foto retirada da internet |
Passam hoje 51 anos sobre a morte de Amílcar Cabral. O "momentos" assinala esta data prestando assim tributo ao líder que conduziu a luta armada, para a qual foi empurrado, pela independência da Guiné e Cabo Verde (quem fecha as portas à revolução pacífica abre as portas à revolução violenta).
Os caminhos do pós-independência foram diversos para estes dois países para os quais Amílcar sonhava paz, prosperidade, justiça social e económica.
Os herdeiros políticos de Amílcar Cabral destruíram, quer em Cabo Verde, quer na Guiné-Bissau, o seu projeto político e defraudam a cada dia o sonho e a utopia que mobilizou aqueles povos para se libertarem do colonialismo português.
"Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios."
Amílcar Cabral
foto de Madalena Pires (2016) |
O insurgente Amílcar, como todos os revolucionários, era um humanista e uma personalidade sensível às artes e à libertação pela cultura.
A minha poesia sou eu
… Não, Poesia:
Não te escondas nas grutas de meu ser,
não fujas à Vida.
Quebra as grades invisíveis da minha prisão,
abre de par em par as portas do meu ser
— sai…
Sai para a luta (a vida é luta)
os homens lá fora chamam por ti,
e tu, Poesia és também um Homem.
Ama as Poesias de todo o Mundo,
— ama os Homens
Solta teus poemas para todas as raças,
para todas as coisas.
Confunde-te comigo…
Vai, Poesia:
Toma os meus braços para abraçares o Mundo,
dá-me os teus braços para que abrace a Vida.
A minha Poesia sou eu.
Amílcar Cabral, em “revista Seara Nova”, 1946.
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