Em resultado de uma convocação global que apelava ao protesto pacífico contra a ditadura financeira, pelo direito ao trabalho, contra a injustiça económica e a desigualdade social, no passado dia 15 de outubro, um pouco por todo o Planeta, milhões de cidadãos encheram ruas e praças em mais de mil cidades manifestando a sua indignação numa manifestação que pode ser considerada como a maior movimentação cívica da história da humanidade.
Esta jornada de indignação global ficou marcada, em Portugal, por um genuíno protesto contra o desemprego e a precariedade laboral crescentes, a desvalorização dos salários e das pensões, o agravamento generalizado do custo de vida, os aumentos de impostos e a redução do investimento público. Ficou claro que a indignação em Portugal visou a condenação dos partidos políticos “troikistas” (PS, PSD e CDS/PP). Condenação pelas políticas de mais de três décadas de destruição da economia nacional, condenação pela subserviência ao FMI e aos mercados financeiros, condenação pelo distanciamento entre os cidadãos e os centros de decisão política, condenação do capitalismo, condenação pela desvalorização do trabalho e dos trabalhadores.
Deste protesto emerge também, de uma forma clara, o descontentamento dos cidadãos com o funcionamento do sistema democrático instituído, sistema que alimenta a alternância ao centro e afasta os cidadãos da participação e decisão política, exigindo que o poder lhes seja devolvido de facto, porque de direito(a) estão fartos.
Este avolumar da vaga de indignação e protesto resulta das mais recentes medidas de austeridade, do aumento do desemprego, da crescente pobreza e exclusão, no fundo do retrocesso civilizacional a que alguns foram calmamente assistindo e acreditando em terceiras vias e nas virtualidades do mercado, e, não foi por acaso que disse avolumar, afirmei-o porque sempre houve quem se tenha indignado e manifestado contra o rumo político e económico para o qual o País e o Mundo estavam a ser conduzidos, sempre houve que o tenha denunciado, sempre houve quem tenha apresentado alternativas.
A democracia política, económica, social e cultural que no dia 15 de outubro foi reclamada por milhões de pessoas em todo o Mundo não é, para mim e para algumas centenas de milhar de portugueses, uma novidade. Luto por ela desde que ganhei consciência política, continuarei a lutar por essa democracia avançada enquanto viver. Luto contra o terrorismo financeiro, contra o terrorismo social e político, luto pelo meu povo, luto pela dignidade da humanidade.
A indignação não é de hoje e a lista de indignados e de lutadores pela liberdade e pela democracia política, económica, social e cultural, é longa e antiga.
Aos cidadãos que no passado dia 15 de outubro manifestaram a sua indignação direi: bem vindos à longa lista de indignados e inconformados.
A estes cidadãos direi o mesmo que disse aos manifestantes da “Geração à Rasca”: Bem vindos à luta!
Horta, 16 de outubro de 2011
Esta jornada de indignação global ficou marcada, em Portugal, por um genuíno protesto contra o desemprego e a precariedade laboral crescentes, a desvalorização dos salários e das pensões, o agravamento generalizado do custo de vida, os aumentos de impostos e a redução do investimento público. Ficou claro que a indignação em Portugal visou a condenação dos partidos políticos “troikistas” (PS, PSD e CDS/PP). Condenação pelas políticas de mais de três décadas de destruição da economia nacional, condenação pela subserviência ao FMI e aos mercados financeiros, condenação pelo distanciamento entre os cidadãos e os centros de decisão política, condenação do capitalismo, condenação pela desvalorização do trabalho e dos trabalhadores.
Deste protesto emerge também, de uma forma clara, o descontentamento dos cidadãos com o funcionamento do sistema democrático instituído, sistema que alimenta a alternância ao centro e afasta os cidadãos da participação e decisão política, exigindo que o poder lhes seja devolvido de facto, porque de direito(a) estão fartos.
Este avolumar da vaga de indignação e protesto resulta das mais recentes medidas de austeridade, do aumento do desemprego, da crescente pobreza e exclusão, no fundo do retrocesso civilizacional a que alguns foram calmamente assistindo e acreditando em terceiras vias e nas virtualidades do mercado, e, não foi por acaso que disse avolumar, afirmei-o porque sempre houve quem se tenha indignado e manifestado contra o rumo político e económico para o qual o País e o Mundo estavam a ser conduzidos, sempre houve que o tenha denunciado, sempre houve quem tenha apresentado alternativas.
A democracia política, económica, social e cultural que no dia 15 de outubro foi reclamada por milhões de pessoas em todo o Mundo não é, para mim e para algumas centenas de milhar de portugueses, uma novidade. Luto por ela desde que ganhei consciência política, continuarei a lutar por essa democracia avançada enquanto viver. Luto contra o terrorismo financeiro, contra o terrorismo social e político, luto pelo meu povo, luto pela dignidade da humanidade.
A indignação não é de hoje e a lista de indignados e de lutadores pela liberdade e pela democracia política, económica, social e cultural, é longa e antiga.
Aos cidadãos que no passado dia 15 de outubro manifestaram a sua indignação direi: bem vindos à longa lista de indignados e inconformados.
A estes cidadãos direi o mesmo que disse aos manifestantes da “Geração à Rasca”: Bem vindos à luta!
Horta, 16 de outubro de 2011
Aníbal C. Pires, In A União, 18 de outubro de 2011, Angra do Heroísmo
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