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Os resultados eleitorais nos Açores têm a leitura que cada cidadão e organização social ou política lhes quiser fazer.
São eleições com uma natureza diferente dos atos eleitorais para o PE, para a ALRAA e para as Autarquias, disso também ninguém tem dúvidas.
Se a legitimidade para analisar, os resultados de 30 de janeiro nos Açores, e extrapolar para eleições de outra natureza não está em causa, neste caso, a coligação AD (PSD/CDS/PPM) com as declarações feitas por José Manuel Bolieiro, aquando da apresentação da candidatura (em dezembro de 2021), abriu o flanco para essa extrapolação.
Perante os resultados eleitorais José Bolieiro e Artur Lima consideram abusiva qualquer tipo de avaliação e análise que vá além da natureza destas eleições. Paulo Estêvão também, mas o deputado do PPM não resistiu a à extrapolação quando endereçou, por via do resultado nacional da CDU e do BE, um recado ao Nuno Barata e ao Pacheco lembrando-lhes que poderão ser penalizados eleitoralmente se, de alguma forma, contribuírem para por em causa a solução governativa nos Açores.
Paulo Estêvão à semelhança de José Bolieiro, embora em tempos e compassos diferentes, conferiu, se para tal fosse necessário, maior legitimidade às análises que os cidadãos muito bem entenderem fazer.
O circo político regional vai presentear-nos, ao longo dos próximos meses, com um novo espetáculo para alimentar as agendas mediáticas. Vou procurar estar atento, como atento estarei às dificuldades que os açorianos e aos efeitos das decisões políticas que, podendo não ser tão mediáticas como o espetáculo, afetam a qualidade de vida e o bem-estar do povo açoriano.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 01 de fevereiro de 2022
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