jovens das camadas mais desfavorecidas enfrentam e que tem uma só raiz: as políticas seguidas, no país e na Região, pelos diversos governos que têm criado uma sociedade cada vez mais desigual e exclusiva.
Refiro-me ao Relatório sobre Gravidez e Maternidade na Adolescência nos Açores e ao Estudo Sobre o Rendimento Escolar no Ensino Secundário.
Mas muito mais do que números avulsos, estes estudos trazem-nos a duríssima realidade de como essas políticas afectam directa e dramaticamente as camadas mais jovens da nossa população e põem em causa o futuro da Região.
Os Açores apresentam o dobro da média nacional em termos da gravidez na adolescência. Um fenómeno que afecta em primeiro lugar os jovens dos níveis socioeconómicos mais baixos e que lhe tem claramente associado o abandono escolar, as consequentes baixas qualificações e o desemprego.
Em relação ao insucesso escolar, também, o quadro que se nos apresenta dificilmente poderia ser mais negativo. Nos cursos de humanidades do Ensino Secundário apenas 35% dos alunos concluem o seu percurso académico no período previsto e, nos cursos científicos e tecnológicos esse número atinge a cifra escandalosa de apenas 19%!
Se formos falar da percentagem de alunos que prosseguem os estudos para o ensino superior, então estamos perante um perfeito descalabro!
E, quando abordamos a questão do abandono escolar, revela-se toda a dimensão deste problema. 32% dos nossos jovens nos cursos de humanidades e 47,5% nos cursos científicos e tecnológicos abandonam, de todo, o sistema de ensino!
Só há uma palavra para descrever estes números: um desastre!
Só há um descritivo apropriado para esta situação: a falência total de um modelo sócio-educativo!
Não me dá nenhum prazer pintar cenários negros, mas estou certo que não será por pintar de cor de rosa a realidade que a vamos conseguir transformar. E, como habitual, este Governo e esta Secretária da Educação optam pela postura da alienação e da fuga à realidade.
Não pode mesmo haver outro nome para as infelizes declarações da esfíngica Secretária Regional da Educação aquando da sua recente visita à ilha do Pico. Vir dizer que nessa, ou em qualquer outra ilha dos Açores, não há um insucesso significativo, é pior do que meter a cabeça na areia! É querer atirar areia para os olhos dos outros!
É, acima de tudo, não querer enfrentar com seriedade o problema, as suas causas e, sobretudo, as suas soluções!
Os fundamentos dos problemas a que aludi no início desta breve análise, a gravidez na adolescência, o insucesso e o abandono escolar, podem resumir-se a uma só palavra:
Desigualdade.
Desigualdade que marca profundamente a nossa sociedade e que traduz uma realidade que os jovens das camadas mais desfavorecidas enfrentam e que tem uma só raiz: as políticas seguidas, no país e na Região, pelos diversos governos que têm criado uma sociedade cada vez mais desigual e exclusiva.
Aníbal C. Pires, IN A União, 13 de Maio de 2009, Angra do Heroísmo
1 comentário:
Alguém disse e muito bem que o Partido Socialista é o coveiro da Escola Pública.
Meter a cabeça na areia não leva a nada, ou melhor, leva ao descalabro. É isso que o partido do governo tem feito ao longo de todo este tempo: ignorar que a desigualdade social cresce assustadoramente e não ir ao cerne da questão, ou seja, às causas e possíveis soluções. Sim, porque elas existem!
“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.”
Karl Marx
Beijinhos.
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