Foto by Aníbal C. Pires |
Razões de ordem comercial e/ou operacional terão levado a SATA a por fim ao voo que ligava a Terceira a Madrid ou, se preferirem o seu contrário, a ligação aérea que liga a capital espanhola à ilha Terceira tem o seu fim anunciado. Desconheço os motivos que fundamentam esta decisão da SATA, mas sei o quanto este voo foi, e é, importante para a economia da ilha Terceira, em particular para a hotelaria, a restauração e a animação turística e, por conseguinte, para a economia terceirense.
Sei também que alguns setores da sociedade açoriana se manifestam contra todas a rotas comerciais da Azores Airlines/SATA Internacional que vão além das que ligam os Açores ao continente português, como sejam as que têm origem ou, destino, na Terceira e S. Miguel, ou ainda as que ligam Região aos Estados Unidos e ao Canadá, isto é, às nossas comunidades. As ligações do Faial, Pico e Santa Maria fazem parte do reduzido pacote das Obrigações de Serviço Público (OSP) e, por essa razão não as incluí na lista anterior. Todas as outras rotas, como sejam as de Madrid, Frankfurt, Praia ou outras, essas estarão a mais e deve ser deixado o caminho aberto para as empresas privadas. Existem, contudo, vozes que defendem um outro paradigma para a SATA e consideram que o Grupo se devia capacitar para poder cumprir aquele que deve ser o seu principal desígnio, mas também para se manter no mercado do transporte aéreo como qualquer outra empresa de aviação comercial. Mas a estratégia do acionista, ou a ausência dela, tem vindo a transformar a SATA num grave problema para a Região pois, não cumpre nem uma coisa nem a outra. O caminho está, assim, aberto e a opinião pública recetiva a qualquer solução que o acionista apresente para a Azores Airlines/SATA Internacional, desde a sua privatização ou, pura e simplesmente o seu encerramento.
Imagem retirada da Internet |
Com a questão do fim do IMAR a assunto da precariedade dos investigadores veio de novo à tona. A precariedade na investigação científica é, como noutros setores, a norma, 80% dos investigadores do IMAR são precários, embora a maioria destes investigadores sejam já doutorados continuam a depender das bolsas e do financiamento dos projetos. E como não têm vínculo, não têm voz nem representação nos órgãos que administram o IMAR, e muito menos nos órgãos colegiais da Universidade dos Açores. E assim vamos andando que o turismo é que nos salva. Dizem por aí.
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Reduzir a atividade económica produtiva regional é caminhar para o empobrecimento e não há Turismo que nos valha. Veja-se o exemplo das ilhas Canárias um dos destinos turísticos mais procurados e, no entanto, é uma das Regiões mais pobres da União Europeia.
Ponta Delgada, 05 de Novembro de 2017
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 06 de Novembro de 2017
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