Foto by Aníbal C. Pires |
Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM
Esta crónica foi para a antena a 26 de Maio de 2018 que pode ser ouvida aqui
A Delta Airlines une Nova Iorque a Ponta Delgada
Foto by Aníbal C. Pires |
Ontem a Delta Airlines iniciou a sua operação aérea para Ponta Delgada e, como tal, talvez seja um bom assunto para conversarmos.
Os fluxos turísticos, apesar do paradigma se estar a alterar, dependem muito da dinâmica que os operadores turísticos regionais imprimirem à sua atividade e às parcerias que consigam estabelecer com as suas congéneres nacionais e internacionais. As transportadoras aéreas de baixo custo, as ligações regulares das companhias de bandeira e os voos charters são, digamos, instrumentais deste empreendimento.
Um bom exemplo do que falo é a entrada da DELTA no mercado aéreo da Região que, como se sabe, causou alguma perplexidade e serviu, como é habitual, para acicatar bairrismos e como arma de arremesso político, embora ancorados em falsas premissas. A vinda da DELTA até pode ter constituído uma surpresa, e para mim foi, mas procurei saber porquê este súbito interesse da DELTA na rota Nova York/Ponta Delgada, por certo não seria pela procura dos açorianos, e claro que não é. A operação terá sido desenhada por operadores turísticos dos Estados Unidos, designadamente um operador ligado à DELTA, que pretende oferecer os Açores como um destino turístico que, por enquanto, está em alta e que tem tido procura por um segmento de cidadãos estado-unidenses que procuram destinos seguros e de proximidade. Se existe algum acordo financeiro entre a Associação de Turismo dos Açores (ATA) e os operadores turísticos dos Estados Unidos, desconheço, mas não estranho se ele existir.
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Serão 1000 turistas por semana (5 voos semanais) durante os próximos 3 meses. Se estamos preparados para os receber, Não sei. Mas sei o quanto é importante que este mercado, que nada tem a ver com os fluxos que para aqui são canalizados pelas transportadoras de baixo custo, tenha à sua disposição um serviço de elevada qualidade, sob pena da continuidade ser Sol de pouca dura.
Este ano, e ao que se sabe, por opção da própria Delta e dos operadores turísticos não se concretizou um acordo interline com a SATA para que outras ilhas pudessem beneficiar desta operação, quiçá o próximo ano traga novidades e os turistas vindos de Nova Iorque possam ir além de S. Miguel e conhecerem um pouco mais deste destino tão diverso quanto encantador.
Neste regresso e propositadamente trouxe-lhe um tema sobre o qual todos estamos mais ou menos de acordo e, sobre o qual todos temos mais ou menos as mesmas preocupações. Mas nem tudo são rosas quer neste setor, quer na economia regional. Falaremos disso depois.
Conto voltar a estar consigo no próximo sábado.
Até lá,
Fique bem.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 26 de Maio de 2018
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