terça-feira, 13 de maio de 2025

não é de agora

imagem retirada da internet


Excerto de texto para publicação no Diário Insular e, como é habitual, também aqui no blogue momentos.




(...) Durante o Mandato Britânico da Palestina (1920–1948), dezenas de milhares de judeus europeus migraram para a Palestina, na sua maioria financiados por organizações sionistas. Muitas dessas migrações foram pacíficas, mas outras envolveram compra forçada de terras, expropriação de camponeses e construção de enclaves fechados. As tensões foram-se avolumando. A população árabe resistia, organizava greves, revoltas e boicotes, mas era sufocada e reprimida com violência.

Foi neste contexto que ocorreu um episódio pouco conhecido e debatido, vá-se lá saber porquê, mas revelador da natureza sionista e do seu projeto colonial. Refiro-me ao Acordo de Haavara, assinado em 1933 entre o regime nazi alemão e alguns líderes sionistas. O objetivo era facilitar a emigração de judeus alemães para a Palestina, transferindo parte dos seus bens, o propósito alemão era contornar o boicote económico contra o nazismo, embora este boicote, ou sanções, tivesse sido incumprido por muitas empresas europeias e estado-unidenses. O Acordo de Haavara é sintomático da estratégia sionista, ou seja, longe de ser apenas uma resposta à perseguição do povo judeu, a migração de judeus para a Palestina era parte de um projeto sem valores nem princípios, pois, dispunha-se a fazer alianças moralmente questionáveis para alcançar o seu objetivo colonial. (...)


Sem comentários: