quarta-feira, 20 de abril de 2022

#freedomforassange

imagem retirada da internet
A justiça inglesa decidiu hoje pela extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. A execução fica por conta do ministério do interior inglês.

Todos conhecem Julian Assange e todos têm conhecimento dos “crimes” de que está acusado e pelos quais vai ser extraditado.

Julian Assange é um cidadão australiano e foi o fundador do site WikiLeaks. 

A WikiLeaks ganhou projeção mundial em 2010 quando divulgou documentos e imagens que colocavam em causa a narrativa oficial do Estados Unidos e dos seus aliados sobre a invasão do Iraque sobre o Afeganistão e ainda sobre o CableGate (divulgação de informação diplomática dos Estados Unidos).

Julian Assange incomodou o poder, incomodou a comunicação social corporativa, incomodou os senhores do mundo e os seus papagaios.

A perseguição não se fez esperar, daí até à sua prisão foi um ápice. Esteve asilado na embaixada do Equador de 2012 a 2019, mas a mudança na presidência daquele país sul-americano retirou-lhe esse estatuto e, desde então, tem estado preso em Inglaterra. Hoje foi dado o veredito final, o pedido de extradição do Estados Unidos teve despacho favorável.

A censura tem várias faces nesta parte do mundo que se apresenta como o paradigma da democracia e da liberdade. Se o caso de Julian Assange é antigo a atualidade trouxe-nos mais alguns elementos sobre o que pensam os líderes ocidentais da liberdade de informação e da capacidade dos seus cidadãos interpretarem a comunicação difundida.

Bruno Carvalho - imagem retirada da internet

A censura instituída, no espaço da União Europeia, a alguns órgãos de comunicação social não alinhados com a narrativa oficial, a prisão sem culpa formada, pelo estado polaco, do jornalista espanhol Pablo Gonzalez, o desaparecimento do cineasta chileno/estado-unidense, Gonzalo Lira, na Ucrânia, a tentativa de desacreditação do jornalista português, Bruno Carvalho, aliás bem sucedida em relação ao jornal “Público”, ou o assassinato, hoje pela manhã, do blogueiro Valery Kuleshov, em Kherson, Ucrânia, são apenas alguns exemplos da ação punitiva da democracia alinhada ao neoliberalismo reinante.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 20 de abril de 2022


1 comentário:

Emilio Antunes Rodrigues disse...

E continuam a papaguear que vivemos num regime democrático mas na verdade isto não é democracia, para ser fascismo puro não precisa imitar o hitleriano, os tempos são outros e os métodos cientificaram-se.