A semana passada as centrais de compra e distribuição associadas às grandes superfícies foram notícia e motivo de polémica. Primeiro soube-se que a Jerónimo Martins (Pingo Doce) arranjou um esquema para escapar aos impostos em Portugal, depois foi o “Continente”, de Belmiro de Azevedo ao colocar leite espanhol à venda a um preço inferior àquele que é pago aos produtores. Isto é “dumping” e a pergunta é: - Onde está a Alta Autoridade para a Concorrência? Ou o que quer que seja que ponha um ponto final nesta hipocrisia dos mercados e da livre circulação de capitais
Ainda assim, não compreendi a indignação que se fez sentir pois, a Jerónimo Martins não fez mais do que seguir o conselho bastas vezes repetido pelo governo: emigrem; quanto ao grupo de Belmiro de Azevedo se alguém tinha dúvidas, desvaneceram-se: o capital é apátrida e não há campanhas publicitárias que o desmintam por mais bandeirinhas verde rubras que as enfeitem.
Duas outras notícias deram origem a alguma revolta na sociedade portuguesa. Alguns portugueses, muitos julgo eu, ficaram chocados por ter vindo a público que a Caixa Geral de Depósitos tinha uma sucursal na “Zona Franca da Madeira” e que desde Outubro de 2011 estava a transferir esta agência para as Ilhas Caimão, ou seja de um paraíso fiscal para outro mais vantajoso. Mas, terá sido a notícia sobre a ligação de diferentes personalidades, que exercem ou exerceram cargos políticos e outros postos da estrutura do Estado, à maçonaria. Esta sim terá sido a notícia que mais perturbação causou nos portugueses e, não é caso para menos. É muito preocupante esta promiscuidade entre uma sociedade com as características da maçonaria e responsáveis políticos dos chamados partidos do “ arco do poder”. Talvez este facto explique muitos dos imbróglios nacionais.
Não sei o que vos diga! Mas uma coisa posso, seguramente, afirmar: não fui surpreendido por nenhuma das notícias a que aludi e gostei de ver as reações de estupefação e de repúdio de muitos dos nossos concidadãos. Afinal não foi uma, foram duas - as afirmações.
Que não fique a ideia que já nada me surpreende. Não, nada disso continuo a maravilhar-me com o que me rodeia e a assombrar-me com alguma da informação que é difundida diariamente.
Surpreende-me a resignação, preocupa-me o continuado processo de estupidificação a que os portugueses estão sujeitos, maravilha-me a exuberância dos verdes, a mescla de azuis no horizonte, emociono-me com as injustiças e confio, confio que um dia nenhuma criança será uma vítima da fome.
Ainda assim, não compreendi a indignação que se fez sentir pois, a Jerónimo Martins não fez mais do que seguir o conselho bastas vezes repetido pelo governo: emigrem; quanto ao grupo de Belmiro de Azevedo se alguém tinha dúvidas, desvaneceram-se: o capital é apátrida e não há campanhas publicitárias que o desmintam por mais bandeirinhas verde rubras que as enfeitem.
Duas outras notícias deram origem a alguma revolta na sociedade portuguesa. Alguns portugueses, muitos julgo eu, ficaram chocados por ter vindo a público que a Caixa Geral de Depósitos tinha uma sucursal na “Zona Franca da Madeira” e que desde Outubro de 2011 estava a transferir esta agência para as Ilhas Caimão, ou seja de um paraíso fiscal para outro mais vantajoso. Mas, terá sido a notícia sobre a ligação de diferentes personalidades, que exercem ou exerceram cargos políticos e outros postos da estrutura do Estado, à maçonaria. Esta sim terá sido a notícia que mais perturbação causou nos portugueses e, não é caso para menos. É muito preocupante esta promiscuidade entre uma sociedade com as características da maçonaria e responsáveis políticos dos chamados partidos do “ arco do poder”. Talvez este facto explique muitos dos imbróglios nacionais.
Não sei o que vos diga! Mas uma coisa posso, seguramente, afirmar: não fui surpreendido por nenhuma das notícias a que aludi e gostei de ver as reações de estupefação e de repúdio de muitos dos nossos concidadãos. Afinal não foi uma, foram duas - as afirmações.
Que não fique a ideia que já nada me surpreende. Não, nada disso continuo a maravilhar-me com o que me rodeia e a assombrar-me com alguma da informação que é difundida diariamente.
Surpreende-me a resignação, preocupa-me o continuado processo de estupidificação a que os portugueses estão sujeitos, maravilha-me a exuberância dos verdes, a mescla de azuis no horizonte, emociono-me com as injustiças e confio, confio que um dia nenhuma criança será uma vítima da fome.
Ponta Delgada, 08 de janeiro de 2012
Aníbal C. Pires, In Jornal Diário, 09 de janeiro de 2012, Ponta Delgada
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