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Foto retirada da internet |
De Outubro de 2015 a Janeiro de 2016 caíram alguns dos mitos da vida política portuguesa. O resultado eleitoral de 4 de Outubro e tudo o que se lhe seguiu constituiu um sério revés para os adeptos do bipartidarismo. Foi uma chatice. E agora os candidatos a primeiro-ministro e a presidente de governo regional, afinal não há nem nunca houve. O que havia era uma mera, mas eficaz, construção mediática que se esboroou com a formação de um governo minoritário de iniciativa do PS. Pois, mas subsistem por aí muitos dos construtores das farsas eleitorais a agir como se nada se tivesse passado. Este é um tempo novo, e é tempo da comunicação social perceber que os partidos e os candidatos têm a mesma dignidade e qualquer candidatura pode, se o Povo assim quiser, sair vencedora ou capacitada para influenciar as decisões que levam à formação de governos e à indigitação do primeiro-ministro ou, é bom que nos lembremos, do presidente de um governo regional.
A 4 de Outubro de 2015 ganhou a democracia portuguesa e foi derrotada a política de empobrecimento que flagelou os portugueses e Portugal. Este terá sido o facto político mais relevante de 2015 e que pode ter, em 2016, desenvolvimentos que venham a reconfirmar essa vontade de mudança.
Em 2016 os eleitores serão chamados, já no dia 24 deste mês, a uma nova escolha. Trata-se da eleição para a Presidência da República, trata-se de mais uma oportunidade de mudança e de rutura, assim queiram os portugueses. Os candidatos estão aí e todos eles bem identificados, política e partidariamente. E se a alguns não são conhecidas ligações partidárias, outros, por muito que lhes custe, têm um vasto currículo de militância partidária, como é o caso de Marcelo Rebelo de Sousa destacado militante do PSD, partido que chegou a liderar e pelo qual foi candidato em diversas ocasiões e para diversos cargos. Os eleitores mais e menos novos habituaram-se a ver o candidato Marcelo Rebelo de Sousa como comentador televisivo, mas Marcelo não é inócuo. Marcelo representa as políticas que foram derrotadas no dia 4 de Outubro de 2015, Marcelo é assim como um sucedâneo envernizado de Cavaco Silva.
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Mas a identificação dos candidatos à Presidência da República não pode, nem deve reduzir-se às suas ligações partidárias. Todos eles se movem sob uma matriz política e ideológica e é essa matriz que melhor os define enquanto candidatos. Quem são e que interesses defendem. Por mais que tentem esconder há alguns dos candidatos que se identificam com os interesses financeiros dominantes, que tanto têm custado aos bolsos de todos nós, neste campo jogam, para além de outros, Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém. Outros candidatos identificam-se com a Constituição e os valores da Revolução de Abril, ainda que de entre estes últimos, pela coerência, pela verticalidade, pelo projeto transformador com o qual está identificado, se destaque Edgar Silva. Candidato que eu apoio, não por mera cumplicidade partidária mas, porque Edgar Silva não se esconde e há muito que escolheu de que lado queria estar. E o Edgar está ao lado do Povo, ao lado dos trabalhadores, ao lado da defesa do ambiente e do desenvolvimento sustentável, ao lado da Constituição da República Portuguesa.
Ponta Delgada, 03 de Janeiro de 2016
Aníbal C. Pires,
In Jornal Diário e Azores Digital, 04 de Janeiro de 2016
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