sábado, 8 de fevereiro de 2014

Foi há 25 anos


Há 25 anos fui ao aeroporto de Ponta Delgada despedir-me de familiares que regressavam a Lisboa, via Funchal, num voo da TAP. Era uma segunda-feira com tantas outras, a aerogare estava movimentada pois, para além desta ligação a Lisboa, estavam também passageiros para os voos interilhas e para um voo charter, ao que me lembro, com destino aos Estados Unidos.
Depois das despedidas e da descolagem do voo para Lisboa abandonei o aeroporto com destino à Escola onde e então lecionava.
Passado algum tempo recebi um telefonema da minha companheira a informar-me que se tinha despenhado um avião em Santa Maria. A minha primeira reação foi incutir-lhe alguma calma pois, os familiares em viagem para Lisboa eram os pais da minha companheira.
 Sem outra informação ainda disponível depressa se iniciou alguma especulação e as primeiras notícias, sem confirmação, apontavam para que a aeronave acidentada teria sido a que tinha saída algum tempo antes de Ponta Delgada com destino ao continente americano. Só mais tarde a informação deu conta de que o avião que se tinha despenhado, um B 707 da Independent Air, vinha de Bérgamo, Itália, e tinha como destino a estância turística de Punta Cana.
O B 707 tinha embatido no Pico Alto e não houve sobreviventes, foi o maior acidente aéreo que se verificou no espaço português.
Ao longo destes 25 anos verificaram-se outros acidentes aéreos nos Açores, um avião militar alemão no Aeroporto de Ponta Delgada e um ATP da SATA Air Açores que colidiu com o Pico da Esperança, na ilha de S. Jorge, também nestes acidentes não houve sobreviventes.
A evolução que se verificou na navegação aérea, na formação de pilotos e a tecnologia instalada, quer em terra quer nas aeronaves reduzem ao mínimo a hipóteses de acidentes aéreos como os que se verificaram em Santa Maria e em S. Jorge.
Existem, todavia, na União Europeia grandes pressões comerciais e uma competitividade irracional que tendem a desregular a profissão dos pilotos e tripulantes de cabine, aliás procurando seguir o modelo vigente nos Estados Unidos da América. Pressões que só podem vir a colocar em causa a segurança de voo na aviação civil e comercial. Infelizmente já existem exemplos que ilustram o resultado desta desregulação e desvalorização dos pilotos.

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