Ocorreu hoje mais uma ronda negocial entre os sindicatos dos professores e a Secretária Regional da Educação e Cultura.
Das declarações públicas proferidas pelos sindicatos pode inferir-se que Cláudia Cardoso e a inefável Graça Teixeira cumpriram mais uma etapa do calendário de uma farsa que têm vindo a designar por “negociação”.
Irredutível e avessa ao diálogo é como se tem mostrado Cláudia Cardoso desde que tomou posse como titular da pasta da educação na Região, qualidade que hoje ficou uma vez mais comprovada.
Claro que esta não é (ou não será) uma qualidade intrínseca de Cláudia Cardoso e, apesar de esta atitude poder ter um cunho pessoal, não podemos, nem devemos, esquecer que Cláudia Cardoso é Vice-presidente do PS Açores e membro do Governo de Carlos César e, de igual modo, não podemos, nem devemos, esquecer que Cláudia Cardoso não é uma novata nestas andanças. Cláudia Cardoso tem uma vasta experiência política, parlamentar e mesmo governativa.
Até pode ser uma questão de estilo mas é, sobretudo, uma questão de aprofundamento de um paradigma para e Educação nos Açores onde os educadores e professores são desvalorizados e a Escola Pública é, cada vez mais, diminuída na sua importância enquanto pilar da necessária transformação que ponha um ponto final nos atrasos estruturais que impedem um qualquer modelo de desenvolvimento, digno desse nome, para os Açores.
Álamo Menezes trilhou a direito sem olhar para o lado mas, ainda assim, tendo o bom senso e agilidade mental para a cada momento saber até onde podia ir, Cláudia Cardoso alarga o caminho e, ao contrário do que seria de pensar, de forma irracional mas em consciência procura destruir o pouco que ainda sobeja à dignidade dos profissionais da educação e inaugura o processo de destruição do que, na Região, era um bastião: a gestão democrática das Escolas.
Em última análise Cláudia Cardoso está a concretizar o que nem Álamo Menezes nem Lina Mendes foram capazes de protagonizar: uma ofensiva sem precedentes à Escola Pública.
Este caminho não foi indicado pela troika mandante. Este é um caminho adoptado por um dos partidos da troika obediente e que, tal como aconteceu com introdução das taxas moderadoras na saúde, é um comportamento característico dos serviçais que se curvam perante o invasor e gostam de mostrar serviço ao mandante.
Horta, 16 de Maio de 2011
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