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Às esperadas grandes manifestações do passado sábado juntaram-se algumas pessoas bem-intencionadas e uns tantos acólitos e partidários da direita e da extrema direita, em algumas cidades nem os promotores chegaram a comparecer, como foi o caso de Ponta Delgada onde se juntaram apenas dois ingénuos manifestantes do grupo dos bem-intencionados. A manifestação de Lisboa só foi notícia pela fraca adesão e por algumas altercações e agressões quando um grupo de manifestantes mostrou uma faixa atribuindo responsabilidades, pela catástrofe nacional que os incêndios florestais configuram, ao anterior governo.
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O povo português quer tudo isso, mas o povo português também sabe que o grande objetivo das manifestações não era o anunciado pelos promotores e, apesar do isco ter sido muito bem servido pelos agentes do costume, desta vez, o povo português não se deixou engodar. A memória é curta, mas não tão curta assim.
Na manifestação silenciosa de Lisboa ouviram-se algumas “palavras de ordem”, como esta, “Comunas para a fogueira, Comunas para a fogueira”. Não foi um coro da manifestação, foram gritos isolados, gritos que traduzem a verdadeira natureza e objeto da manifestação. O que os mandantes pretendiam, não tenhamos ilusões, era uma grande manifestação popular de protesto ao governo minoritário do PS apoiado, por acordos bilaterais, pela esquerda parlamentar. E como neste processo político, que até tem dado alguns resultados positivos para quem trabalha, o PCP é assim como o garante de que a reposição de direitos e rendimentos é para continuar, então nada como ressuscitar o anticomunismo primário. A coisa não lhes saiu lá muito bem, mas eles não descansam e não faltarão outras táticas e estratégias para alimentar a cruzada anticomunista.
Mas nós cá estaremos para alimentar a fogueira da luta em defesa dos trabalhadores e do povo português, como estamos desde 1921 a arder de fervor revolucionário.
Ponta Delgada, 22 de Outubro de 2017
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 23 de Outubro de 2017
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