Os indícios que apontam para um elevado grau de perigosidade dos herbicidas cujo princípio ativo é o Glifosato têm vindo a avolumar-se de forma cada vez mais clara. Perigos, desde logo, para a saúde humana. Diferentes estudos científicos demonstraram a presença desta substância no sangue, urina e mesmo no leite materno, em quantidades extremamente elevadas, e associam-na a patologias gravíssimas, desde malformações congénitas, autismo, efeitos desreguladores hormonais, cardiotóxicos e carcinogénicos. Só por esse facto devia ser acionado, como referiu o Bastonário da Ordem dos Médicos, o princípio da precaução. E porque a União Europeia e o País ainda não tomaram medidas precaucionarias a Representação Parlamentar do PCP Açores propôs, na ALRAA, um Decreto Legislativo Regional que proibia a sua utilização, comercialização e libertação nos Açores. O PS e os partidos da direita parlamentar uniram-se para chumbar esta proposta do PCP.
Mesmo que possam ser considerados como não conclusivos, ou insuficientemente alargados e sistemáticos, estes estudos científicos justificavam plenamente a tomada de medidas de precaução, ou seja, a sua proibição.
O PS e a direita parlamentar optaram por proteger a venda de herbicidas e os interesses das grandes multinacionais que o fabricam e comercializam, quando a decisão prudente e avisada deveria ser a de apoiar a proposta do PCP que visava proteger a saúde dos açorianos de um perigo que cada vez mais se confirma como real
E, e a proteção da saúde dos açorianos não fosse uma razão suficientemente forte para proibir, de imediato, estes herbicidas, poderíamos ainda acrescentar a questão ambiental. É que a permanência do Glifosato no solo e a sua infiltração nas linhas de água, tem efeitos desconhecidos, mas provavelmente muito destrutivos sobre as plantas e os animais, afetando seriamente os ecossistemas das nossas ilhas.
A biodiversidade do solo é condição indispensável de produções agrícolas saudáveis, bem como a presença de insetos polinizadores, que são comprovadamente afetados pelo Glifosato.
Não basta publicitar para os turistas que somos uma Região ecológica, onde o património natural é protegido e existem padrões de excelência ambiental. Temos que o ser na prática e não apenas no marketing.
E esse era também um objetivo da proposta da Representação Parlamentar do PCP, pôr os Açores na vanguarda da proteção ambiental, dando o exemplo e juntando-nos a um já vasto conjunto de cidades, regiões e países onde o uso desta substância é proibido.
Um dos argumentos para a reprovação pelo PS, PSD, CDS/PP e PPM foi a falta de alternativas disponíveis para substituir os herbicidas com Glifosato mas a verdade é que para além de métodos tradicionais importa saber que 35% dos herbicidas disponíveis no mercado não contêm este princípio ativo
As alternativas ecológicas existem e funcionam. Exigem, é verdade uma maior atenção e frequência na sua aplicação, mas permitem quebrar a dependência de herbicidas poluentes e que representam um sério atentado ao nosso ambiente e um gravíssimo risco para a saúde pública.
Velas (S. Jorge), 21 de Março de 2016
Mesmo que possam ser considerados como não conclusivos, ou insuficientemente alargados e sistemáticos, estes estudos científicos justificavam plenamente a tomada de medidas de precaução, ou seja, a sua proibição.
O PS e a direita parlamentar optaram por proteger a venda de herbicidas e os interesses das grandes multinacionais que o fabricam e comercializam, quando a decisão prudente e avisada deveria ser a de apoiar a proposta do PCP que visava proteger a saúde dos açorianos de um perigo que cada vez mais se confirma como real
E, e a proteção da saúde dos açorianos não fosse uma razão suficientemente forte para proibir, de imediato, estes herbicidas, poderíamos ainda acrescentar a questão ambiental. É que a permanência do Glifosato no solo e a sua infiltração nas linhas de água, tem efeitos desconhecidos, mas provavelmente muito destrutivos sobre as plantas e os animais, afetando seriamente os ecossistemas das nossas ilhas.
A biodiversidade do solo é condição indispensável de produções agrícolas saudáveis, bem como a presença de insetos polinizadores, que são comprovadamente afetados pelo Glifosato.
Não basta publicitar para os turistas que somos uma Região ecológica, onde o património natural é protegido e existem padrões de excelência ambiental. Temos que o ser na prática e não apenas no marketing.
E esse era também um objetivo da proposta da Representação Parlamentar do PCP, pôr os Açores na vanguarda da proteção ambiental, dando o exemplo e juntando-nos a um já vasto conjunto de cidades, regiões e países onde o uso desta substância é proibido.
Um dos argumentos para a reprovação pelo PS, PSD, CDS/PP e PPM foi a falta de alternativas disponíveis para substituir os herbicidas com Glifosato mas a verdade é que para além de métodos tradicionais importa saber que 35% dos herbicidas disponíveis no mercado não contêm este princípio ativo
As alternativas ecológicas existem e funcionam. Exigem, é verdade uma maior atenção e frequência na sua aplicação, mas permitem quebrar a dependência de herbicidas poluentes e que representam um sério atentado ao nosso ambiente e um gravíssimo risco para a saúde pública.
Velas (S. Jorge), 21 de Março de 2016
Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 23 de Março de 2016
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