E a menina será mulher
Ao longe vejo
Uma mulher a caminho do mar
Está só
Reparo na silhueta do seu corpo
É uma jovem mulher
Chega-se ao oceano
Aquieta-se,
Ali, onde o mar desposa a areia negra da praia
Descalça-se
Sente a carícia das águas
Recua
Veste um vestido branco,
Que a luz do crepúsculo não transpõe
Corpete negro, cabelo cuidado
O mar chama-a, ela vai
Vai de novo ao encontro do mar, penetra-o
O Atlântico rende-se
Ao bailado singelo, virginal
Daquela mulher ainda menina
E acolhe-a com ternura
Ela entrega-se às amenas ondas
Sem pressas caminha
Chapinhando
Na margem da ilha,
Na margem do mar
O tempo espera por ela
E a menina será mulher
Ponta Delgada, 18 de Maio de 2013
Aníbal C. Pires
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