Foto by Aníbal C. Pires (Setembro, 2018) |
Pois muito bem cá estamos para mais uma época. Temporada em que irei procurar que os temas abordados sejam diversos e, sobretudo, promovam a reflexão de quem ainda lê mais do que os curtos textos publicados nas modernas redes sociais que vivem do imediatismo, das imagens e dos sons. De pequenas frases de uma realidade virtual, e aqui o termo virtual tem como significado (Dicionário do Português Atual Houaiss), “… constitui uma simulação de algo criada através de meios eletrónicos…”. Claro que me refiro à disseminação, por meios eletrónicos, de uma ideia criada para induzir uma errónea realidade e não ao atual conceito de realidade virtual.
Já lá vamos a um recente exemplo. Mas antes, como atrás ficou dito, permitam-me deixar uma pequena nota pessoal sobre a minha continuidade neste espaço e a minha necessidade, Sim é uma necessidade, de partilhar o que vou escrevendo e que resulta de uma certa forma de ver e estar no Mundo. Trata-se de exercer um direito e um dever de cidadania, mas também porque sou professor e é do exercício da minha profissão que resultam os benefícios materiais, esta é apenas uma forma, como diz o meu amigo Vamberto Freitas, de dar um pequeno contributo, um retorno, à sociedade onde vivo.
Vamos lá então. Ainda antes da morte do Senador John McCain, em virtude de um ou dois episódios que protagonizou que visavam o atual Presidente dos Estados Unidos, já alguns setores da direita e da esquerda fofinhas, este termo é utilizado por alguns amigos que muito prezo, não os vou individualizar, eles compreenderão, mas, como dizia ainda antes do seu falecimento já havia algumas vozes a catapultarem John McCain para um patamar social, humano e político muito da distante da realidade, ou seja, porque denegriu a imagem de Donald Trump e endeusou Barack Obama, John McCain passou a ser aquilo que nunca foi. Trata-se da criação de uma imagem, ou para ser mais coerente com o que fui dizendo, trata-se de uma realidade virtual. Tudo aquilo que vier a ser dito depois da disseminação massiva da imagem do bom rebelde criada sobre o Senador McCain, cairá em saco roto. Tenho disso consciência, mas ainda assim vou deixar a minha opinião. Colocando de lado a sua passagem pela aviação naval dos Estados Unidos sobre a qual não faço nenhum juízo pois, enquanto militar cumpriu as missões que lhe foram confiadas e, embora com visões diferentes sobre a guerra do Vietname, respeito o soldado McCain. O mesmo não se aplica à sua vida política, sobre isso, até pelas implicações que teve fora do território dos Estados Unidos, tenho direito a expressar a minha opinião que não é tão abonatória como a que tenho lido, após a sua morte, com origem em vários quadrantes políticos.
McCain com Abdelhakim Belhaj um dirigente da Al-Qaida , na Síria |
Uma das qualidades que atribuem a John McCain era rebeldia, ou seja, tinha a sua própria agenda que, nem sempre coincidia coma agenda do Partido Republicano e, por vezes até chegou a ser de apoio ao Presidente Obama, como no caso do “shutdown” imposto pelos republicanos, em 2013, ao não aprovarem o orçamento federal. Por outro lado, ficou também na memória dos mais atentos a forma “cívica” como conduziu a sua campanha às presidenciais dos Estados Unidos, em 2008, que viria a perder para Barack Obama.
McCain em Kiev como o líder do Svoboda Oleh Tyanybok |
Ponta Delgada, 02 de Setembro de 2018
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 03 de Setembro de 2018
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