Foto by Aníbal C. Pires (Aeroporto de PDL, 2016) |
"Rui Medeiros deixou um novo comentário na sua mensagem "Açores destino de aventura":
Está mal informado. Os passageiros tinham um voo LIS-HOR no sábado à tarde que cancelou. Só foram reacomodados num voo alugado para a Terceira no dia seguinte e foram feitas ligações extra TER-HOR pela SATA Air Açores. Acontece que a intenção dos passageiros era apanhar o barco para o Pico mas só chegaram ao Faial no domingo depois de já terem terminado as carreiras regulares dos barcos. A SATA, não tinha qualquer obrigação após os ter deixado no destino contratado, no Faial, mas ainda assim envolveu-se e resolveu o problema das pessoas.
Esquecem-se todos que estamos em pleno pico de verão e não há vagas em hotéis, não há frota excedentária e não é só estalar os dedos e há mais uma cama ou mais um avião ou mais trabalhadores para manterem os serviços disponíveis até ás tantas e voltar ao serviço às 8 do dia seguinte como se não se tivesse acontecido nada.
A solução para as irregularidades não pode ser ter um avião, um barco, um hotel, 10 funcionários parados, à espera do dia em que, por algum motivo, o avião não vem. São Pedro não quer saber se agora nos auto-proclamamos destino da moda, os nevoeiros, os ventos e a chuva vão continuar por aqui e os aviões não vão aterrar. É verdade que há coisas a melhorar e que estamos perante uma fase de irregularidades a mais nas ligações com os Açores, mas o chorrilho de críticas só por criticar também já cansa.
P.S. Este desabafo vem na sequência de toda a contra-informação que tem vindo a aparecer sobre o assunto e não apenas o seu artigo."
Agora a transcrição da publicação devidamente corrigida.
Li por aí algures que um grupo de visitantes, também designados por turistas, terão mostrado o seu desagrado por algumas alterações na programação prevista no seu plano de férias. E foi logo à chegada. Vamos lá ver como corre a estadia. Desejo que a meteorologia seja favorável às suas pretensões e expetativas, bem assim como todos os outros serviços que contrataram, ou que venham a contratar.
O voo que seria direto, Não foi e acabaram por ter de passar em mais uma ilha até chegar ao destino final, sendo que a última parte da viagem foi feita, de semirrígido, já durante a noite.
Os agentes de viagens deviam acrescentar uma cláusula ao contrato que fazem com os seus clientes, que visitam os Açores, e que os proteja de eventuais reclamações. Uma cláusula de salvaguarda que preveja o aumento do valor do contrato sempre que se verifiquem situações semelhantes à que foi descrita, afinal, a experiência foi muito para além da expetativa inicial, que seria apenas um voo sem estória num A320 entre a capital e o Faial, o que já não seria mau se o Pico estivesse descoberto. Mas não, foi muito mais do que isso, o voo foi cancelado e os passageiros reacomodados num voo ACMI, não para o Faial, mas sim para a Terceira, isto no dia seguinte. Da Terceira, e com recurso a voos extraordinários os passageiros foram transportados em 2 voos para Horta, que era o seu destino. A travessia da Horta para a Madalena estava prevista para os passageiros que tinham como destino final o Pico. À chegada ao Faial, estranhamente, os visitantes não tinham à sua espera, como é habitual, um barco da Atlântico Line, e foram transportados num semirrígido. Como a lotação da embarcação era reduzida foram necessárias várias viagens para transportar os visitantes que se queixaram, de entre outras coisas, da falta de coletes de salvação. Estas viagens realizaram-se já na madrugada do dia seguinte, ao da chegada aos Açores. Os Açores são um destino de aventura, pois bem esta foi uma aventura extraprograma, sem custos adicionais para os clientes.
Claro que este último e enorme parágrafo tem alguma ironia à mistura. Se o cancelamento de um voo, ou a alteração do seu destino por motivos meteorológicos é aceitável, acontece e não é só no Faial (1), já o mesmo não posso dizer do bizarro horário de chegada ao Faial e da solução encontrada para fazer chegar os passageiros ao seu destino final.
Como não gosto de especular e não tenho todos os dados sobre esta atribulada viagem fico-me apenas por quatro questões que, julgo, necessitam de explicações.
- Havia ou não alternativa na programação de voos da SATA tendo em conta a articulação com os horários das carreiras regulares da Atlântico Line?
- Porque não funcionou o Plano Integrado de Transportes, agora terá uma nova designação, mas a eficácia é a mesma, ou seja, porque não foi mobilizado um barco da Atlântico Line para o transporte daqueles passageiros?
- Quem contratou o serviço da embarcação que assegurou o transporte marítimo dos passageiros entre a Horta e a Madalena?
- Não dispondo a embarcação, como foi afirmado pelos passageiros, meios de salvação individual (coletes) qual o papel e responsabilidade da Autoridade Marítima?
(1) Tenho, por razões várias, muitas dezenas de voos (talvez centenas) e muitas centenas de horas voadas dentro da Região e entre a Região e Lisboa e, vice-versa. Foram mais as vezes que não cheguei a Ponta Delgada ao vir de Lisboa, do que vindo de qualquer ilha da Região. Nos voos inter ilhas apenas por 2 vezes não cheguei a Ponta Delgada. Fiquei retido 1 vez nas Flores e 1 vez na Terceira. Nas ligações de Lisboa com Ponta Delgada embora não tenha de memória o número de vezes que o voo regressou a Lisboa, ou que que divergimos para a Terceira ou Santa Maria, foram seguramente mais vezes do que os dedos de uma só mão.
Aníbal C. Pires, Ponta delgada 31 de Julho de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário