Muito embora um dos princípios da rede seja sua abertura e permeabilidade, por ser uma ligação social, a ligação entre os membros da rede estabelece-se através da identidade.
Este é uma abordagem simples ao conceito e com já perceberam não se aplica somente às redes sociais virtuais, ou seja, as redes sociais não são mais do que uma malha ou teia de ligações que as pessoas estabelecem entre si, no seu quotidiano, fundadas em relações de identidade, sejam elas familiares, religiosas, desportivas, sindicais, culturais, políticas, profissionais, etc., etc.. As redes sociais podem ser formais ou informais e, todos nós pertencemos a redes sociais mais ou menos complexas, desde logo a uma família, a uma turma, a uma escola, a uma freguesia, a uma cidade...
As redes sociais são compostas por três elementos básicos: i) os atores sociais (nós); ii) vínculos (identidade e pertença); e iii) fluxos de informação (unidirecionais ou multidirecionais.
As redes sociais com utilização de plataformas digitais ganharam dimensão, expressão e importância a partir da década de 90, do século 20, com o chamado networking e mais tarde com a criação do portal Classmates cujo objetivo era a procura de antigos colegas de escola ou do serviço militar. Só em 2003 com o aparecimento do Hi5 e mais tarde (2004) o Facebook e o Twitter se assiste à grande explosão das redes sociais na internet e se dá início à generalização da sua utilização.
As redes sociais virtuais são importantes meios de intervenção social, política e económica, assim o seu conhecimento e domínio dotam os utilizadores de uma ferramenta que lhes permite a partilha e a intervenção sobre um conjunto diversificado de temas, por outro lado as redes sociais podem constituir-se, ou melhor constituem-se como um instrumento de dominação sobre os utilizadores menos preparados para lerem, descodificarem, a torrente de informação partilhada por utilizadores que pretendem atingir objetivos que nem sempre são explícitos na mensagem que nos chega ao mural da rede a que se está associado.
As redes sociais formais e informais partilham informação, conhecimento interesses e objetivos comuns a sua existência e intensificação fortalece as sociedades e torna-as mais interventivas, isto é, cresce a participação democrática e a mobilização social em torno de objetivos e lutas comuns.
Sendo uma ferramenta que veio potenciar a participação democrática e a produção de informação independente, as redes sociais virtuais não se substituem à participação e às interações que as redes sociais presenciais possibilitam, por conseguinte, não basta subscrever uma causa virtual ou promover a adesão de uma ação para conseguir um determinado objetivo sentado à frente de um monitor de computador.
Ao ativismo das redes sociais virtuais tem, necessariamente, de corresponder o ativismo da participação presencial sob pena das grandes adesões do clique não terem expressão física que lhes dê força visível e real.
Ponta Delgada, 15 de janeiro de 2012
Aníbal C. Pires, In Jornal Diário, 16 de janeiro de 2012, Ponta Delgada
Sem comentários:
Enviar um comentário