quinta-feira, 3 de novembro de 2011

RTP, SA - o que não nos dizem

O que o ministro Miguel Relvas anda a tramar com a reestruturação da RTP, SA ou, o que não nos dizem sobre a Televisão Pública.

A informação que organizei nos itens abaixo circula por aí e para quem quiser não é difícil de comprovar basta perder (ou ganhar) algum tempo para obter informação confiável que comprova o que “mão amiga” me fez chegar por mail e que aqui partilho com os visitantes do “momentos”.
- Todos os países da União Europeia e, também, os Estados Unidos têm serviços públicos de televisão. O modelo misto de mercado (televisão pública e privada) que existe em Portugal é a regra e não a excepção;
- O serviço público de televisão prestado pela RTP é um dos mais baratos da União Europeia e do Mundo. Confiram a factura da electricidade. Cerca de 15 cêntimos, por dia, por domicílio, não por cada cidadão;
- Por esse custo diário são emitidos 11 canais de televisão e 7 antenas de rádio com uma audiência potencial de mais 200 milhões de pessoas;
- A RTP possui o maior e melhor arquivo audiovisual do País e um dos melhores do Mundo;
- A falácia do elevado salário médio anual dos trabalhadores da RTP, SA desconstrói-se se considerar-mos o ordenado da Catarina Furtado, do membros do Conselho de Administração e outros quejandos que fazem do mercado televisivo um mercado de transferências igual ao do mercado do futebol.
- A verdade é que os trabalhadores da RTP, SA, apesar das distorções provocadas pelos salários milionários de alguns, são dos mais produtivos do sector televisivo europeu, recebendo menos salário liquido do que os seus congéneres no privado e que auferindo em média 50% do que os seus colegas europeus?
- Os trabalhadores da RTP não têm aumentos salariais reais desde 2003, sendo os trabalhadores do sector público os que mais poder de compra, em termos relativos, perderam numa década;
- As receitas de publicidade da RTP está indexada ao pagamento de um empréstimo bancário (grupo financeiro alemão e holandês) que assume o passivo da empresa, ou seja as receitas da publicidade destinam-se a amortizar a dívida e os seus encargos;
- A dívida ronda os 600milhões de euros e foi negociada a um spread excepcionalmente baixo que o grupo financeiro tem vindo a querer renegociar nos últimos anos;
- Se a RTP ficar sem publicidade o accionista da empresa (o Estado, NÓS) terá de pagar de imediato a dívida de imediato (aliás prevê-se que o Estado/NÓS pague em 2012, 250milhões de euros para preparar a privatização de um canal da RTP, SA;
Concluindo:
A privatização de um canal da RTP, SA implica que o que hoje é pago com a indexação das receitas de publicidade seja pago por… por VOCÊ.
Pois é!

Nem o Miguel de Vasconcelos se atreveria a ir tão longe como o ministro Relvas que, por mero acaso, também é Miguel.

2 comentários:

maz disse...

"desconstrói-se se considerar-mos o ordenado"

http://en.wiktionary.org/wiki/precisar

Aníbal C. Pires disse...

Obrigado pela "deixa".
Não costumo publicar comentários de anónimos mas, tendo em consideração que se tratava de uma correcção abri uma excepção.
Vou deixar o texto como está.
Sei que devia ter mais cuidado mas...