Não pude, por me encontrar ausente de S. Miguel, participar no primeiro dia do Congresso - 60 Anos de Emigração Açoriana para o Canadá (1953-2013). E lamento não ter podido estar, desde logo porque me interesso pelas migrações, enquanto objeto de estudo e, depois, bem e depois porque estas iniciativas são espaços de encontros e reencontros, espaços de aprendizagem e de descoberta.
O programa prolongava-se para o serão de ontem e não pude deixar de dar um salto à Igreja dos Frades, na Ribeira Grande, onde está instalado o Museu Vivo do Franciscanismo. Do programa constava a apresentação de um livro de memórias de um dos pioneiros da emigração açoriana para o Canadá, o Senhor Afonso Maria Tavares. E valeu, valeu pelas estórias contadas ao vivo pelo Senhor Afonso, valeu pelos encontros e reencontros com amigos e conhecidos, com os representantes da comunidade açoriana no Canadá, com os Professores José Carlos Teixeira (da Ribeira Grande) e Irene Blayer (de S. Jorge), os dois professores de Universidades no Canadá, a Sandra Silva, investigadora e doutoranda do IGOT (antigo Departamento de Geografia da Universidade Clássica de Lisboa), quando por lá andei fazia parte do mesmo grupo de investigadores das migrações e, por acaso a Sandra até nasceu em Castelo Branco, Rafael Carvalho, um jovem músico que revolucionou o ensino e a aprendizagem da viola da terra e que para este instrumento, da nossa memória coletiva, propõe novas abordagens projetando-o para o futuro, por fim, uma descoberta. Sei que é uma descoberta tardia mas, como diz o nosso povo na sua imensa sabedoria, “tarde é o que nunca chega”.
Descobri uma voz, uma voz que dá pelo nome de Raquel Dutra e que canta temas do cancioneiro popular açoriano, para além de ser uma excelente fadista. A Raquel canta e toca bandolim e é acompanhada à viola acústica, pelo pai e à viola da terra, por Adílio Soares.
Fotos: Madalena Pires
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