Uma grande vitória! Ou talvez não, pois, bem vistas as coisas, o PSD teve na Região o pior resultado de sempre, tendo em conta o máximo histórico que a abstenção atingiu. A tónica triunfalista que o PSD Açores colocou na análise dos resultados e as extrapolações feitas denotam um legítimo entusiasmo político. Mas mostram também, uma grande falta de rigor, pois o descontentamento, o descrédito e o desânimo dos cidadãos traduzido nos cerca de 80% de abstenção e na vertiginosa subida dos votos em branco, são variáveis eleitorais que devem merecer uma atenção particular; e pelas quais quer o PSD, quer o PS são os principais responsáveis.
O descrédito que a abstenção e os votos em branco traduzem afectou, obviamente, todas as forças políticas porque as impediu de obterem um maior crescimento mas, em bom rigor, é o PS e o PSD que mais são penalizados. E diga-se: muito justamente.
A ideia de que as alternativas de poder se situam no espectro bipartidário do bloco central resulta de uma estratégia comum e que tem por objectivo final reduzir a democracia à alternância inconsequente entre dois partidos que têm do modelo de desenvolvimento uma e a mesma concepção. O resultado desta estratégia só pode ser o que a cada acto eleitoral se tem verificado e que agora, na Região, atingiu níveis dramáticos.
Em resposta a este fenómeno surgiu a ideia peregrina de Carlos César, logo secundado por alguns dos seus fiéis acólitos, de tornar o voto obrigatório. Ao invés de procurar cultivar a democracia participativa o PS Açores, pela voz do seu Presidente, quer dar uma ajudinha à democracia com mais uma obrigatoriedade. Trejeitos importados da direita o que não constitui propriamente uma novidade no moderno PS!
Como não tenho uma visão repressiva, nem sequer directiva do funcionamento da democracia opto pela propositura da cultura cívica e pela formação. Sem pretender resolver todo o problema, mas apenas contribuir a sua solução, recomendo, à semelhança do que acontece na Andaluzia, que a Região ofereça ao todos os jovens que atingem a maioridade uma prenda pela sua passagem à plenitude da sua cidadania. A oferta da Declaração dos Direitos Humanos, da Constituição da República Portuguesa e o Estatuto Político e Administrativo da Região Autónoma dos Açores aos jovens quando completam 18 pode constituir-se como um significativo contributo para fomentar a cultura democrática participativa.
O descrédito que a abstenção e os votos em branco traduzem afectou, obviamente, todas as forças políticas porque as impediu de obterem um maior crescimento mas, em bom rigor, é o PS e o PSD que mais são penalizados. E diga-se: muito justamente.
A ideia de que as alternativas de poder se situam no espectro bipartidário do bloco central resulta de uma estratégia comum e que tem por objectivo final reduzir a democracia à alternância inconsequente entre dois partidos que têm do modelo de desenvolvimento uma e a mesma concepção. O resultado desta estratégia só pode ser o que a cada acto eleitoral se tem verificado e que agora, na Região, atingiu níveis dramáticos.
Em resposta a este fenómeno surgiu a ideia peregrina de Carlos César, logo secundado por alguns dos seus fiéis acólitos, de tornar o voto obrigatório. Ao invés de procurar cultivar a democracia participativa o PS Açores, pela voz do seu Presidente, quer dar uma ajudinha à democracia com mais uma obrigatoriedade. Trejeitos importados da direita o que não constitui propriamente uma novidade no moderno PS!
Como não tenho uma visão repressiva, nem sequer directiva do funcionamento da democracia opto pela propositura da cultura cívica e pela formação. Sem pretender resolver todo o problema, mas apenas contribuir a sua solução, recomendo, à semelhança do que acontece na Andaluzia, que a Região ofereça ao todos os jovens que atingem a maioridade uma prenda pela sua passagem à plenitude da sua cidadania. A oferta da Declaração dos Direitos Humanos, da Constituição da República Portuguesa e o Estatuto Político e Administrativo da Região Autónoma dos Açores aos jovens quando completam 18 pode constituir-se como um significativo contributo para fomentar a cultura democrática participativa.
Aníbal C. Pires, IN Açoriano Oriental, 15 de Junho de 2009, Ponta Delgada
2 comentários:
A abstenção não foi novidade para muitas pessoas. Não é incitando o povo ao voto, nas vésperas do acto eleitoral, que o vai levar às urnas. Além disso, viram-se as respostas que algumas pessoas deram quando foram interrogadas sobre o significado das eleições para o PE. Para muitas, essas eleições pouco ou nada têm a ver com o nosso país. E, isto, porquê? Por falta de informação, de esclarecimento. É essencial, indispensável mesmo, explicar aos portugueses menos elucidados o que elas representam e a sua importância no contexto europeu e não só. Explicar de uma forma translúcida, sucinta, objectiva e simples e não com a prosa da maioria dos políticos. O povo já não vai em fantasias e felizmente que assim é. Quer saber o que vai fazer, porquê e para quê!
Um abraço.
Caro Anibal, é de facto incrivel a % da abstenção. Contudo não deixa de ser tambem uma forma de manifestação popular.E pelos vistos aquela que é mais falada, comentada e maiores "danos" provoca.Podemos concordar ou não com esse tipo de manisfestação popular mas chama~la estupida como fez o Presidente do G da RAA é sim pura insensatez. Bom, bom foi a subida em termos de votos da CDU em todas as Ilhas e Concelhos. Fruto do excelente trabalho do candidato Carlos Ribeiro e claro do deputado Anibal Pires. Um abraço amigo Patrícia
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