Um dia depois de apresentar o seu último livro, como se tivesse cumprido um ciclo, partiu sem avisar, deixando nas páginas e na memória o rasto de uma lucidez comprometida com a liberdade, com a cultura e com a justiça. A sua escrita, limpa e justa, é testemunho de um país interior que não se resigna ao silêncio.
O Fernando foi um homem que não separou a vida da palavra, nem a palavra da responsabilidade de (re)pensar o mundo.
Recordá-lo é afirmar a persistência de uma ética rara. Uma ética tão necessária nos tempos que correm, mas tão ausente dos palcos mediáticos.
Fica o exemplo, discreto e firme, de quem soube assumir a vida como um ofício de cidadania.
Até sempre, Fernando!
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 07 de outubro de 2025

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