Foto by Aníbal C. Pires |
Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM
Esta crónica foi para a antena a 02 de Junho de 2018 que pode ser ouvida aqui
Autonomia na Educação, onde estás que não te encontro
Foto by Aníbal C. Pires |
A população a que me estou a referir, como percebeu, são os educadores e professores, mas também os jovens alunos que por esta altura concluem, com mais ou menos sucesso uma etapa das suas vidas. Não, a malta não vai já de férias, isso só vai acontecer mais lá para o fim de Julho, para que o regresso para um novo ciclo tenha lugar nos últimos dias de Agosto, de modo a que no primeiro dia de Setembro as escolas voltem a encher-se de educadores e professores a preparar a receção aos alunos e um novo ano escolar.
Até lá, até às tais férias, são as avaliações a formação e a absorção das alterações com que a tutela da educação anualmente brinda os educadores e professores, provocando instabilidade no sistema, até porque ninguém percebe como aparecem as sucessivas alterações. E ninguém percebe porque não resultam de nenhum processo de avaliação. As respostas da administração educativa regional e central aos crónicos problemas do sistema educativo, surgem como réplicas sem consistência e, sobretudo atulham as escolas e os docentes de lugares comuns, aliás as novidades da tutela constituem-se, em alguns casos, como antigas práticas da Escola Pública que a tutela, entretanto cerceou, e com a prática didática e pedagógica que alguns professores, embora à revelia das orientações oficiais, nunca abandonaram.
O ensino na Região continua à deriva, não existe pensamento crítico e a tutela adotou uma posição de seguidismo em relação às orientações que emanam do Ministério da Educação. Nem sequer se dão ao trabalho de alterar o timbre dos documentos.
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Interessante mesmo é que em simultâneo se está a preparar a introdução de uma nova experiência pedagógica que tem como principal objetivo a flexibilização curricular no ensino básico, como se isto fosse alguma novidade e a própria autonomia das escolas não o permitisse. Ou melhor não o permite porque a tutela aderiu e impôs às Escolas a uniformização, aliás ainda estou para ver como é que a Secretaria Regional da Educação vai conciliar dois princípios que não são compagináveis.
Sei que este assunto não é do domínio comum, mas deveria interessar a todos afinal estamos a falar do sistema de ensino, estamos a falar do futuro.
Volto no próximo sábado, assim o espero.
Até lá,
Fique bem.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 02 de Junho de 2018
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