Fiquei rendido, claro que os temas eram de José Afonso, claro que o José Mário Branco já tinha o seu espaço nas minhas referências musicais, mas quer a Amélia Muge quer o João Afonso constituíram-se como uma novidade, uma agradável novidade.
A voz tranquila de intensão do João Afonso ficou-me nos ouvidos e, desde então, fui acompanhando o seu percurso musical. Nunca mais vi nenhum espetáculo do João Afonso ao vivo, mas conto fazê-lo já na próxima sexta-feira (9 de Novembro de 2018), pelas 21h, no Centro Cultural da Caloura. É um concerto intimista (Azul, verde para crer) que terá como convidado Zeca Medeiros. Uma outra voz, não tão tranquila, mas também cheia de intensão.
O último trabalho de João Afonso, “Sangue Novo”, tem letras de Mia Couto e José Eduardo Agualusa e música do João. Seguramente irão ecoar na noite da Caloura alguns dos temas deste trabalho, mas espero poder ouvir, também, algumas canções dos seus trabalhos anteriores e, serão sempre bem-vindos, se para isso houver tempo e oportunidade, alguns temas de José Afonso, tio do João.
Foto by Aníbal C. Pires |
Vou de vez em quando, nem sempre com a frequência que desejaria, ao Centro Cultural da Caloura. Vou pela harmonia do espaço, vou pelas exposições, vou para privar alguns momentos na companhia do Professor Tomaz Borba Vieira saboreando, ou não, um chá que acompanha a troca de impressões sobre os temas mais diversos, digamos que não é só sobre arte que ocupamos o tempo, E faz-me bem, muito bem.
Foto by Aníbal C. Pires |
Quando cruzo o limiar do portão e enquanto percorro o caminho até ao edifício do Centro Cultural sinto-me transportado para um Mundo que conheci, mas que já não existe. E deixo que a harmonia e tranquilidade me invada, ainda que tudo ao meu redor, tal como a voz do João Afonso, tenha uma energia que se sente e vive de forma intensa.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 07 de Novembro de 2018
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