terça-feira, 15 de outubro de 2024

confidência

Excerto de texto para publicação na imprensa regional (Diário Insular) e, como é habitual, também aqui no blogue momentos.






(...) Os açorianos construíram uma matriz cultural distinta, marcada pelo isolamento que a geografia ditou, pelo abandono do poder central, pela natureza, nem sempre amigável, pelo seu posicionamento no Atlântico Norte que expõe estas ínsulas à violência das tempestades atmosféricas e oceânicas, daí nasceu a profunda religiosidade deste povo ilhéu e da qual o culto ao Divino Espírito Santo se manifesta de forma transversal na Região e na diáspora. Fiquei por amor a estas ilhas e a este povo, aqui quero continuar a viver.   

Cedo iniciei um percurso que me permitiu visitar todo o arquipélago com o qual me encantei, o conhecimento consolidou-se ao longo dos anos e a sedução não se desvaneceu. As ilhas açorianas e o seu povo continuam a deslumbrar-me. A cada vez que mergulho na ilha onde vivo, ou quando viajo e permaneço alguns dias numa qualquer outra das ilhas açorianas consolido o amor que me fez ficar e surpreendo-me com novas descobertas, de lugares, de usos e de pessoas. São as pessoas que corajosamente teimam em manter vivos os lugares emprestando-lhe o seu labor e criatividade para que a sua ilha, as nossas ilhas, não caiam no esquecimento, são essas as pessoas que me entusiasmam e continuam a surpreender. E eu gosto de ser maravilhado, emociono-me e gosto. As gentes e os lugares continuam a enternecer-me como só agora tivesse aportado a estas ilhas. (...)


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