Aníbal C. Pires (S. Miguel, 2017) by Madalena Pires |
Excerto de texto a publicar na imprensa regional e, como é uso e costume, aqui neste blogue
(...) As alterações às regras da aposentação, a subversão do horário de trabalho, o aumento da carga burocrática e a perda continuada de autoridade são, de entre outros, alguns dos aspetos que têm contribuído para a consumação da funcionalização da docência. A par desta desvalorização e descaraterização profissional assistiu-se, não por acaso, à alteração da missão da Escola. A Escola foi alvo de profundas alterações não no sentido da evolução, mas do retrocesso. A Escola pública portuguesa é hoje, tal como antes do 25 de Abril, uma instituição que reproduz as desigualdades sociais e promove modelos sociais e culturais ancorados no pensamento único.
A desvalorização da carreira docente e a funcionalização dos educadores e professores não é indissociável do retrocesso que se verificou no sistema de ensino regional e nacional, aliás a segunda necessitou de que a primeira condição fosse satisfeita para que a estratégia redutora do papel da Escola fosse conseguida. (...)
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