segunda-feira, 16 de março de 2009

Eleições 2009 – Autarquias

Concluo hoje, com uma breve reflexão sobre as eleições autárquicas, uma abordagem ao ciclo eleitoral de 2009 reafirmando uma ideia que julgo deve presidir ao juízo popular, apesar do carácter diverso dos três actos eleitorais a que os portugueses vão ser chamados durante este ano: o ciclo eleitoral não pode, nem deve ser desligado da luta geral contra a ofensiva das políticas de direita protagonizadas, paradoxalmente, por um partido que agora com a proximidade dos sufrágios populares, com grande insolência, diz ao povo português que vai voltar à esquerda.
É necessário e urgente levantar da poeira da memória recente tudo o que foi prometido e não foi cumprido pelo PS de José Sócrates e pelos seus fiéis seguidores! É necessário e urgente levantar da poeira do tempo que foi em nome de um projecto de esquerda que os portugueses votaram em 2005!
A proximidade dos governos locais com as populações e a dimensão de envolvimento e participação democrática conferem a estas eleições características muito próprias, porém, também este acto eleitoral não deve ser desligado de projectos integrados de desenvolvimento local que rompam com as rotinas instaladas e com as dependências tutelares de quem governa na Região e no País.
Não colocando em causa a legitimidade que assiste a todas as forças partidárias que irão concorrer às autarquias de estabelecerem os seus objectivos eleitorais, contudo, julgo que os desafios autárquicos terão de ir muito para além das lutas pela maioria das presidências de câmara ou pelo maior número de autarcas eleitos. Esse é um desafio em que para conseguir satisfazer a ânsia de vitória tudo vale. Tudo vale menos aquilo que vincula verdadeiramente os eleitos aos eleitores, ou seja, o projecto de desenvolvimento para a Freguesia ou para o Concelho.
Os eleitores devem, para lá da importância que neste acto eleitoral – mais do que em qualquer outro – têm os protagonistas, fazer as suas opções pelos projectos e candidaturas ancorados na sustentabilidade e na participação colectiva. Projectos que verdadeiramente respondam às necessidades e anseios das populações sem colocar em causa o futuro.
Aníbal Pires, IN Açoriano Oriental, 16 de Março de 2009, Ponta Delgada

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