O despudor que carateriza o rol de promessas eleitorais teve novos desenvolvimentos no passado fim-de-semana, desta vez com a bênção de um conhecido mestre na arte do embuste, Passos Coelho. O presidente da administração da troika para Portugal, veio aos Açores, na qualidade de presidente do PSD, validar o discurso eleitoral de Berta Cabral deixando nas entrelinhas uma eventual possibilidade de rever os custos do transporte aéreo entre os Açores e o continente, e, de forma clara afirmou a sua determinação em combater privilégios que têm de ser destruídos. Que privilégios são estes!? A saúde, a educação os sistemas de segurança social, só pode, porque tem sido sobre estes setores, a par da continuada desvalorização do trabalho e do aumento dos impostos, também sobre o trabalho, e do consumo, que a ação deste governo troikista tem incidido. Quanto ao apoio à promessa de Berta Cabral de reduzir os custos do transporte aéreo: porquê esperar pela realização das eleições regionais! Porque não, agora!? Agora é que a economia regional precisa dessa e de outras medidas mais do que programinhas de apoio conjunturais.
O Congresso do PSD Açores, é disso que falamos, pode resumir-se à enunciação dos problemas que afetam os açorianos e a economia e desenvolvimento da Região à qual se colou a promessa de resolução no período pós eleitoral, caso o PSD saia vitorioso, pois está claro. É inevitável, a memória transporta-me ao passado recente, os discursos pré-eleitorais de Passos Coelho e Paulo Portas afirmavam isso mesmo: o paraíso pós socrático. A realidade é, porém, substantivamente diferente. Digamos que, estamos a caminhar a passos largos para as portas do inferno.
Como afirmava recentemente, o Professor Adriano Moreira, num programa de informação da RTP Açores as medidas de austeridade, designadamente o roubo dos subsídios de férias e de Natal, consistem na expropriação de direitos adquiridos, direitos que são pilares civilizacionais. Não foi nenhum sindicalista radical, nem sequer um desses perigosos comunistas que o afirmou, as palavras são do Professor Adriano Moreira e vale a pena transcrevê-las para que não restem dúvidas: “ (...) a supressão é que tem importância, porque a supressão do 13.º e 14.º mês é uma expropriação. Porque são direitos adquiridos e, mexer em princípios fundamentais da nossa civilização, como são os direitos adquiridos e a não retroatividade das leis é um facto que não deixa a ninguém prever qual o consequencialismo disso. (...)
Este governo da República, este PSD, este CDS/PP, estão a por em causa princípios fundamentais da nossa civilização que levaram séculos a construir. As consequências desta ofensiva são imprevisíveis. Previsível é que o Povo Açoriano rejeite qualquer possibilidade de clonar na Região a coligação que (des)governa Portugal. Desejável é que o Povo Açoriano dê sinais de rejeição liminar de soluções de continuidade e alternância.
Os Açores mais do que promessas de hoje para amanhã necessitam de um novo paradigma de desenvolvimento centrado na terra e no mar e nesta posição geográfica que nos colocou no umbigo do Atlântico, um paradigma de desenvolvimento que garanta o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos.
Horta, 16 de abril de 2012
O Congresso do PSD Açores, é disso que falamos, pode resumir-se à enunciação dos problemas que afetam os açorianos e a economia e desenvolvimento da Região à qual se colou a promessa de resolução no período pós eleitoral, caso o PSD saia vitorioso, pois está claro. É inevitável, a memória transporta-me ao passado recente, os discursos pré-eleitorais de Passos Coelho e Paulo Portas afirmavam isso mesmo: o paraíso pós socrático. A realidade é, porém, substantivamente diferente. Digamos que, estamos a caminhar a passos largos para as portas do inferno.
Como afirmava recentemente, o Professor Adriano Moreira, num programa de informação da RTP Açores as medidas de austeridade, designadamente o roubo dos subsídios de férias e de Natal, consistem na expropriação de direitos adquiridos, direitos que são pilares civilizacionais. Não foi nenhum sindicalista radical, nem sequer um desses perigosos comunistas que o afirmou, as palavras são do Professor Adriano Moreira e vale a pena transcrevê-las para que não restem dúvidas: “ (...) a supressão é que tem importância, porque a supressão do 13.º e 14.º mês é uma expropriação. Porque são direitos adquiridos e, mexer em princípios fundamentais da nossa civilização, como são os direitos adquiridos e a não retroatividade das leis é um facto que não deixa a ninguém prever qual o consequencialismo disso. (...)
Este governo da República, este PSD, este CDS/PP, estão a por em causa princípios fundamentais da nossa civilização que levaram séculos a construir. As consequências desta ofensiva são imprevisíveis. Previsível é que o Povo Açoriano rejeite qualquer possibilidade de clonar na Região a coligação que (des)governa Portugal. Desejável é que o Povo Açoriano dê sinais de rejeição liminar de soluções de continuidade e alternância.
Os Açores mais do que promessas de hoje para amanhã necessitam de um novo paradigma de desenvolvimento centrado na terra e no mar e nesta posição geográfica que nos colocou no umbigo do Atlântico, um paradigma de desenvolvimento que garanta o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos.
Horta, 16 de abril de 2012
Aníbal C. Pires, In Jornal Diário, 16 de abril de 2012, Ponta Delgada
A foto foi retirada daqui
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